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Macau e Portugal incrementam cooperação nos domínios da economia, comércio, cultura, língua e ensino


O Chefe do Executivo, Chui Sai On, e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, fizeram hoje (20 de Outubro) declarações à comunicação social após a 5ª Reunião da Comissão Mista Macau-Portugal. As duas partes pretendem reforçar a cooperação bilateral nos domínios da economia, comércio, cultura, língua e ensino.

Ao falar à comunicação social, Chui Sai On revelou que na reunião ambos fizeram uma análise retrospectiva dos resultados da cooperação nas áreas do ensino, língua e cultura e da construção da plataforma de cooperação comercial entre China e Portugal, para além de uma antevisão à cooperação futura. Alcançaram consensos no que respeita ao aprofundamento do intercâmbio e cooperação em termos de inovação, empreendedorismo, cultura e desporto.

No aspecto económico, Chui Sai On revelou que Macau vai ajudar os empreendedores portugueses a deslocarem-se até às cidades integradas na Grande Baía de Guangdong, Hong Kong e Macau. O objectivo é auxiliar o intercâmbio, com o apoio à parte de Portugal para aproveitar as oportunidades do desenvolvimento da Grande Baía e da construção de “ Uma Faixa, Uma Rota”. O empreendedorismo jovem servirá como um ponto de partida à cooperação, no sentido de desenvolver-se o papel de plataforma do “centro de empreendedorismo para jovens da China e dos Países de Língua Portuguesa”. E acrescentou que, no próximo ano, planeia em convidar os projectos de empreendedorismo jovem de Portugal a fazerem exposições itinerantes e intercâmbios em Macau.

Nos domínios da cultura, língua e ensino, Chui Sai On acredita que Macau tem capacidade e experiência no campo educativo para se tornar na melhor base de formação em língua portuguesa da Ásia. Através da cooperação entre Macau e Portugal, irão criar-se mais cursos e entidades de pesquisa relacionados com a língua portuguesa. Entretanto, no próximo ano, a Comissão de Desenvolvimento de Talentos planeia assinar um memorando de cooperação com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) no sentido de oferecer bolsas de estudo aos alunos locais que frequentam cursos de pós-graduação em Portugal.

O Chefe do Executivo recordou também que, no próximo ano, se assinala o 70º aniversário da implantação República Popular da China, bem como o 40º aniversário das relações diplomáticas entre a RPC e a República de Portugal e ainda o 20º aniversário do regresso de Macau à Pátria. Segundo o mesmo responsável, Macau irá combinar as vantagens únicas das culturas chinesa e portuguesa, esforçar-se em desenvolver as funções de ponte de ligação entre a China e os países lusófonos, mantendo a amizade e as boas relações com Portugal, no sentido de contribuir para uma parceria estratégica abrangente entre a China e Portugal.

Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal revelou que as duas partes discutiram, na reunião, vários projectos de cooperação. Na economia vão promover conjuntamente o trabalho de salvaguarda dos direitos dos consumidores e, com a ajuda de Portugal, Macau vai discutir esses trabalhos com as entidades competentes dos países de língua portuguesa. No ensino superior, Augusto Santos Silva disse que os representantes das universidades de língua portuguesa vão proceder a um intercâmbio com os estabelecimentos de ensino superior de Macau para discutirem o reconhecimento mútuo de graus e títulos académicos, assim como a distribuição de bolsas de estudo.

O ministro português afirmou também que as relações amistosas entre Macau e Portugal podem ajudar o seu país a encontrar a porta e a ponte para a China, e a apoiar as empresas portuguesas em investimentos na China interior, o que não beneficia apenas a China e Portugal, mas também os outros países lusófonos, como o Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste.

Augusto Santos Silva disse ainda estar a aguardar pela visita do Presidente Xi Jinping a Portugal, em Dezembro. E acredita que, como Portugal e a China dão grande importância ao desenvolvimento sustentável da economia e do País, com base numa confiança mútua, haverá um melhor diálogo e entendimento entre os povos, empresas e governos dos dois países, promovendo-se, desse modo, o intercâmbio em todos os aspectos.