A Autoridade Monetária de Macau divulga hoje a estimativa preliminar da Balança de Pagamentos (BP) da RAEM para o ano de referência 2016. A BP, composta pela conta corrente, conta de capital e conta financeira, é um registo estatístico integrado que apresenta os resultados das transacções externas entre um sistema económico com todo o mundo.
Em 2016 a estimativa preliminar do superavit da BP de Macau cifrou-se em 3,5 mil milhões de patacas, destacando-se o saldo positivo de 98,4 mil milhões na conta corrente e um aumento de 108,6 mil milhões dos activos financeiros líquidos não reserva.
As exportações de bens desceram 22,5%, em termos anuais, enquanto as importações de bens (valor de f.o.b.) caíram 15,3%. O déficit comercial de bens estreitou-se de 92,3 mil milhões de patacas em 2015 para 79,4 mil milhões em 2016, já que a base de comparação das importações era mais elevada do que a das exportações. Por seu turno, as exportações de serviços diminuíram ligeiramente 2,5% em 2016, em consequência da queda das exportações de serviços turísticos, ao passo que as importações de serviços aumentaram 3,8%. Portanto, o superavit registado na conta de serviços desceu suavemente de 234,7 mil milhões de patacas em 2015 para 226,8 mil milhões em 2016.
Nos rendimentos primários, que reflectem os fluxos transfronteiriços dos rendimentos dos factores, a saída líquida diminuiu de 29,1 mil milhões de patacas em 2015 para 26,9 mil milhões em 2016, devendo-se, essencialmente, à queda dos rendimentos auferidos em Macau por investidores directos no exterior. Os rendimentos secundários, que incluem as transferências correntes entre residentes de Macau e não-residentes, registaram uma saída líquida de 22,1 mil milhões de patacas em 2016, isto é, mais 0,9 mil milhões face a 2015.
O superavit da conta corrente atingiu 98,4 mil milhões de patacas, tendo crescido 6,3 mil milhões, face aos 92,1 mil milhões registados em 2015, visto que o enorme superavit observado no comércio de serviços compensou o déficit da balança comercial, bem como as saídas líquidas de rendimentos primários e secundários.
Os activos líquidos financeiros não reserva registaram uma saída líquida de 108,6 mil milhões de patacas em 2016, ou seja, mais 86,4 mil milhões face à saída líquida registada em 2015. Refira-se que a entrada líquida de investimento directo aumentou de 4,9 mil milhões de patacas em 2015 para 8,4 mil milhões em 2016. Entretanto, a saída líquida da carteira de investimentos caiu significativamente em 2016, passando de 97,4 mil milhões de patacas em 2015 para 35,7 mil milhões em 2016, devido ao abrandamento significativo do aumento da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau (incluindo os indivíduos, a Reserva Financeira da RAEM e as instituições financeiras). Quanto aos outros investimentos, em virtude da queda substancial dos passivos externos dos bancos no ano de referência, evoluiu-se de uma entrada líquida de 67,7 mil milhões em 2015 para uma saída líquida de 78,5 mil milhões de patacas em 2016. Por seu turno, registou-se uma saída líquida de 2,8 mil milhões de patacas em 2016 nos derivados financeiros, todavia, uma entrada líquida de 2,7 mil milhões em 2015.
Os activos de reserva na conta financeira visam mostrar variações das reservas cambiais da RAEM detidas pela AMCM. Eliminado o efeito das variações do preço e da taxa cambial e outros ajustamentos, os activos de reserva aumentaram 3,5 mil milhões de patacas em 2016 (tinham aumentado 18,6 mil milhões em 2015), reflectindo um constante superavit na balança de pagamentos global.
A BP da RAEM é compilada de acordo com o padrão promovido pelo Manual da Balança de Pagamentos e Posição de Investimento Internacional (6ª edição), editado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os dados resumidos disseminados presentemente incorporam as estimativas estatísticas preliminares, sendo os dados revistos publicados posteriormente em relatório estatístico pormenorizado, a divulgar em Dezembro de 2017.