Os Serviços de Saúde foram notificados para a detecção de um caso suspeito de Tsutsugamushi, vulgarmente conhecido como Tifo Epidémico (Scrub Typhus).
O caso foi diagnosticado numa residente de Macau, com 54 anos de idade, trabalhadora da área de arborização e de jardinagem. No dia 1 de Maio, a doente apresentou febre e teve dores musculares em todo o corpo. No dia 5 de Maio, a doente recorreu a uma clínica privada para tratamento, os sintomas agravaram-se mais tarde, apresentando febre alta e falta de ar. Na noite do dia 7 de Maio, a mesma recorreu ao Hospital Kiang Wu para tratamento. Ao realizar o exame, foi detectada no cotovelo esquerdo uma escara aproximadamente do tamanho de um amendoim, e foi revelada pneumonia bilateral na radiografia ao tórax. Sob o pedido de familiares, a doente foi transferida ao Centro Hospitalar Conde de São Januário para tratamento avançado. Depois de tratamento, os sintomas melhoraram significativamente. De acordo com os sintomas, sinais e eficácia do tratamento, o diagnóstico clínico é Tsutsugamushi. Segundo a doente, os familiares e colegas não apresentaram sintomas semelhantes. Por outro lado, em Abril, esteve em zona de vegetação densa quando estava a trabalhar na Colina da Guia, e foi a ZhuHai durante o período de incubação, mas negou ter passado pela zona relvada quando estava em Zhuhai. Este é o primeiro caso suspeito de Tsutsugamushi em Macau este ano.
A doença tsutsugamuchi é uma doença infecto-contagiosa aguda provocada pela picada de larvas portadoras de Rickettsia tsutsugamushi.
Os roedores (ratos) que existem nas selvas com temperatura e humidade elevadas, cobertas de ervas constituem o habitat natural e de multiplicação de Rickettsis tsutsugamushi. As larvas de Rickettsia parasitam nos ratos e estes ficam infectados e se as pessoas forem picadas pelas larvas portadoras de Rickettsia tsutsugamushi que existem nas selvas podem ficar doentes. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, exantema e possuiu uma característica especial: o local da picada da larva forma uma escara indolor com um buraco no centro. Se não for tratado imediatamente, um pequeno número de pacientes pode desenvolver complicações graves, incluindo pneumonia, encefalite e miocardite, resultando em insuficiência respiratória, choque e mesmo morte, com uma taxa de mortalidade até 60% dos pacientes afectados. Até ao presente momento, não existe vacina para prevenir a mesma e a administração de antibióticos constitui o tratamento mais eficaz.
Os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos e aos trabalhadores para tomarem obrigatoriamente as seguintes medidas, quando realizam actividades no parque, na zona relvada e no campo:
- Caminhar preferencialmente pelo trilho pedestre, evitando passear pelas zonas relvadas ou de mata;
- Caso tenha acesso às zonas de risco, deve usar vestuário de protecção como roupas com mangas compridas, calças compridas, botas altas, luvas, entre outros;
- Aplicar repelente anti-mosquito contendo DEET no vestuário e nas partes expostas, evitando picadas de mosquitos e insectos portadores de rickettsia;
- Ao sair da região afectada, deve tomar banho e substituir todo o vestuário o mais breve possível, afim de evitar picadas de mosquitos e o transporte de insectos portadores de rickettsia;
- Caso tenha sintomas de febre, deve recorrer imediatamente ao médico para tratamento.
Os Serviços de Saúde salientam que, os órgãos e o pessoal responsáveis pela gestão das zonas de parque e de campo, devem eliminar periodicamente as ervas daninhas, a fim de controlar o habitat e reduzir a densidade de larvas de Rickettsia, assim como proceder de forma periódica aos trabalhos de controlo de roedores para evitar a proliferação dos mesmos.