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Sistema “olhos no céu” em locais isolados combate de forma mais eficiente a criminalidade


O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, afirmou, hoje (25 de Novembro), que o ambiente de segurança de Macau manteve-se estável, nos primeiros nove meses do corrente ano, a taxa de criminalidade foi basicamente idêntica ao mesmo período do ano passado, e revelou que a quarta fase do sistema “olhos no céu” ficará concluída no primeiro trimestre do próximo ano, com a instalação de 800 câmaras de videovigilância em locais isolados e em zonas com eventuais riscos de segurança, acreditando-se que produzirá efeitos dissuasores para a combate à criminalidade.

Esta manhã, o secretário, que presidiu à conferência de imprensa sobre o balanço da criminalidade e apresentação de estatísticas sobre a aplicação da lei nos primeiros nove meses de 2019, revelou que a taxa de criminalidade registou um acréscimo ligeiro de 0,4 por cento, comparando com o mesmo período do ano passado, mas alguns tipos de criminalidade, por exemplo o crime de “sequestro”, “usura” e “passagem de moeda falsa”, principalmente em locais de entretenimento e zonas periféricas registaram uma subida ligeira. No entanto, explicou que esta subida tem a ver com a intensificação dos patrulhamentos e de combate da Polícia nessas zonas periféricas.

Adiantou que os primeiros nove meses do corrente ano registaram 61 crimes de roubo, ou seja, um aumento de 29,8 por cento comparando com o período homólogo do ano passado, sendo que a maioria deles ocorreu em estabelecimentos hoteleiros e em pontos negros de segurança. O mesmo responsável indicou que a Polícia reforçou os trabalhos de patrulhamento e de combate aos “burlões de troca de dinheiro” nos casinos e nas suas zonas periféricas. Contudo, apela também ao público para não se deslocar sozinho aos pontos negros durante a noite, mantendo-se sempre alerta contra pessoas suspeitas. Wong Sio Chak acredita que a conclusão da 4.ª fase do sistema “olhos no céu”, no primeiro trimestre do próximo ano, que integra a instalação de 800 câmaras de videovigilância em locais isoladas e em zonas com eventuais riscos de segurança, produzirá efeitos dissuasores para a prevenção e combate à criminalidade nessas zonas.

O secretário afirmou que a entrada em funcionamento do sistema “olhos no céu” produziu efeitos notáveis na investigação policial, acrescentando que o estudo sobre a escolha dos locais para a instalação das quinta e sexta fases de câmaras do referido sistema, ficará concluído no primeiro trimestre do ano 2020. Prometeu empenhar-se para que essas duas fases se encontrem em funcionamento nos anos de 2022 e 2023, respectivamente. Após as quais, o número total de câmaras será de 2600. Adiantou que, a par disso, será também aumentado o número de câmaras nos locais de grande concentração de pessoas, tais como nos arredores de escolas, paragens de transporte público e de centros comerciais, bem como, conforme as necessidades, na ilha artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, ao Posto Fronteiriço Qingmao e outros novos empreendimentos.

Nos primeiros três trimestres do corrente ano ocorreram cinco casos de “estupro”, representando uma subida de três casos comparativamente ao período homólogo. Os casos de abuso sexual de crianças totalizaram 11 casos, ou seja, menos três comparando com o período homólogo do ano anterior. Entretanto, foram registados 32 crimes de violação, representando uma subida de 13 casos comparado com período homólogo, sendo que em mais de metade dos casos, o ofendido e o suspeito, não eram residentes de Macau e a maioria ocorreu em locais de entretenimento e dentro de hotéis ou nas suas proximidades, não sendo de excluir que alguns desses casos estejam ligados a negócios relacionados com a prostituição. Wong Sio Chak revelou que a Polícia presta muita atenção a esses crimes, tendo já intensificado o patrulhamento e o combate nos locais de entretenimento e nas zonas periféricas, como também, em cooperação com os serviços competentes, reforçado a sensibilização e a educação da segurança pessoal dos residentes e dos turistas. Em simultâneo, a Polícia ajudou os serviços educacionais a realizar palestras para uma maior consciencialização e autoprotecção dos estudantes dos ensinos primário e secundário.

