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O Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, reuniu-se, hoje (3 de Março), com economistas e académicos de Macau no Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, para auscultar opiniões e sugestões, no âmbito da elaboração do Relatório das Linhas de Acção Governativa para o ano financeiro de 2025.
Durante o encontro, o vice-reitor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM) e reitor da Escola de Pós-Graduação daquela universidade, Pang Chuan, afirmou que, no final do ano passado, durante a visita a Macau, o Presidente Xi Jinping apresentou “quatro esperanças” ao Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), entre as quais, a construção de um local de concentração de quadros qualificados internacionais de elevada qualidade. Por essa razão, sugeriu ao Governo da RAEM investir mais no Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia, e criar um mecanismo para captar quadros qualificados internacionais e apoiar o desenvolvimento da diversificação adequada da economia de Macau.
Por sua vez, o presidente do Instituto de Gestão de Macau e presidente da direcção da Associação de Estudo de Economia Política de Macau, Tong Kai Chung, sugeriu que o Governo da RAEM deve criar um mecanismo de acumulação de capital humano, impulsionar a valorização e reconversão abrangente de indústrias tradicionais, acelerar a segunda fase da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin e aproveitar plenamente as oportunidades do desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
Entretanto, o director do Centro de Educação Contínua da Universidade de Macau (UM), professor da Faculdade de Gestão de Empresas daquela instituição de ensino e membro do Conselho para o Desenvolvimento Económico, Liu Ting Chi, sugeriu que o governo deve aproveitar bem as vantagens de “um país, dois sistemas”, atrair empresas internacionais para Hengqin. Ao mesmo tempo, usar de forma eficiente alguns terrenos desaproveitados existentes em Macau e introduzir capital internacional nos concursos.
Na mesma ocasião, o professor associado da Faculdade de Gestão de Empresas da UM, Siu Chi Sen, indicou que Macau pode reforçar o desenvolvimento da economia local e apoiar a transformação tecnológica das micro, pequenas e médias empresas (PME), aproveitar bem os recursos turísticos únicos de Macau para aumentar os benefícios do turismo, preparar-se bem para as incertezas do mercado financeiro e organizar o orçamento governamental de forma mais razoável e prudente.
No encontro, o chefe associado do departamento da Faculdade de Gestão de Empresas da UM e vice-presidente da direcção da Associação Económica de Macau, Lei Chun Kwok, defendeu que o governo deve ajudar as PME a aumentar a capacidade de negócios e a prestar serviço de diagnóstico empresarial, captar activamente investimentos, empenhar mais esforços para atrair empresas tecnológicas adequadas para Macau, criando mais oportunidades para as empresas de inovação tecnológica.
O professor adjunto do Centro de Estudos Políticos, Económicos e Sociais da Universidade Politécnica de Macau e vice-presidente da direcção do Centro de Pesquisa Estratégica para o Desenvolvimento de Macau, Loi Hoi Ngan, sugeriu que a elaboração de políticas pelo governo deve ter como princípio consolidar as bases e impulsionar a inovação, aumentar o número de aquisições às PME de Macau, desbloquear as “ilhas de dados”, aproveitar bem os dados para elaborar políticas precisas, continuar a aprofundar a cooperação entre Guangdong e Macau.
A presidente da direcção do Grand Thought Think Tank, presidente executiva do Instituto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau da Universidade da Cidade de Macau, Lei Ngan Leng, aproveitou para sugerir ao Governo da RAEM reforçar o planeamento global, a coordenação e plano, delinear activamente a elaboração do terceiro plano quinquenal da RAEM, melhorar a eficiência do trabalho intersectorial, reforçar a capacidade de explicar e esclarecer as políticas e criar um mecanismo de acompanhamento e avaliação do trabalho, reforçar o planeamento e a gestão urbana para melhorar o bem-estar da população e articular com o desenvolvimento sustentável socioeconómico.
