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Os Serviços de Saúde esclarecem a urgência da construção do edifico de doenças transmissíveis


“Face à situação actual, a nível mundial, das doenças transmissíveis, a construção do edifício de doenças transmissíveis não pode ser adiada” afirmou o Director dos Serviços de Saúde, substituto, Dr. Cheang Seng Ip durante uma Conferência realizada quinta-feira e onde estiveram ainda presentes o Director do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Dr. Kuok Cheong U e Responsável pelo Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Dr. Lam Chong. Cheang Seng Ip acrescentou ainda que “ o risco de Macau poder ser atingido por uma situação epidémica, não pode ser descartado”. Assim, para melhor proteger a saúde dos cidadãos e dos turistas que visitam Macau, o Governo da RAEM necessita urgentemente de construir um Edifício de Doenças Transmissíveis onde estejam instaladas enfermarias de isolamento habilitadas a receber eventuais surtos de grande escala e onde seja possível reagir rapidamente. o Director dos Serviços de Saúde, substituto, acrescentou que a eclosão de surtos e a ameaça do Vírus Ebola e da SARS do Médio Oriente em 2015 fazem crer que o surgimento de surtos de doenças infecciosas é iminente, e não é possível lidar com estas situações contando apenas com o factor: sorte. Cheang Seng Ip afirmou também que as funções do edifício de doenças transmissíveis passam pelo isolamento rigoroso e tratamento de pacientes infectados por doenças transmissíveis, de modo a prevenir a transmissão para outras pessoas. O contrário desta situação, ou seja a não existência de um edifício de doenças transmissíveis, não irá permitir o melhor isolamento dos pacientes, podendo, assim, facilitar a eclosão de surtos por toda a cidade e arriscar a vida de toda a população da R.A.E. Macau. O Dr. Kuok Cheong U, director do Centro Hospitalar, acrescentou que as enfermarias de isolamento deverem possuir uma ligação directa com o CHCSJ, porque: 1. A maioria dos casos de infecção por doenças transmissíveis será originária das instalações do CHCSJ; 2. Existe a necessidade de isolamento imediato dos casos suspeitos / confirmados para diminuição do risco de transmissão; 3. Há necessidade de uma coordenação e apoio das especialidade do CHCSJ no tratamento de doenças transmissíveis; 4. A renovação do ar das enfermarias de isolamento, após filtragem e desinfecção rigorosas, não afecta os moradores e o meio ambiente envolventes. O director do Centro Hospitalar afirmou também que em 2015, aquando da eclosão de surtos da SARS do Médio Oriente ocorrida na Coreia do Sul, pelo menos 90 pessoas no Centro Médico de Samsung de Seoul foram infectadas no Serviço de Urgência e as camas de isolamento foram insuficientes para satisfazer as necessidades. Muitos casos suspeitos ficaram nas enfermarias normais, tendo causado mais contactos e infecções hospitalares. Recorde-se, que a este propósito a Organização Mundial da Saúde criticou a grave insuficiência de medidas de prevenção e controlo de doenças transmissíveis e a falta de instalações de isolamento na Coreia do Sul. O Dr. Kuok Cheong U frisou que embora o CHCSJ disponha de enfermarias de isolamento, a construção de um edifício de doenças transmissíveis irá proporcionar instalações e equipamentos, ainda mais seguros, o que se tornará num ponto chave no sucesso da luta contra a SARS, caso esta ocorra em Macau. Convém salientar que muitas doenças transmissíveis graves, tanto a SARS, a da SARS do Médio Oriente, como o Vírus Ebola são propagadas através de contacto próximo. O surto de infecção hospitalar, em grande escala, eclodido no Centro Médico de Samsung de Seoul na Coreia do Sul, o ano passado, ocorreu inconscientemente. Mesmo assim, não houve registo de casos de infecção nos moradores próximos. O risco de infecção ocorre antes do diagnóstico do paciente. Após o diagnóstico do paciente ele será imediatamente isolado e não haverá risco para as pessoas na vizinhança. Os hospitais modernos possuem já conhecimento das formas e vias de transmissão das diversas doenças transmissíveis, além de que as técnicas, instalações e materiais, para o isolamento de pacientes, são já muito avançadas. Isto permite, por exemplo, que quando os pacientes estejam nas enfermarias de isolamento, as áreas fora da zona de isolamento sejam seguras e as equipas de trabalhadores não necessitem de usar roupa de protecção além de que podem movimentar-se e alimentar-se livremente. O Edifício de Doenças Transmissíveis permite proporcionar 100% de protecção segura entre o hospital e a área fora do hospital. Durante a Conferência de Imprensa, o Dr. Lam Chong, responsável pelo Centro de Prevenção e Controlo da Doença relembrou as ameaças resultantes do SARS em 20013, a gripe suína em 2009, a H7N9 em 2003 e o H5N6 e SARS do Médio Oriente que começou no ano passado e ainda continua, frisando a urgência da construção do edifício das doenças transmissíveis. O Dr. Lam Chong recordou que há algum tempo atrás existia uma insuficiência de conhecimentos quanto à forma de propagação das doenças transmissíveis, e ainda mais não existindo formas de tratamento eficazes, instalações, equipamentos e materiais adequados, e não eram adoptadas medidas de filtragem do ar, daí que em zonas distintas das cidades eram instalados hospitais de lepra, hospitais de tuberculose de modo a isolar os doentes de tempo prolongado. Contudo, os hospitais modernos com conhecimentos suficientes sobre mecanismos de propagação de diversas doenças transmissíveis, detêm diversas formas de tratamento eficazes, instalações congéneres, equipamentos e materiais para efeitos de isolamento de prevenção de diversas doenças transmissíveis. A medicina moderna ao tratar dos doentes com