O "Inquérito à Carteira de Investimentos" (ICI) tem por objectivo dar a conhecer o valor de mercado e a distribuição geográfica dos investimentos detidos por residentes (indivíduos e pessoas colectivas), em títulos emitidos por entidades não residentes independentes. Tal como anteriormente, colaboraram conjuntamente no ICI, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Divulga-se seguidamente o resumo dos resultados com data de referência de 30 de Junho de 2014. Os investimentos dos residentes de Macau - incluindo indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo o fundo de reserva cambial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes foram calculados a preços de mercado em 30 de Junho de 2014 e registaram um valor recorde de 416,9 mil milhões de patacas, ou seja, mais 6,6% face a 31 de Dezembro de 2013 e um acréscimo de 34,6% em termos anuais. Entre as vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital, obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo atingiram 164,6, 230,6 e 21,6 mil milhões de patacas, respectivamente. Comparativamente com o final de 2013, o valor de mercado dos investimentos em títulos representativos de capital desceu 4,1%, salientando-se que os fundos mútuos e investimentos em trusts alcançaram 36,9 mil milhões. Por outro lado, os valores de mercado do investimento em obrigações a longo prazo e em obrigações a curto prazo cresceram 13,0% e 40,4%, respectivamente. Em termos de distribuição geográfica, a região asiática deteve a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 75,7%, sendo o restante valor aplicado principalmente na Europa (8,8%), em ilhas do Atlântico Norte e Caraíbas (8,6%), América do Norte (4,1%) e Oceânia (2,4%). O investimento dos residentes continuou a concentrar-se nos títulos emitidos por entidades na China Continental (incluindo títulos listados em bolsas no exterior), com 47,5% da carteira de investimentos externa. O respectivo valor de mercado atingiu 198,1 mil milhões de patacas, aumentando 10,8% em relação ao final de Dezembro de 2013, registando-se um crescimento brusco de 52,8% em termos anuais. Este investimento consistiu em 24,1 mil milhões de patacas em títulos representativos de capital, 161,1 mil milhões em obrigações a longo prazo e 12,8 mil milhões em obrigações a curto prazo, que equivalem, respectivamente, a 14,7%, 69,8% e 59,3%, do valor total nas respectivas categorias. Em contrapartida, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades em Hong Kong desceu de 29,8% no fim de 2013 para 25,0%, tendo caído 10,6% o valor de mercado dos respectivos investimentos, para 104,0 mil milhões. Realça-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram 81,7 e 13,7 mil milhões de patacas, respectivamente. A quota de investimento em títulos europeus cifrou-se em 8,8%, traduzindo um aumento ligeiro de 0,1 pontos percentuais comparativamente ao fim de 2013, enquanto o seu valor de mercado atingia 36,7 mil milhões de patacas, crescendo 8,0%. Entre os países europeus, o Luxemburgo contabilizou a maior quota do investimento, com um valor de mercado de 14,7 mil milhões, o que corresponde a uma subida de 12,1% em relação ao final de 2013. Por outro lado, o investimento em títulos emitidos no Reino Unido foi de 7,2 mil milhões diminuindo tenuemente 0,3% em relação aos últimos seis meses, enquanto que nos títulos emitidos em França, Alemanha e Países Baixos os investimentos desceram 17,4%, 42,1% e 16,1%, respectivamente. A carteira de investimentos dos residentes de Macau no Atlântico Norte e Caraíbas continuou a crescer, tendo o respectivo valor de mercado atingido 35,9 mil milhões de patacas, ou seja, mais 16,9% face ao final de 2013, o que significa um peso acrescido na carteira de investimento externo total, atingindo 8,6%. Relativamente aos últimos seis meses, salientam-se os aumentos respectivos de 23,0% e 22,6%, para 21,5 e 7,7 mil milhões, nas carteiras de investimentos nas Ilhas Caimão e nas Ilhas Virgens Britânicas, diminuindo porém em 1,9%, para 6,6 mil milhões, o valor da carteira de investimentos nas Bermudas. A maior parte dos investimentos na América do Norte concentrou-se nos EUA, tendo-se cifrado em 14,7 mil milhões de patacas o valor de mercado dos respectivos títulos na carteira de investimentos dos residentes de Macau, representando um notável aumento de 66,4% face ao final de 2013 e empurrando o correspondente peso no total da carteira de investimentono exterior de 2,3% para 3,5%. O valor de mercado do investimento em obrigações a longo prazo dos EUA situou-se em 7,4 mil milhões de patacas, ou seja, mais 17,0% em seis meses, ocupando assim o quarto lugar na respectiva categoria de investimento. O valor do investimento dos residentes de Macau em títulos emitidos por entidades na Austrália expandiu-se bruscamente 208,8% no primeiro semestre deste ano para 9,4 mil milhões de patacas, ocupando o terceiro lugar na respectiva categoria de investimento, incrementando o peso da Oceânia de 1,0% nos últimos seis meses para 2,4% no final de Junho de 2014.