Macau era um importante porto na Rota da Seda marítima durante o século XVI, tendo sido também o primeiro centro de evangelização cristã no Oriente Distante e o mais antigo foco de intercâmbios entre os dois hemisférios. Macau é uma cidade diversa e ecléctica, tendo como elemento principal a cultura chinesa. Nos próximos cinco anos, o governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) irá promover a estratégia de desenvolvimento intitulada “Macau Cultural”, fomentando a imagem do território como uma cidade de cultura. Adoptar-se-á um plano de acção para promover a protecção de bens culturais, valorizando o conceito “Amor à Pátria, amor a Macau”. Fomentar a imagem de Macau como cidade cultural Cultura é um “soft power” e é elemento de influência importante sobre a competitividade geral de uma cidade. Nesse sentido, fortalecer o “soft power” de Macau é um dos principais pontos de apoio e de inovação para o desenvolvimento da cidade nos próximos cinco anos. “Macau Cultural” é a estratégia central para o futuro desenvolvimento da cidade, que pretende promover e dar vigor a Macau, definindo o território como um lugar que tem a cultura chinesa como matriz, mas que também possui elementos de fusão entre Ocidente e Oriente, sendo esta uma vantagem comparativa. Desta forma, deve-se tomar a cultura como um cartão de visitas para a cidade. É necessário reconhecer e desenvolver a herança chinesa, que representa a matriz e base culturais de Macau. A micro-cultura do território pertence à macro-cultura de Lingnan, por sua vez, uma parte imprescindível da tradição chinesa. Como uma importante paragem na “Rota da Seda Marítima”, RAEM é herdeira fiel e promotora do espírito da cultura chinesa que foi herdada e desenvolvida de uma forma excepcional. Nos próximos cinco anos, a questão de como fazer com que Macau possa exercer seu papel de herdeira da cultura chinesa (e incrementá-lo) – transformando-o numa vantagem comparativa – dará uma matriz importante à estratégia de desenvolvimento local. Por outro lado, a RAEM também irá desenvolver as suas vantagens comparativas de um lugar onde diversas tendências culturais coexistem, concebendo uma sociedade harmoniosa, aberta e acolhedora. Em Macau, é visível que a cultura chinesa mantém-se aberta a influências externas, onde também se encontra uma fusão entre as culturas oriental e ocidental. Desde há séculos, Macau sempre tem sido um canal para recepção dos conhecimentos ocidentais e também tem sido uma importante plataforma para transmissão do conhecimento chinês. A experiência particular do diálogo cultural entre Ocidente e Oriente formou a personalidade cultural de Macau como uma cidade que “convive em harmonia, mas não perde a sua identidade”. É um ambiente social onde diferentes culturas, religiões, credos e raças convivem e evoluem pacificamente. Foi desta maneira que a RAEM tornou-se uma ponte para intercâmbios culturais entre Oeste e Leste. Macau pertence à China, assim como ao mundo; as suas peculiaridades culturais são úteis na promoção de um diálogo entre a China e o mundo. Assim, um ponto relevante é a participação activa dos macaenses e dos portugueses residentes na criação de “Um Centro, uma Plataforma”. Implementação do Plano de Ação para Preservação Cultural Nos próximos cinco anos, o Governo pretende melhorar e expandir a rede de instalações culturais, como galerias de arte, bibliotecas e museus. O ensino da cultura será fortalecido continuamente e também será consolidada a consciência do público para a importância de se preservar as relíquias culturais e o património mundial. Primeiramente, o Governo da RAEM irá envidar esforços para preservar o Centro Histórico de Macau. Entre 2014 e 2017, tenciona realizar consulta pública e elaboração do Plano para Gestão e Preservação do Centro Histórico de Macau. Entre 2018 e 2020, será concluída a elaboração do da parte jurídica do Plano, momento em que se dará início à sua implementação. Em segundo lugar, o Governo fará progressivamente uma relação do património cultural, envolvendo tanto construções, como o património imaterial, que será concluído em 2018. O catálogo terá cerca de cem prédios e dez itens pertencentes ao património imaterial e dentro desse grupo, serão escolhidos trinta prédios e quatro itens da segunda categoria para dar início ao processo de avalição. De 2018 a 2020, o Governo pretende colocar em acção a próxima etapa do inventário. “Amar a Pátria, Amar Macau” como valor essencial A prática do princípio de “Um país, dois Sistemas” depende da forma como é partilhado o do valor essencial de “Amor à Pátria, amor a Macau” na sociedade. Nos próximos cinco anos, o Governo continuará a consolidar e avançar o reconhecimento generalizado de que “Amor à Pátria, amor a Macau” é o valor essencial. Tendo por base tal conceito, pretende-se fortalecer o estudo da situação nacional, ampliando a afeição da população pela Pátria, fortalecendo o ensino patriótico. O ensino e desenvolvimento do espírito de “Amor à Pátria, amor a Macau” não é algo que possa ser concluído de uma forma rápida, é necessário que o espírito nacionalista seja incutido à criança e que a identidade chinesa também seja fortalecida na juventude. Ao elevar-se a consciência de “Amor à Pátria, amor a Macau”, este valor estabelece-se como matriz cultural da sociedade. É preciso manter relações e dialogar de maneira diversificada para que o conteúdo da educação de “Amor à Pátria, amor a Macau” seja enriquecido e que os seus efeitos se espalhem por toda a sociedade. Nos próximos três anos, o Governo promoverá o Plano “Mil Talentos”, organizando a ida de cerca de 3.000 alunos à Pátria para estudarem e realizarem intercâmbio na China Interior. Aprofunda-se, desta maneira, a compreensão da estratégia de desenvolvimento nacional e também o nível cultural geral dos cidadãos, transmitindo-se o espírito de “Amor à Pátria, amor a Macau”.
Coesão dos valores humanistas e promoção do valor fundamental “Amor à Pátria, amor a Macau”
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