O Director dos Serviços de Saúde, Dr. Lei Chin Ion, afirmou domingo, 1 de Março de 2020, na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus que o Governo da RAEM decidiu programar para sábado (7 de Março), a realização de um vôo fretado à Air Macau com destino ao aeroporto de Wuhan para transportar os residentes que estão naquela cidade e em localidades vizinhas, sendo que 65 residentes de Macau cumprem os critérios definidos para este vôo sendo que 50 residentes já confirmaram a intenção de apanhar este vôo. O Director dos Serviços de Saúde salientou que, além do trabalho cuidadoso que se está a fazer quer à entrada, quer à saída de Macau, a intenção agora com este vôo fretado é fazer um trabalho minucioso nos exames de saúde aos residentes de Macau antes do embarque, das medidas de protecção, bem como o transporte, isolamento e desinfecção de todas as pessoas e bagagens depois da chegada a Macau.
O Dr. Lei Chin Ion salienta que o risco desta operação é muito alto. Face a que a taxa de incidência em Wuhan é de 1 a 10%, se acontecer alguma situação de risco cerca de 14 dos 148 residentes de Macau transportados podem ser infectados, esta situação também ocorreu nas operações de retirada ou evacuação de outros países, em que foram detectados casos confirmados após o regresso ao destino. Os profissionais de saúde e outros trabalhadores que irão seguir neste vôo fretado devem fazer um bom trabalho de protecção, pois os riscos que correm também são elevados. Como os resultados dessa operação não são previsíveis, o Governo deve realizar esta operação baseado nos piores cenários e com base em planos detalhados.
O director dos Serviços de Saúde, referiu, ainda, que os residentes de Macau em Hubei devem primeiro preencher um formulário de auto-avaliação de saúde para que as autoridades possam entender o seu percurso recente, nomeadamente se visitaram hospitais, tiveram contacto como doentes confirmados ou se apresentaram sintomas nos últimos 14 dias.
Os residentes não podem declarar informações falsas, caso contrário, podem ser criminalmente responsabilizados. De acordo com o formulário as autoridades vão avaliar se as pessoas podem ou não embarcar no vôo fretado. As autoridades apelam aos residentes para cuidem bem da sua saúde, bem como da saúde dos demais concidadãos, e para preencheram a documentação com sinceridade. Se a sua avaliação de saúde não for qualificada, não viaje para o aeroporto de Wuhan, porque não será autorizado a embarcar no avião, além de que o risco de ser infectado na viagem até ao aeroporto é elevado.
O director dos Serviços de Saúde também destacou que a bagagem dos residentes de Macau deve ser simples e não podem transportar bagagem de mão a bordo. Toda a bagagem precisa ser esterilizada de maneira uniforme, pelo que não possam trazer produtos especiais locais ou comida para Macau.
No avião, todos os funcionários e residentes de Macau devem usar um conjunto completo de equipamentos de protecção a bordo. Após o embarque, os residentes de Macau não podem andar no avião, nem usar a casa de banho (são fornecidas fraldas), nem comer e beber e devem usar máscara durante toda viagem. Quer no embarque quer no desembarque devem ser rápidos para reduzir o risco de infecção cruzada. Estas pessoas também devem aceitar serem isoladas no Centro Clínico de Saúde Pública para observação médica imediatamente após a chegada a Macau para garantir que não haja transmissão comunitária em Macau.
Por fim o Dr. Lei Chin Iong declarou que esta operação de enviar um avião fretado foi concretizada somente após uma estreita comunicação entre os departamentos relevantes do Governo da RAEM. Embora o isolamento in loco e o tratamento médico in loco sejam os melhores do ponto de vista científico, devido ao forte pedido dos residentes de Macau em Hubei para regressar a Macau, o próprio Governo da RAEM tem a responsabilidade inevitável de ajudar os residentes de Macau e, por conseguinte, deve enfrentar e lidar com este assunto, tendo, assim, decidido enviar o vôo fretado.
