Nas estatísticas divulgadas pela Autoridade Monetária de Macau constata-se que os investimentos dos residentes de Macau - incluindo indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo as reservas cambiais da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes, calculados a preços de mercado em 30 de Junho de 2020, registaram um valor de 964,2 mil milhões de patacas, ou seja, +4,6% face a 31 de Dezembro de 2019 e +19,3% face ao período homólogo de 2019. Entre os vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital (incluindo fundos mútuos e investimentos em trusts), obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo situaram-se em 296,4 mil milhões, 632,5 mil milhões e 35,3 mil milhões de patacas, respectivamente. Relativamente ao final de 2019, o valor de mercado das obrigações a longo prazo subiu 8,6%, ao passo que o valor de mercado dos títulos representativos de capital e o das obrigações a curto prazo desceram 1,1% e 10,4%, respectivamente.
Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 57,7%, sendo a restante aplicada principalmente no Atlântico Norte e Caraíbas (18,9%), na Europa (10,5%), na América do Norte (9,8%) e na Oceânia (1,9%).
O investimento nos títulos emitidos por entidades no Interior da China (incluindo títulos listados em bolsas no exterior) continuou a ser predominante, representando 36,8% da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau. O respectivo valor de mercado atingiu 354,4 mil milhões de patacas, ou seja, menos 1,7% face ao final de 2019. Refira-se que os investimentos consistiram em 115,0 mil milhões em títulos representativos de capital, 220,6 mil milhões em obrigações a longo prazo e 18,8 mil milhões em obrigações a curto prazo, os quais correspondem, respectivamente, a 38,8%, 34,9% e 53,3%, do total nas respectivas categorias. Entretanto, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades na Região Administrativa Especial de Hong Kong cresceu de 12,8% para 15,1%, tendo aumentado 23,5% o valor de mercado (145,7 mil milhões de patacas). Note-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram, respectivamente, 56,7 mil milhões e 76,6 mil milhões de patacas em valor de mercado.
A carteira de investimentos dos residentes de Macau emitidos por entidades no Atlântico Norte e Caraíbas continuou a aumentar. O valor de mercado de investimentos nestas regiões alcançou 181,8 mil milhões de patacas, o que equivale a um crescimento de 4,5% relativamente ao final de 2019, enquanto o respectivo peso permanecia em 18,9% do total da carteira de investimentos no exterior. Em particular, subiu 11,0% o valor de mercado da carteira de investimentos nas Ilhas Caimão, cifrando-se em 89,9 mil milhões de patacas.
A quota de investimentos em títulos europeus diminuiu 0,1 ponto percentual face ao final de 2019, situando-se em 10,5%, enquanto o seu valor de mercado aumentou 3,6% para 101,3 mil milhões de patacas. Entre os países europeus, os investimentos no Reino Unido, no Luxemburgo e na Irlanda representaram os maiores pesos, com valores de mercado de 27,3 mil milhões, 17,5 mil milhões e 14,1 mil milhões de patacas, respectivamente.
A maior parte dos investimentos na América do Norte concentrou-se nos Estados Unidos da América, onde os investimentos dos residentes de Macau cifraram-se em 84,4 mil milhões de patacas em valor de mercado, com uma subida de 3,4% relativamente ao final de 2019. Contudo, o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior caiu de 8,9% para 8,7%.
Quanto aos títulos emitidos por países localizados ao longo do percurso de “Uma Faixa, Uma Rota”, com exclusão dos da China, detidos por residentes de Macau, o seu valor de mercado desceu 3,3% face ao final de 2019 para 67,9 mil milhões de patacas, o que representa 7,0% do total da carteira de investimentos no exterior. Em simultâneo, o valor de mercado da carteira de investimentos em países de língua portuguesa atingiu cerca de 440,2 milhões de patacas, o qual foi aplicado em títulos emitidos por entidades de Portugal e do Brasil.
O Inquérito à Carteira de Investimentos (ICI) é realizado conjuntamente pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em conformidade com as metodologias estatísticas promovidas pelo Fundo Monetário Internacional.