O vice-presidente executivo da direcção do Grand Thought Think Tank, coordenador do Centro Pedagógico e Científico nas Áreas do Jogo e do Turismo da Universidade Politécnica de Macau, Wang Changbin, o vice-presidente da direcção do Grand Thought Think Tank, director do Instituto de Desenvolvimento Sustentável da UCTM, Liu Chengkun, a vice-presidente da direcção do Grand Thought Think Tank, professora adjunta da faculdade de gestão da UCTM, Song Yanan, o membro do conselho fiscal do Grand Thought Think Tank e professor auxiliar da Faculdade de Ciências Sociais da UM, Chan Kin Sun, apresentaram opiniões sobre a promoção do desenvolvimento saudável do sector do jogo, o apoio ao desenvolvimento das pequenas e médias empresas, o impulso da integração entre Macau e Hengqin, o aumento do espaço de concentração de quadros qualificados em Macau, o desenvolvimento da economia marítima, as políticas de cuidados a idosos e dos sistemas de segurança social, e o aprofundamento da aplicação da governação electrónica.
Também o presidente honorário da União de Estudiosos de Macau, Cheung Kin Chung, indicou que o modelo e a concepção de consumo dos visitantes a Macau mudou, tornando-se mais cautelosos e sensatos, deste modo, sugeriu ao governo empenhar-se em alargar a fonte de visitantes com elevado poder de compra, elevar a eficácia de atrair os visitantes para diferentes zonas da cidade, criar zonas com características próprias para acolher os visitantes, bem como desenvolver importantes projectos de referência e impulsionar o desenvolvimento de alta qualidade da indústria cultural e turística de Macau.
Por um lado, o presidente honorário da União de Estudiosos de Macau, Lao Pun Lap, disse que, face ao complexo ambiente interno e externo, muitas PME locais estão a enfrentar problemas operacionais devido à fuga dos consumidores. Sugeriu ao governo que reforce o apoio às PME, ajudando-as na respectiva inovação e transformação.
Por outro lado, o vice-presidente executivo da União de Estudiosos de Macau, Leng Tiexun, os vice-presidentes da União, Lin Zhijun e Mak Soi Kun, expressaram opiniões sobre a promoção de uma articulação mais eficaz das regras da Zona de Cooperação Aprofundada em matéria civil e comercial com Macau, o desenvolvimento eficiente de projectos não jogo, o aumento da competitividade dos residentes em matéria de emprego, o aperfeiçoamento das instalações urbanas para criar boas condições de vida, e a atracção de consumo para a Zona de Cooperação Aprofundada.
O Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, agradeceu aos académicos pela apresentação activa de opiniões e sugestões sobre as linhas de acção governativa. E indicou que o desenvolvimento económico global enfrenta muitos factores de instabilidade e incerteza, e que o ambiente interno e externo do desenvolvimento de Macau vai continuar a sofrer mudanças profundas e complexas. Sublinhou que o novo ciclo económico e as mudanças registadas em torno do modelo de consumo e a classe de consumidores, também trazem novos desafios. Afirmou que o governo da RAEM tem de enfrentar e lidar adequadamente com o problema do desenvolvimento desequilibrado da economia interna de Macau, precisando de promover a diversificação industrial e ajudar o desenvolvimento sustentável das PME, bem como desenvolver, da melhor forma, a exploração de Hengqin sob a cooperação entre Guangdong e Macau. Fez votos de que todos os especialistas e académicos apresentem mais opiniões construtivas e planeiem, conjuntamente, um desenvolvimento substancial, para além de ajudar a sociedade a compreender a filosofia política do governo. Referiu ainda ser necessário promover a transformação de alta qualidade dos resultados de pesquisa científica dos estabelecimentos de ensino superior e injectar, constantemente, dinâmica no desenvolvimento sustentável da economia de Macau, através da integração profunda da indústria-universidade-investigação, para além de impulsionar continuamente a economia cultural e turística e aperfeiçoar o ambiente de negócios das PME e criar mais oportunidades de emprego para a população de Macau.
O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Tam Vai Man, que esteve presente no encontro, respondeu a questões sobre os temas da sua tutela. Estiveram presentes ainda no encontro, o sercretário para a Segurança, Wong Sio Chak, o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Cheong Chok Man, a directora substituta dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico, Chan Tze Wai e vários membros de Grand Thought Think Tank e da União de Estudiosos de Macau.