Os trabalhadores neste vôo, incluindo os profissionais de saúde, pessoal da Direcção dos Serviços de Turismo e os funcionários da companhia aérea, etc., são participantes voluntários e, uma vez a equipa médica recebeu treino profissional, o eventual regresso às actividades profissionais só será decidida após o regresso a Macau, tudo dependerá da situação real.
O pessoal com menos experiência profissional irá ter observação médica após o regresso a Macau. O director dos Serviços de Saude enfatizou que a ausência de novos casos em Macau durante 26 dias consecutivos é resultado dos esforços conjuntos do Governo e dos cidadãos de Macau. Actualmente, o risco de surtos na comunidade é muito baixo, mas os cidadãos devem continuar a manter a prevenção e continuar a manter as medidas de protecção pessoal, evitando a concentração.
A Coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou, relatou que, nas últimas 24 horas, não foram registados casos confirmados da infecção pelo COVID-19 em Macau. Os dois (2) doentes confirmados que ainda estão na enfermaria de isolamento do CHCSJ são considerados casos ligeiros sem febre nem dificuldades respiratórias significativas.
Até às 14 horas do dia 1 de Março, tinham sido registados 1.806 casos suspeitos (incluindo os 10 casos confirmados). Em 1.779 casos foi excluída a infecção. Há 17 casos suspeitos cujo resultado do teste ainda está pendente. Foram acompanhados clinicamente 74 pessoas consideradas como casos de contacto próximo e 71 delas concluíram o isolamento preventivo. Nas últimas 24 horas foram analisadas pelo Laboratório de Saúde Pública 89 amostras.
Relativamente aos imigrantes que visitaram a Coreia do Sul nos 14 dias antes de entrar em Macau e necessitam de receber 14 dias de observação médica, nas últimas 24 horas foram acrescentados 6 residentes de Macau. Desde o dia 26 de Fevereiro, pelas 12h00, data em que as medidas restritivas de entrada a indivíduos provenientes da Coreia do Sul foram aplicadas, existem 37 residentes de Macau submetidos a observação médica domiciliário por terem visitado a Coreia de Sul, dos quais 2 de nacionalidade coreana, 3 de turistas do Interior da China e 32 residentes de Macau. Entre eles, 24 residentes de Macau optaram por observação em casa, 11 pessoas em locais designados e 2 pessoas estão a ser examinadas no hospital devido a apresentarem sintomas. Além disso, desde ontem, nenhuma pessoa que entrou em Macau esteve na Itália ou no Irão nos últimos 14 dias entrou. Para os 24 residentes de Macau que estão a receber observações médicas domiciliárias, os Serviços de Saúde enviam pessoal ou telefonam todos os dias para perguntar sobre a situação. (A PSP também indicou que a autoridade enviou agentes oficiais a realizar inspecção em casas delas, nas diferentes alturas todos os dias. As pessoas relevantes cooperaram de forma dinâmica e não foram encontradas violações). Leong Iek Hou salientou que apesar de ter elaborado várias orientações de reabertura dos trabalhos destinadas aos diferentes sectores, o ambiente de centro de explicação e instituições de educação contínua é muito denso, portanto recomenda-se que os alunos que regressem do Interior da China para Macau pelo menos durante 14 dias devem evitar a recorrer aos locais referidos. Também apelou ao público não irem ao Interior da China, a menos que necessário, e aqueles que ainda estão na China, incluindo os alunos em idade escolar, devem regressar a Macau o mais rápido possível. Face à reabertura dos centros de explicação e de outros sectores, há possibilidade tomar as medidas correspondentes para quem esteve no Interior da China. Além disso, sublinhou que o Governo da RAEM comprou 12.000 doses do reagente de COVID 2019, e realizou já mais de 3.000 testes de ácido nucleico. Actualmente, há stock suficiente e não há dificuldade para comprar novos reagentes. Aliás o Governo está a comprar reagentes de forma contínua.
A responsável da UTLAP, Leong Pui San relatou a organização de reabertura de estabelecimentos médicos privados salientando que a mesma só é aconselhada aos espaços que não estejam em zonas habitacionais.
