Um subinspector e nove verificadores dos Serviços de Alfândega, que terão aceite dinheiro oferecido como “lai si” por ocasião do Ano Novo Chinês e outras vantagens ilícitas, foram surpreendidos em flagrante por pessoal do Comissariado contra a Corrupção, ontem (dia 9) ao fim da tarde, no Terminal de Carga do Aeroporto Internacional de Macau. Também dois funcionários de uma empresa de carga foram constituídos arguidos. Mais tarde, suspeitou-se do envolvimento de um outro subinspector alfandegário. Este caso, com 13 pessoas indiciadas por abuso de poder, corrupção activa e passiva e crime organizado, foi hoje (dia 10) encaminhado para o Ministério Público. Segundo uma participação ontem apresentada ao CCAC, foi exigido a uma empresa de carga, por pessoal alfandegário colocado no Terminal de Carga do Aeroporto, que oferecesse 500 patacas, como “lai si” de Ano Novo Chinês, a cada um dos 36 verificadores alfandegários em serviço no Terminal e que o dinheiro fosse aí entregue nesse mesmo dia ao fim da tarde. Quando um subinspector, de apelido Chang, e alguns verificadores receberam os “lai si”, foram apanhados em flagrante delito pelo pessoal do CCAC, que encontrou 36 envelopes de “lai si”, contendo cada um 100 patacas. Na delegação dos Serviços de Alfândega no Terminal foi descoberta uma grande quantidade de envelopes de “lai si”, com dinheiro, divididos em 18 partes, alegadamente destinados a distribuição. Envelopes semelhantes, e atados, foram igualmente encontrados nos verificadores apanhados no local. Alguns dos envelopes tinham identificada a categoria do verificador e impresso o selo da empresa. Dois funcionários de uma empresa de carga, que terão oferecido vantagens ilícitas ao pessoal alfandegário, foram constituídos arguidos. Em resultado das diligências de investigação durante a noite, o CCAC descobriu um outro subinspector, de apelido Wong, suspeito de se envolver no caso e que poderá vir a ser acusado da prática de outras irregularidades. Para além disso, o CCAC apreendeu um conjunto de documentos que indiciam ser registos sistematizados de dados relativos a pessoas de contacto de empresas de carga. Alguns destes documentos mostram que cada pagamento feito à alfândega e a respectiva natureza tinham registo contabilístico. Foram ainda descobertos verificadores que solicitaram a oferta de comidas e bebidas a funcionários de empresas de entrega rápida e de carga que, no Terminal, queriam rapidez e eficácia na passagem pela alfândega. No decorrer da investigação, foram confessadas tanto a oferta como a aceitação de “lai si” de verificadores alfandegários. Foi ainda confessada a oferta de outras vantagens. O CCAC continuará a aprofundar a investigação, no sentido de apurar se o caso envolve outras infracções.
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