doenças transmissíveis não só aplicam o isolamento e o tratamento de medicamentos. Em relação aos doentes com doenças transmissíveis graves, necessitam de médicos especialistas de diversas especialidades e exames de equipamentos complexos, monitorização e salvamento, como por exemplo, caso aconteça uma falência pulmonar é necessária a participação de um médico especialista em pneumologia, se acontecer uma falência hepática é necessário um médico especialista em gastroenterologia, se acontecer uma falência renal é necessário um médico especialista em nefrologia, entre outros. Deste modo, a medicina interna assume as enfermarias de doenças transmissíveis ou edifício de doenças transmissíveis para tratamento de doentes com doenças transmissíveis, tudo dentro de um complexo hospitalar. Lam Chong referiu também que as enfermarias de isolamento do Centro Hospitalar Conde de São Januário, todas as janelas não podem ser abertas existindo 4 portas para isolamento entre a enfermaria e a unidade, ou seja duas portas entre a enfermaria e o corredor da unidade e as duas portas entre o corredor da unidade e a área fora da enfermaria. As duas portas apenas se abrem quando as outras sejam fechadas, não podendo ser abertas ao mesmo tempo, assim como foi adoptada a concepção de pressão negativa, ou seja o ar apenas entra para dentro das instalações, não podendo sair das instalações, com vista a assegurar que o ar poluído da enfermaria não saia para o corredor ou para fora da enfermaria. A maior parte do ar da enfermaria será filtrado pela rede de alta taxa de filtração pelo menos 12 vezes por hora, e pequena quantidade de ar eliminada vai ser filtrada pela rede de alta taxa de filtração e pelos raios ultravioletas e seja protegida com duplas protecções com vista a assegurar que o ar eliminado não vai dispôr de quaisquer substâncias de infecção. Todas estas medidas são suficientes para assegurar que os doentes internados deixem de ser um risco de contágio para outras partes do hospital e não exista nenhum impacto ambiental fora do hospital. O futuro Edifício das Doenças Transmissíveis, vai adoptar uma concepção muito rigorosa e padronizada, nomeadamente na utilização da concepção de tipo fechado para todo o edifício, existindo vias e elevadores exclusivos para o transporte de doentes com doenças transmissíveis sendo que estas vias dispõem de equipamento de filtragem e desinfecção de ar independente. Como a concepção e a construção é nova é ainda mais adequado à organização e à distribuição, reduzindo gradualmente o impacto negativo para o ambiente nosocomial e fora do hospital. Em 2003 ocorreu em Pequim um surto e durante esse período foi definido que provisoriamente um hospital Xiao Tangshan nos arredores. Contudo, naquela altura não existiam enfermarias adequadas na cidade para adoptarem medidas provisórias. Hoje em dia isso já não acontece. Em Pequim, os hospitais que estão designados para acolher pacientes com doenças transmissíveis perigosas, tais como o Hospital Ditan e o Hospital You An, Hospital RuiJin e Hospital Huashan de Xangai, o Hospital nº8 do povo, o Hospital Princess Margaret situam-se em áreas urbanas. Estes hospitais geralmente são compostos edifícios dos hospitais gerais e edifício de doenças transmissíveis que apesar de estarem próximos de escolas, lojas e prédios residenciais não causam qualquer propagação de doenças infecciosas. Em Singapura, o Centro Nacional de doenças transmissíveis, actualmente em utilização e em construção, também está junto ao Tam Tock Seng Hospital, com 170 anos de história, e este hospital também se situa dentro da cidade e existem lojas, hotéis e com moradores ao seu redor. A par disso, o Dr. Kuok Cheong U na resposta aos jornalistas indicou que na sequência da ocorrência do SARS em 2003, o então Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Dr. Chui Sai On apresentou a construção de um edifício de doenças transmissíveis de saúde pública dentro da área do Centro Hospitalar Conde de São Januário com alto padrão de isolamento de doenças transmissíveis, e escolhendo a construção na mesma área, uma vez que o tratamento de doenças transmissíveis necessita de diversos apoio do centro hospitalar. A concepção inicial foi concluída em 2008, mas devido à altura do edifício ultrapassar a cota altimétrica de protecção do Património Mundial, foi necessário proceder a um ajustamento, incluindo a redução da altura e a escolha do local. Este programa encontra-se nas linhas de acção governativa para 2016 no âmbito do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. O novo edifício de doenças transmissíveis tem uma área total de 5565 m2, e é um edifício com 12 pisos e com uma altura inferior a 60m, dispondo de 120 quartos de isolamento e será dotando de uma série de equipamentos de alto padrão, e o local escolhido situa na zona do edifício da Administração dos Serviços de Saúde e o edifício de alojamento. Actualmente, o programa da obra do edifício das doenças transmissíveis foi aprovado condicionalmente pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, a planta de concepção encontra-se concluída. A Firma de construção encontra-se a elaborar em consonância com a planta aprovada os documentos para o concurso e por conseguinte serão realizados os procedimentos de concurso público. Relativamente à construção a entidade responsável é Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas ( de acordo com o actual plano prevê-se que a obra se inicie no terceiro trimestre do ano de 2016). O trabalho de nivelamento de terrenos será realizado num curto espaço de tempo. Prevendo-se a sua conclusão dos trabalhos totais no primeiro trimestre de 2019. O orçamento da obra é mais de 603.000.000 patacas.



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