Relativamente ao “crime informático”, houve um aumento de 35 casos, 20,8 por cento em comparação com o período homólogo do ano transacto, mas uma tendência de desaceleração do número de casos comparando com os primeiros dois trimestres do ano. No âmbito deste crime, a “despesa com cartão de crédito” é a mais relevante, tendo-se registado um total de 83 casos, significando um aumento de 26 casos. A Polícia tem colaborado com outros serviços para a realização de várias actividades de sensibilização e de educação, para reforçar a consciencialização de protecção de dados pessoais e de contra burlas.

O mesmo responsável considerou que a revisão e o aperfeiçoamento da “Lei de combate à criminalidade informática” decorrem a bom ritmo, após o que será reforçado o combate às emissoras de mensagens spam e prevenindo-se a revelação de eventuais lacunas de segurança informática, permitindo também, através do sistema informático inicial de Macau a obtenção legal da cópia dos dados informáticos que se encontrem armazenados fora do território para servirem de medidas probatórias do processo penal, a fim de reprimir mais eficazmente o crime informático e garantir a segurança dos bens patrimoniais e de dados pessoais dos residentes.

Entretanto, nos primeiros nove meses do corrente ano, registaram-se 94 casos de crimes de tráfico de droga que envolveram 154 pessoas, um aumento de 3,3 por cento, comparativamente ao período homólogo do ano passado, dos quais 82 pessoas são residentes de Hong Kong, ou seja, um aumento de 27 pessoas comparando com o mesmo período do ano passado, sendo a maioria jovem, sem emprego, recrutada de forma bem paga por redes de tráfico de droga de Hong Kong. Wong Sio Chak revelou que as polícias e os serviços alfandegários de Guangdong, Hong Kong e Macau têm reforçado a cooperação conjunta, criando mecanismos de prevenção e de controlo conjunto, desencadeando várias operações conjuntas para o combate ao crime de droga transfronteiriço e investigando a origem da droga, com vista a combater este tipo de crime e desmantelar as redes de tráfico de droga. A Polícia também envia aleatoriamente agentes aos postos fronteiriços para realização de trabalhos de interceptação e apreensão de droga, detectando com sucesso vários casos de tráfico de droga transfronteiriço.

Relativamente à avaliação do impacto do desenvolvimento do sector do jogo na segurança de Macau, Wong Sio Chak indicou que os processos instaurados por crimes conexos a esta actividade entre os meses de Janeiro e Setembro pelas autoridades policiais registaram um aumento de 19,5 por cento, comparativamente ao período homólogo de 2018. Disse acreditar que uma das razões principais para o aumento deste número deve-se ao facto das autoridades policiais terem incrementado as inspecções em estabelecimentos de jogo, com o objectivo de garantir que as comemorações e eventos de grande escala sejam um sucesso. Mencionou ainda que a maioria dos suspeitos e das vítimas não são residentes de Macau, e nem existe indícios de que estes crimes tenham extravasado para fora dos casinos. O secretário disse que, até à presente data, a Polícia não recebeu informações sobre o desenvolvimento anormal das associações secretas como decorrente do ajustamento e do desenvolvimento do sector do jogo, o desenvolvimento no sector do jogo de Macau, não trouxe, até agora, quaisquer consequências negativas para a situação de segurança local.

Tendo em conta que a maioria dos casos de crime de usura envolvem indivíduos estrangeiros e são de natureza transfronteiriça, a Polícia continua a reforçar o intercâmbio e a desenvolver a cooperação com os departamentos congéneres dos países e regiões vizinhas. Em 28 de Outubro, a Polícia de Macau e a Polícia de Zhuhai realizaram uma operação conjunta denominada “Operação de Duas Lanças”, da qual resultou o desmantelamento de uma associação criminosa transfronteiriça por prática de usura, envolvida em vários casos tais como usura, sequestro, uso de documento de identificação alheio, falsificação de documentos, entre outros. Nesta operação, a Polícia de Macau conseguiu deter 38 membros dessa associação, recuperando 5,5 milhões dólares de Hong Kong.