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Serviços de Saúde notificados para um caso de infecção colectiva por enterovírus Infecção por enterovírus activa em Macau – Serviços de Saúde alertam os residentes para a prevenção


Os Serviços de Saúde foram notificados, terça-feira (18 de Dezembro), para a detecção de um (1) caso de infecção colectiva por enterovírus na Turma A da Creche “Mong Há”, situada na Avenida de Venceslau de Morais, tendo sido infectadas quatro (4) crianças, três (3) do sexo masculino e uma (1) do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 2 e 3 anos.

Os primeiros sintomas da infecção por enterovírus manifestaram-se no passado dia 13 de Dezembro, tendo os pais recorrido a instituições médicas para tratamento das crianças. As crianças infectadas encontram-se em estado clínico considerado ligeiro, não havendo registo de qualquer caso de internamento, nem caso com sintomas anormais do sistema nervoso ou de outras complicações graves.

Os Serviços de Saúde já procederam à recolha de amostras para análise laboratorial e foram reforçadas as indicações à respectiva creche para a implementação de medidas para controlo do foco da infecção, tais como limpeza e desinfecção geral.

Os dados de monitorização dos Serviços de Saúde revelam que a infecção por enterovírus está a tornar-se activa em Macau, tem havido uma maior incidência de pessoas infectadas por enterovírus nos últimos dias, pelo que os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos que prestem atenção a máxima prevenção.

De acordo com os dados de monitorização de enterovirus, desde o início de Novembro de 2018, o número de casos de infecção por enterovírus registou um aumento de forma contínua. Até 17 de Dezembro de 2018, foram declarados 3.859 casos de enterovírus e nas últimas duas semanas foram declarados, semanalmente, 207 a 244 casos, o que representa um aumento de 142 e 153 casos, respectivamente, ou seja, o dobro de casos declarados no período homólogo, que foram de 78 a 97 casos. Desde Novembro do corrente ano até hoje, foram registados 20 casos colectivos de enterovírus, o que representa uma subida em comparação com o mesmo período do ano passado, no qual foram registados 5 casos. A par disso, desde o início até agora, foram registados 66 casos de infecção colectiva por enterovírus, e todos as ocorrências foram detectadas em creches e jardins de infância.

Relativamente à vigilância de patógenos laboratoriais, desde o início do corrente ano até hoje, foram detectadas pelo Laboratório de Saúde Pública 239 estirpes de enterovírus com uma taxa positiva de 36,5%, sendo principalmente o vírus Coxsackie. Entre as crianças infectadas pelo vírus Coxsackie, 8 pacientes com infecção do sistema nervoso, 4 do sexo masculino e 4 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 3 e os 50 dias, os quais foram infectados por contágio de uma criança infectada em casa, sendo que todos os pacientes já recuperaram e tiveram alta hospitalar. Foram detectados duas estirpes de enterovírus EV 71 em Setembro e Outubro e, em ambos os casos, os pacientes são do sexo masculino com 2 anos e 1 ano de idade, não havendo registo de qualquer caso com sintomas anormais do sistema nervoso ou de outras complicações graves e foram recuperados.

A infecção por enterovírus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro, a nível mundial, mas é no verão que tem maior incidência. Este vírus é tambem a fonte de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como doenças das mãos, pés e boca e herpangina e, outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica.

Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta as crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com as fezes dos infectados, pelas gotículas de saliva ou pelo contacto com materiais contaminados.

Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins-de-infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doença de mãos, pés e boca, porque o enterovírus possuiu um elevado grau de contágio. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus.

Os Serviços de Saúde estão a prestar atenção ao desenvolvimento da epidemia deste enterovírus e salientam que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar por si mesmo. Contudo, uma parte muito reduzida dos infectados pode sofrer de complicações, algumas, fatais. Assim, os Serviços de saúde têm apelado aos pais, alunos, bem como ao pessoal das escolas, creches e lares para adoptarem as seguintes medidas preventivas:

Medidas pessoais:

● Lavar as mãos: Antes de contactar os olhos, o nariz e a boca com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou outros objectos sujos;

● Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas;

● Diminuir os contactos: Evitar os lugares públicos densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados;

● Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar para aumentar a imunidade;

● Recorrer de imediato ao médico: Em caso de aparecimentode sintomas de febre e doença da mão, pé e boca ou herpangina, recorrer imediatamente a consulta médica, especialmente com ocorrência de sintomas graves.

Medidas a aplicar pelos estabelecimentos de ensino ou lares :

● Higiene ambiental: Manter uma renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente têm contacto, tais como, as mesas, as cadeiras, os brinquedos e as paredes até à altura de 1 metro etc.;

● Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca ou herpangina, devem suspender a ida às aulas ou ao trabalho;

● Notificação oportuna: Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças ou os elementos de pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.