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As contrapartidas dos investimentos das Reservas da Região Administrativa Especial de Macau do ano 2018 ascenderam a 1,58 mil milhões de patacas


Tendo em atenção aos vários impactos emergentes da disputa comercial entre a China e os Estados Unidos, do abrandamento do crescimento económico mundial e da contracção nas políticas monetárias dos Estados Unidos e dos países europeus, o ano 2018 foi o ano com mais flutuações em termos do ambiente de investimento, desde o Tsunami Financeiro ocorrido em 2008. Foram registadas perdas ou diminuições significativas de lucros nos principais fundos de fortuna/ pensões internacionais. A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) adoptou, tendo em conta o ajustamento profundo realizado no mercado financeiro, várias medidas de controlo de riscos e de natureza defensiva, registando-se, em 2018, um lucro de MOP1,58 mil milhões no investimento das reservas da RAEM, representando uma rentabilidade global de 0,33%, o que é semelhante ao comportamento dos fundos das reservas das jurisdições vizinhas.

Compensação da perda da Reserva Financeira pelo lucro da Reserva Cambial

Até finais de Dezembro de 2018, os valores dos capitais da Reserva Financeira cifraram-se em 508,8 mil milhões, representando um aumento anual de 3,8%, quando comparado com o ano anterio. De entre estes, a reserva básica representou MOP147,5 mil milhões e a reserva extraordinária MOP361,3 mil milhões. Na análise realizada ao nível do retorno do investimento trimestral, foram registados retornos positivos nos primeiros três trimestres. No entanto, face ao ajustamento significativo verificado, principalmente, no mercado bolsista, no 4º trimestre, foi registada uma perda em termos do valor contabilístico de MOP2,92 mil milhões nos investimentos anuais da Reserva Financeira, sendo a sua rentabilidade anual -0,57%. Atendendo a que a Reserva Cambial não detém qualquer carteira de acções, foi registado um lucro líquido de MOP 4,5 mil milhões, traduzindo um retorno global de MOP1,58 mil milhões, ao nível das reservas.

Flutuação constante do mercado bolsista e reforço do controlo de riscos, através de várias medidas

Desde o início de 2018, a AMCM adoptou várias medidas defensivas e de controlo de riscos, que conduziram a um melhor desempenho de vários tipos de activos das carteiras de investimentos, em relação ao desempenho de referência do mercado. Na análise realizada por tipo de activos da Reserva Financeira, registatam-se retornos estáveis para os activos do mercado monetário e ao nível do investimento de títulos. Apesar de a avaliação dos activos não americanos se revelar pressionada pelo fortalecimento do dólar americano, a AMCM aumentou, oportunamente, o peso do “hedging” dos activos não americanos, o que teve como resultado um controlo eficaz dos riscos cambiais e o registo de uma receita anual de MOP1,26 mil milhões. Paralelamente, aumentou-se o peso dos títulos de taxa fixa e taxa variável com prazo relativamente curto, de modo a diminuir a influência negativa do mercado de títulos, resultante da subida de taxa de juro da Reserva Federal dos Estados Unidos da América.

Face ao mau ambiente de investimento de 2018, o valor de acções internacionais desceu de forma significativa, tendo-se registado uma perda no investimento em acções, da gestão externa. A AMCM tomou a sua iniciativa de diminuir o peso da alocação em acções, tendo reduzido, de forma eficaz, a perda do valor contabilístico da Reserva Financeira, no contexto do ajustamento significativo do mercado bolsista internacional.

Gestão de investimento da Reserva Financeira com os princípios de “segurança, eficácia e estabilidade”

Desde o estabelecimento da Reserva Financeira em 2012, a rentabilidade anual tem sido de 1,7%. Com vista a elevar o retorno de investimento a médio e longo prazo, a Reserva Financeira tem vindo a aumentar gradualmente o investimento em acções, desde 2015. A detenção de certo número de activos em acções, por um lado, favorece o aumento do retorno da Reserva Financeira a médio e longo prazo, e por outro, permite enfrentar a flutuação de preços, no curto prazo. Não obstante o ambiente do mercado ter piorado em 2018, a rentabilidade anual média, no período de 2017 a 2018, foi superior a 2%, o qual foi significativamente superior à rentabilidade anual do período de 2015 a 2016 que foi inferior a 1%.

Em relação às perspectivas para o ano de 2019, considerando que as organizações internacionais têm vindo a diminuir as suas estimativas relativas ao crescimento das principais economias e a existência de vários factores de incerteza no mercado de investimento, deve assumir-se uma postura cautelosa face aos riscos de queda. Por seu turno, a AMCM monitorizará, atentamente, a evolução da economia internacional e do mercado financeiro e continuará a gerir os investimentos das reservas, de acordo com os princípios da “segurança, eficácia e estabilidade”, de modo a alcançar o objectivo do aumento do retorno do investimento a médio e longo prazo, através do recurso a empresas de consultaria para fiscalização permanente do comportamento do investimento da gestão externa, bem como do fortalecimento de estabelecimento de sistema de gestão de investimento das reservas.


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