Anualmente, a 1 de Dezembro, assinala-se no âmbito do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) o “Dia Mundial de Luta Contra a SIDA” de modo a aumentar os conhecimentos e a atenção do público à problemática da SIDA, assim como relembrar as pessoas que faleceram devido ao SIDA.
Até finais de 2019, de acordo com os dados mais recentes da UNAIDS, existem em todo o mundo cerca de 38 milhões de pessoas que vivem com HIV, das quais 81% sabem que estão infectados e entre estes últimos cerca de 82% estão a receber tratamento anti‑retroviral. Das pessoas infectadas e em tratamento, cerca de 88% do vírus no corpo está actualmente suprimido. Infelizmente o objectivo “90-90-90” não será alcançado em 2020 (ou seja, 90% dos infectados são diagnosticados; 90% das pessoas diagnosticadas recebam tratamento; e os vírus são suprimidos em 90% das pessoas que recebem tratamento).
O progresso global na luta contra a SIDA tem sido notável, mas desigual, especialmente no trabalho sobre a expansão do tratamento anti-retroviral. Em 2019, 690.000 pessoas morreram de doenças relacionadas com a SIDA e 12,6 milhões de pessoas infectadas ainda não conseguiram ter acesso ao tratamento que lhe permite salvaguardar a vida. Aliás, o trabalho a nível global, referente à prevenção das novas infecções, está muito aquém das metas estabelecidas. Em 2019 cerca de 1,7 milhões de pessoas foram infectadas, três vezes mais do que a meta global. Muitos grupos vulneráveis ainda estão a ser deixados para trás. Cerca de 62% das novas infecções ocorrem em grupos-chave, como pessoas que não usam drogas injectáveis, homossexuais em particular no sexo masculino (HSH), transgénero, trabalhadores do sexo, prisioneiros e os seus parceiros sexuais.
Os factos estudados comprovam que o estigma, a discriminação, a desigualdade social e a exclusão social são os principais obstáculos na luta contra a SIDA. A pandemia provocada pelo vírus SARS-Cov-2 tem provocado efeitos graves e tem atrasado, ainda mais, o trabalho no combate a SIDA, pelo que o UNAIDS apela a todos os países para aumentarem o investimento na prevenção e tratamento destas duas doenças.
Em Macau, entre Janeiro e Outubro do corrente ano, os Serviços de Saúde registaram 36 casos de infecção pelo vírus da SIDA. Destes, 20 são residentes locais, todos do sexo masculino. Em 10 casos foram diagnosticados em indivíduos com idades compreendidas entre os 30 e os 39 anos, e oito (8) casos no grupo etário dos 20 aos 29 anos.
As infecções por contacto homossexual ou intersexual representam a maioria dos novos casos, no total 15, seguido pelo contacto heterossexual, 3 casos e a via de transmissão dos restantes dois (2) casos ainda está a ser determinada. Entre estes 20 casos, 18 casos estão a ser acompanhados pelo Centro Hospitalar Conde de São Januário e os restantes dois (2) casos morreram.
Desde 2015, os residentes locais infectados pelo vírus da SIDA através de contacto homossexual ou intersexual têm vindo a aumentar.
Para fazer face a este crescimento os Serviços de Saúde têm vindo a publicar anúncios sobre testes periódicos nas páginas electrónicas e aplicações para telemóveis para os HSH de Macau, nestas plataformas sociais têm sido realizados trabalhos de proximidade online, bem como têm sido disponibilizados preservativos e lubrificantes em locais nocturnos onde é conhecida a frequência de HSH, apoiando as organizações não governamentais na realização de actividades promocionais preventivas nos locais nocturnos, entre outros, de forma a prestar eficazmente serviços de prevenção e controlo necessários e adequados ao grupo de HSH de Macau.
Desde Agosto de 2019 que os Serviços de Saúde subsidiam organizações não governamentais para desenvolverem programas de prevenção e controlo da SIDA, incluindo serviços de proximidade in loco e na Internet, linha verde, teste rápido, encaminhamento médico, actividades de grupo e formação, de modo a evitar a propagação do vírus da SIDA entre os grupos, bem como permitir aos infectados o diagnóstico precoce e o tratamento precoce.
Nos últimos anos, os Serviços de Saúde têm vindo aumentado a sensibilização das pessoas para a realização do teste do vírus da SIDA, disponibilizando uma variedade de opções de teste. Em breve os Serviços de Saúde vão lançar um programa piloto de auto teste do HIV para que os residentes possam proceder a realização do teste em casa e aceder de imediato ao resultado, no sentido de proteger, ainda mais, a sua privacidade. Os Serviços de Saúde anunciarão em breve as medidas associadas e este programa piloto.
Os interessados em fazer o teste rápido do vírus da SIDA, podem contactar a linha aberta dos Serviços de Saúde n.º 28500600, durante o horário de expediente, ou dirigir-se directamente a outros pontos de prestação de serviços de teste rápido gratuito.
Mais informações disponíveis no website www.ssm.gov.mo/hivtest/.