De acordo com os resultados do Inquérito de Conjuntura ao Sector Industrial Exportador (I.C.S.I.E.) referente ao 4.º trimestre de 2020, a duração média mensal da carteira de encomendas das empresas inquiridas foi de 3,1 meses, superiores aos 2,8 meses registados no 3.º trimestre de 2020.
A carteira de encomendas detida pelos sectores de “produtos farmacêuticos”, “vestuário e confecções”, “equipamentos electrónicos/eléctricos”, e “outros sectores” foi de 4,9, 3, 2,8 e 2,5 meses, respectivamente.
No que concerne aos mercados de destino das exportações, da análise ao “Índice geral da situação de encomendas trimestral por mercados”, as empresas inquiridas consideraram, em geral, que os EUA e o Interior da China eram os mercados de destino com performance relativamente melhor, apresentando um índice de 27,2% e 23,2%, respectivamente.
No que respeita às perspectivas das exportações para os próximos seis meses, as empresas inquiridas que anteciparam uma perspectiva optimista desceram para 28,9% no trimestre em análise, representando um decréscimo de 22,7 pontos percentuais face ao 3.º trimestre de 2020 (51,6%), mas um acréscimo de 13 pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado (15,9%). Destas referidas, apenas 0,4% previram um “aumento acentuado”, 28,5% previram um “ligeiro crescimento”. As empresas que anteciparam uma evolução menos favorável foram de 45,6%, subindo, respectivamente, 39,3 e 4,2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado. De entre estas, 38,6% apontaram para um “ligeiro decréscimo” e 7% para um “forte declínio”. As empresas que previram uma situação “semelhante” desceram de 42,1% no trimestre anterior, para 25,5% no trimestre em análise, correspondendo a uma quebra de 16,6 pontos percentuais. Os empresários industriais locais tiveram menos confiança quanto às perspectivas das exportações para os próximos seis meses em comparação com o trimestre precedente, o que reflecte que a epidemia do novo tipo do coronavírus continua a afectar a economia global, existindo ainda incertezas quanto à recuperação económica. A emoção dos empresários industriais do sector de exportação, após mostrada elevação no terceiro trimestre de 2020, tornou-se descida obviamente no trimestre em análise, o que reflecte que os mesmos tomaram uma atitude prudente em relação às perspectivas de exportações.
No tocante ao mercado de emprego, o número de trabalhadores da indústria transformadora para exportação registou um ligeiro aumento de 1,3% face ao trimestre anterior, mas uma redução de 12,4% em comparação com o período homólogo do ano passado. Por outro lado, 39,7% das empresas inquiridas afirmaram ter enfrentado a situação da insuficiência de trabalhadores, sendo esta percentagem superior à verificada no trimestre anterior (34,4%) e no idêntico período do ano passado (39,3%). Além disso, 76% das empresas inquiridas do sector de “vestuário e confecções” manifestaram uma procura relativamente notável de trabalhadores, o que significou que a procura de mão-de-obra neste sector era relativamente forte.
De acordo com os resultados deste Inquérito, de entre os problemas que afectam as actividades de exportação, 23,5% das empresas exportadoras consideraram o “preços elevados das matérias-primas” como o maior problema que estavam a encarar, enquanto 17,1% apontaram para a “insuficiência de trabalhadores” e 11,1% para os “insuficiente volume de encomendas”.
Quanto às perspectivas para os próximos três meses, de entre as empresas inquiridas, 58,5% preocupam-se principalmente com o “insuficiente volume de encomendas”, 42,1% com os “preços mais competitivos praticados no estrangeiro”, 34,8% com os “preços elevados das matérias-primas” e 28,3% com a “insuficiência de trabalhadores”.