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Serviços de Saúde detectaram um caso de Tosse Convulsa


Os Serviços de Saúde foram notificados pelo Centro Hospitalar Conde de São Januário, segunda-feira (11 de Março), de um caso de tosse convulsa, sendo este o terceiro caso de tosse convulsa registado em Macau, no corrente ano.

O caso foi diagnosticado numa criança de três (3) anos de idade, do sexo masculino, residente de Macau, com domicílio permanente no Interior da China, familiar e co-habitante do segundo caso de tosse convulsa, registado em Macau este ano. A partir do dia 25 de Fevereiro, apresentou tosse, sem febre nem corrimento nasal, tendo recorrido a um hospital do Interior da China. Devido à persistência da tosse e à febre apresentada, recorreu no dia 8 de Março ao Centro Hospitalar Conde de São Januário. O teste de DNA do vírus respiratório, mostrou reacções positivas à Bordetella pertussis e vírus sincicial respiratório. Tendo em consideração o histórico de contactos e os exames laboratoriais realizados, foi diagnosticado com tosse convulsa. O estado clínico actual do doente é considerado estável e já regressou à residência habitual no Interior da China. O doente nasceu em Macau, não tem recebido a 4.ª dose da vacina DTPa (difteria, tétano e tosse convulsa), frequenta creche no Interior da China, sem histórico de viagens. Todas as pessoas que vivem com o doente no Interior da China apresentaram sintomas de tosse, tendo recorrido às instituições médicas locais para tratamento.

A tosse convulsa é causada pelo cocobacilo Bordetella pertussis, sendo transmitida por via de gotículas de saliva expelidas por tosse, conversa em voz alta e espirros de doentes infectados. Devido à fraca resistência ambiental do cocobacilo Bordetella pertussis, geralmente, não pode ser transmitido por via indirecta. Após a infecção, o doente apresenta sintomas tais como tosse espasmódica, sibilação e vómito. Caso a pessoa infectada não seja submetida a tratamento adequado, a doença pode prolongar-se até três meses, havendo o risco de causar outras complicações como pneumonia ou encefalopatia e até a morte. Actualmente, já existem antibióticos eficazes para o tratamento da Tosse convulsa, mas os mesmos só surtem efeitos na fase inicial da doença. Os bebés são mais propensos a contrair tosse convulsa, enquanto os casos nos adolescentes e nos adultos são menos graves.

É de salientar que a vacinação é a medida preventiva mais eficaz para a tosse convulsa. O Programa de Vacinação da RAEM, que está de acordo com as instruções promovidas pela Organização Mundial de Saúde, estipula a obrigatoriedade de vacinação contra a tosse convulsa das crianças com 2, 4, 6, 18 meses e 5 anos de idade. Após esta obrigatoriedade, os casos de tosse convulsa tornaram-se raros, havendo apenas registo, nos últimos 30 anos, de apenas oito casos. Nos últimos 10 anos, a incidência de tosse convulsa tem tido uma tendência de crescimento por todo o mundo, sendo uma das razões possíveis que sob situação de diminuição de infecção espontânea, o anticorpo de grávidas e outros adultos esteja a reduzir gradualmente.

Os Serviços de Saúde lembram os cidadãos para o seguinte:

  1. Habitualmente são administradas aos bebés pelo menos três doses da vacina anti- tosse convulsa para que tenham uma imunidade, mais confiável, contra esta doença, devendo ainda continuar a sujeitar-se à vacinação periódica para manterem a imunidade adquirida;
  2. Os pais devem submeter os seus filhos às vacinações recomendadas pelos Serviços de Saúde;
  3. Devem evitar que as crianças, em particular, aquelas que tenham menos de 12 meses e que ainda não concluíram o processo inicial de vacinação, contactem com pessoas infectadas;
  4. Devem evitar deslocar-se aos locais com grande aglomeração de pessoas ou onde existam situações epidemiológicas reportadas relativas a doenças transmissíveis e que a situação seja diferente de Macau;
  5. As famílias, as creches e as escolas devem prestar atenção à higiene pessoal e ambiental;
  6. Os profissionais de saúde devem prestar atenção, especialmente, às crianças com tosse persistente superior a duas semanas e, quando detectarem qualquer caso suspeito, devem notificar os Serviços de Saúde atempadamente para que sejam tomadas medidas adequadas.
  7. Em caso de dúvidas, podem ligar para a linha das doenças transmissíveis dos Serviços de Saúde n.º 2870 0800.


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