O Secretário Alexis Tam e os ministros da cultura e representantes do BRICS
O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, na qualidade de membro da delegação oficial da China, participou na 2.a Reunião dos Ministros da Cultura dos BRICS que teve lugar entre os dias 5 e 6 de Julho em Tianjin, presidida pelos ministros da cultura e representantes do BRICS, nomeadamente, Luo Shugang, Ministro da Cultura da China, Vladimir Medinskiy, Ministro da Cultura da Rússia, Mahesh Sharma, Ministro da Cultura da Índia, Adam Jayme Muniz, em representação do Ministro da Cultura do Brasil e Gerald Vusithemba Vusithemba Ndima, em representação do ministro nas áreas artísticas e culturais da África do Sul.
O Ministro da Cultura da China, Luo Shugang, na sua intervenção referiu que os BRICS possuem grandes riquezas culturais e com características próprias, não sendo apenas representantes importantes dos países emergentes, como também da civilização humana.
Ao longo dos últimos anos, sob liderança e orientação conjunta dos dirigentes dos cinco países, e com um espírito de abertura, tolerância, cooperação e vantagens mútuas, têm conseguido desenvolver a cooperação em três vertentes, nomeadamente a segurança política, económica e financeira, intercâmbio de características sociais, humanistas e culturais, assim como estabelecer mais estruturas de cooperação com diferentes dimensões e variáveis, tendo alcançado os resultados significativos para o desenvolvimento no futuro.
Luo Shugang revelou ainda que, com o intuito de implementar os acordos feitos entre os dirigentes dos cinco países, estes irão promover o intercâmbio de forma mais profunda e larga, assim como levar a cabo a cooperação de forma mais concreta e objectiva, de modo a que os resultados possam beneficiar efectivamente os povos dos BRICS.
O mesmo responsável apresentou, também, detalhadamente, os projectos de cooperação nos próximos cinco anos entre os BRICS em quatro áreas culturais, nomeadamente, o desenvolvimento cultural e artístico, a protecção dos patrimónios culturais, o desenvolvimento das indústrias culturais e o desenvolvimento sustentável cultural, sugerindo a elaboração do Plano de Acção relativamente à implementação do Acordo de Cooperação Cultural entre os Governos dos BRICS (2017-2021).
O Ministro da Cultura da China revelou ainda que as forças culturais podem ser aproveitadas para promover a economia e ultrapassar as dificuldades económicas, bem como promover o desenvolvimento sustentável social, e assim, o desenvolvimento da cooperação dos BRICS tem uma importância significativa.
No discurso proferido na reunião, Alexis Tam referiu que desde o retorno à Pátria em 1999, a bem sucedida implementação do princípio de “Um país, dois sistemas” permitiu a Macau conhecer um grande desenvolvimento a nível turístico. Florescem na cidade eventos internacionais de grande variedade – cultura, convenções e exposições, desporto, diversão, gastronomia, estando o Centro Histórico de Macau integrado na lista do Património Mundial da UNESCO. Na medida em que se forma e se desenvolve a região metropolitana da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, Macau será um ponto-chave que liga o sul da China ao mundo.
Mais afirmou que Macau, com o processo da candidatura para ser membro da Rede de Cidades Criativas da UNESCO na categoria Gastronomia em curso e o Centro Global para a Educação e Formação em Turismo criado em conjunto com a Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas, está disponível para contribuir para a melhoria da qualidade de mão-de-obra na área turística da Ásia Pacífica e do BRICS.
Macau, cidade em que se realizam anualmente vários eventos culturais de grande envergadura, nomeadamente, o Festival Internacional de Música de Macau, o Festival de Artes de Macau e o Festival Juvenil Internacional de Dança, vai envolver-se no intercâmbio cultural entre a China e os restantes estados-membros do BRICS, tendo em vista uma maior cooperação internacional, promovendo em conjunto o desenvolvimento sustentável da cultura.
No decurso da reunião, os países-membros manifestaram o seu apoio em relação ao Plano de Acção. O Brasil espera reforçar o intercâmbio entre os 5 países no âmbito das indústrias culturais e criativas, tendo formulado um convite aos restantes 4 países para a participação do encontro do Mercado de Indústrias Culturais do Sul, que será realizado em Abril de 2018, em São Paulo.
A Rússia, que está mais voltada para a cooperação cinematográfica, espera reforçar a cooperação através do “Festival de Cinema do BRICS” e concretizar a produção conjunta de filmes ou projectos de desenhos animados de grande envergadura.
A Índia anunciou que a cultura é um motor determinante que promove o desenvolvimento da economia e do turismo, e por isso, espera que com o Plano de Acção, haverá mais patrimónios históricos e culturais valiosos no futuro. A África do Sul, país em que realiza a Reunião dos Ministros da Cultura dos BRICS em 2018, deseja reforçar os laços de amizade entre os países, promover o diálogo a nível cultural e o desenvolvimento cultural comum.
Os ministros da cultura dos 5 países assinaram, em conjunto, o Plano de Acção para a execução do Acordo de Cooperação Cultural entre os Governos dos BRICS (2017-2021), tendo testemunhado a assinatura dos documentos que estabelecem a Aliança dos Museus Nacionais, a Aliança das Galerias de Belas-Artes, a Aliança das Bibliotecas e a Aliança do Teatro Infantil dos BRICS.
Em Junho de 2015, a primeira edição da Reunião dos Ministros de Cultura dos BRICS decorreu em Moscovo, Rússia. A realização da reunião é rotativa de entre os BRICS. A China assume, a partir de 1 de Janeiro do corrente ano, a presidência rotativa do grupo BRICS e a 9.ª reunião dos líderes do BRICS será realizada em Setembro na cidade de Xiamen, da Província de Fukien.
Durante a estadia em Tianjin, Alexis Tam esteve também presente no encontro entre a vice-primeira-ministra do Conselho de Estado, Liu Yandong e os ministros da cultura do BRICS, assim como assistiu ao espectáculo artístico-cultural denominado “Noite do BRICS”. Os assessores do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Olivia Lam e Charles Lam, assim como o subdirector do Instituto Cultural Ieong Chi Kin, estiveram também presentes na conferência.
