Os Serviços de Saúde foram notificados, essa sexta-feira (7 de Julho) da detecção de uma infecção colectiva por enterovírus em três (3) crianças do sexo masculino e duas (2) crianças do sexo feminino, todas com dois (2) anos de idade, da Turma “Grande F” da Creche “O Coelhinho” da Associação Geral das Mulheres de Macau, situada na Rua de Nam Keng, na Taipa.
As crianças infectadas apresentaram os primeiros sintomas da infecção por enterovírus no passado dia 1 de Julho, tendo os pais recorrido a instituições médicas para tratamento das mesmas. Uma das crianças afectadas foi internada devido a febre persistente, encontrando-se de momento num estado de saúde estável e sem febre. Não foi registado nenhum caso com sintomas anormais do sistema nervoso ou outras complicações graves.
Os Serviços de Saúde já procederam à recolha de amostras para análise laboratorial e foram reforçadas as indicações ao estabelecimento em causa para a implementação de medidas que possam controlar o foco da infecção, tais como limpeza e desinfecção geral.
A infecção por enterovírus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro, a nível mundial, mas é no Verão que tem maior incidência. Este vírus é também a fonte de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como a doença de mãos, pés e boca, herpangina e outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica.
Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com fezes dos infectados, por gotículas de saliva ou por contacto com materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins-de-infância, especialmente, em actividades de jogos, facilmente ocorre um surto da doença de mãos, pés e boca, dado o enterovírus possuiu um elevado grau de contágio. No período inicial surgem sintomas, tais como, febre, dores de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus.
Os Serviços de Saúde estão atentos ao desenvolvimento da epidemia deste enterovírus e salientam que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar por si mesmo. Contudo, uma parte muito reduzida dos infectados pode sofrer de complicações fatais. Assim, os Serviços de saúde têm apelado aos pais, alunos, bem como ao pessoal das escolas, creches e lares para adoptarem as seguintes medidas preventivas:
Medidas pessoais:
● Lavar as mãos: Antes de tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou outros objectos sujos;
● Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel ao espirrar ou tossir, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas;
● Diminuir o contacto: Evitar lugares públicos densamente frequentados, multidões e lugares pouco ventilados;
● Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar para aumento da imunidade;
● Recorrer de imediato ao médico: Em caso de surgimento de sintomas de febre e doença de mãos, pé e boca ou herpangina, recorrer imediatamente a consulta médica, especialmente na ocorrência de sintomas graves.
Medidas a aplicar pelos estabelecimentos de ensino ou lares:
● Higiene ambiental: Manter a renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente contactam, tais como, mesas, cadeiras, brinquedos e paredes até à altura de 1 metro etc.;
● Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca ou herpangina, devem suspender a ida às aulas ou ao trabalho;
● Notificação oportuna: Em caso de surgimento de uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças ou os elementos do pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.