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Serviços de Saúde: Hepatite E transmitida a humanos por roedores não é peste. Não há razões para alarme


Os Serviços de Saúde esclarecem que o caso detectado em Hong Kong – Hepatite E transmitida a humanos por roedores – não deve levar a preocupações por parte dos cidadãos e esta situação não é peste. Contudo os residentes devem ter atenção à higiene ambiental e alimentar.

Segundo as informações recolhidas pelos Serviços de Saúde a Universidade de Hong Kong diagnosticou esta situação num paciente de 56 anos que recentemente efectuou um transplante de fígado.

Numa consulta de acompanhamento, dois meses após o transplante, o paciente manifestou uma anormalidade da função hepática. Após a realização de testes foi excluída a possibilidade da anormalidade estar relacionada com o doador do fígado ou que tenha existido infecção de transfusão de sangue. A avaliação clínica do caso verificou que o paciente tinha sido infectado com hepatite E e que esse vírus só poderia ser proveniente de roedores. Os investigadores acreditam que o paciente, que já teve alta hospitalar com funções hepáticas normais, foi infectado por alimentos contaminados com excremento de roedores.

A hepatite E é uma doença causada pelo vírus da hepatite E. Geralmente, os pacientes com a infecção pelo vírus da hepatite E podem ser autolimitada (self-limiting) dentro de 2 a 6 semanas, ou ocasionalmente, podem desenvolver hepatite fulminante (Falminanthepatitis, conhecida por insuficiência hepática aguda), e causar a morte.

O vírus de hepatite E tem 4 genótipos (de 1 a 4), sendo o patógeno comum de hepatite E humana. Entre eles, o vírus de genótipos 1 e 2 são transmitidos principalmente através de alimentos contaminados com excrementes humanos (por exemplo, moluscos bivalves não bem cozidos) ou de transmissão por fonte de água, ocorrendo frequentemente nas regiões com más condições de higiene. O vírus de genótipos 3 e 4 são transmitidos frequentemente através de carne ou fígado de porco, ingeridos crus ou mal cozinhados.

Em conformidade do relatório publicado pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) em 2017, o consumo de carne e fígado de porco crua ou mal cozido é a causa mais comum de hepatite E nos países da União Europeia. Quer o gene, quer a infecção humana, o vírus de hepatite E de roedores é muito diferente, em comparação de pacientes infectados gerais.

A hepatite E transmitido a humanos por roedores detectado em Hong Kong foi o 1º caso registado no mundo, também foi diagnosticado num paciente que tinha recebido um transplante de fígado.

Até ao momento, não se comprova que o vírus da hepatite E por roedores é facilmente transmitido aos humanos com função imunológica normal. Mas os pacientes submetidos a transplante de órgãos necessitam de terapia imunossupressora (immunosuppressive) a longo prazo, o que existe a maior oportunidade de infecção patogénica, porque os pacientes com função imunológica normal são menos susceptíveis à essa infecção.

Contudo os roedores têm possibilidades de propagação de peste, a febre hemorrágica epidémica, ascaridíase, entre outras doenças. A peste bubónica é causada pela bactéria Yersinia pestis (plague bacillus). As pulgas (Xenopsylla cheopis) podem ser transmitidas pelos roedores ao humano. A propagação da peste ocorre, um pouco por todo o mundo, mas nos utimos anos só tem sido registados casos em zonas recônditas ou subúrbios.

Actualmente, não existem vacinas para prevenção de hepatite E.

Com o intuito de assegurar a saúde de residentes, os Serviços de Saúde têm estado atentos à higiene de vários pontos comunitários (incluindo locais privados) e fiscalizado periodicamente pontos negros onde são registados problemas relevantes de higiene, ou em estaleiros não aproveitados. Alias têm sido emitidas indicações a proprietários para que eliminem fontes de proliferação dos mosquitos ou roedores.

Além disso, os Serviços de Saúde têm intensificado as acções preventivas junto do residentes, lojas e responsáveis de locais privados para que estes aumentem as condições de higiene junto a zonas residenciais. No primeiro semestre de 2018, foram realizados mais de 4.300 inspecções sanitárias e acompanhamentos, incluindo a prevenção e controle de mosquitos e roedores no âmbito das medidas preventivas de doenças transmissíveis lançadas pelo governo, no sentido de reduzir o risco de surto de doenças.

Os Serviços de Saúde alertam os residentes para manter a higiene ambiental, pessoal e alimentar, a fim de prevenir a infecção por vírus da hepatite E, nomeadamente: os alimentos crus e cozidos devem ser manuseados e armazenados separadamente; a carne de porco, fígado de porco, os moluscos bivalves devem ser bem cozinhados antes de comer. Caso sejam efectuadas viagens para regiões com más condições de higiene, não deve consumir a água não fervida ou bebidas com gelo.

Para mais informações, os residentes podem ligar para a linha de doenças transmissíveis dos Serviços de Saúde n.º 28 700 800 ou consultar as informações sobre doenças transmissíveis no sítio electrónico dos Serviços de Saúdehttp://www.ssm.gov.mo/csr/.