Turismo
A Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Inês Chan, salientou que actualmente, há 164 residentes de Macau e acompanhantes familiares na Província de Hubei, 16 dos quais não têm BIR de Macau;
Acrescentou que só os residentes de Macau podem ser transportados pelo Governo da RAEM e eles devem ter vontade de regressar a Macau, bem como devem ser devidamente avaliados se têm condições para embarcar no avião. Das 164 pessoas em Hubei, há um total de 56 deles (com menos de 18 anos de idade) dispostas a regressar a Macau, incluindo: 14 pessoas com menos de 3 anos, 32 pessoas com 3 a a 12 anos de idade e 10 pessoas com idade compreendida entre 13 e 18 anos. A Dr.ª Inês Chan apontou que os menores precisam de estar acompanhados por um tutor, no regresso a Macau, para que possam assinar os documentos relevantes aquando do tratamento médico no centro de isolamento ou no hospital. Nesta operação de transporte, haverá apenas duas categorias de pessoal: equipa médica e outras pessoais, para evitar desperdiçar recursos médicos.
A DST irá avaliar a situação que o risco assumido pelo número de funcionários possa ser reduzido o mais baixo, por exemplo, tendo em conta de divulgar notícias ao público em tempo adequado, se há necessidade de envio de pessoal relevante para voos fretados, se é necessário o fotógrafos e jornalistas para acompanhar, ou se outros funcionários podem compartilhar esse trabalho, todos isto ainda está em avaliação. Relativamente ao 2.º grupo de residentes de Macau que estão em Hubei, a organização de transporte será promovida de acordo como a situação epidémica e as necessidades reais, até ao momento, não há calendarização concreta. A Dr.ª Inês Chan sublinhou que o Governo da RAEM tem dado apoio aos residentes de Macau que estão em Hubei para que eles possam regressar a Macau.
A DST divulgou que actualmente, 69 pessoas estão sujeitas aa isolamento na Pousada Marina Infante Hotel, sendo 60 trabalhadores não residentes, sete (7) residentes de Macau e duas (2) pessoas da Coreia do Sul. O Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT) recebeu no total o registo de 30 pessoas que se encontram na Coreia do Sul para regressar a Macau através de Hong Kong. Entre 26 de Fevereiro e 1 de Março, 21 pessoas já regressaram a Macau e no dia 2 de Março irão chegar 9 residentes.
Segundo a organização de companhia aérea, qualquer residente de Macau que comprou o voo da Coreia do Sul para regressar a Hong Kong deve ligar a linha verde +853 2833 3000 para efectuar o registo. Devido à reabertura de estabelecimentos de entretenimento, como bares, Health Club, no dia 2 de Março, a DST ira realizar inspecções in loco. Durante inspecções, se verificado se a lotação dos espaços diminuí, enquanto o Health Club, será analisado se houve redução de equipamentos e separação entre utentes, a fim de cumprir as orientações emitidas pelos Serviços de Saúde.
Corpo de Polícia de Segurança Pública
O Chefe da Divisão de Operações e Comunicações do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Dr. Ma Chio Hong, relatou a situação geral sobre a entrada e saída, acrescentou que nos termos da Lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis e respectivas orientações, desde o dia 29 de Fevereiro, até à meia-noite, os visitantes provenientes das áreas de alta incidência foram transferidos aos dois postos de exames médicos temporários, no Campo dos Operários da Associação Geral dos Operários de Macau e no Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, 1.120 e 1.431 visitantes, respectivamente, para serem submetidos a exames médicos. 156 visitantes recusaram exames médicos e optaram por regressar ao Interior da China. Oito (8) residentes de Macau foram encaminhados para exames médicos devido a deslocações frequentes e anormais diárias entre Macau e o Interior da China.
Estiveram presentes na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus: o Director dos Serviços de Saúde, Dr. Lei Chin Ion, a Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo, Dr.ª Inês Chan, a Responsável da Unidade Técnica de Licenciamento das Actividades e Profissões Privadas de Prestação de Cuidados de Saúde, Dr.ª Leong Pui San, a Coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Dr.ª Leong Iek Hou, e o Chefe da Divisão de Operações e Comunicações do CPSP, Dr. Ma Chio Hong.
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