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Governo estuda propostas de resolução adequadas de combate às inundações


O Gabinete do Porta-voz do Governo anunciou, hoje (1 de Setembro) que o Governo Central dá atenção ao problema das inundações em Macau, e os ministérios e comissões já responderam ao Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) sobre as propostas de resolução das inundações no Porto Interior.

Autoridades nacionais solicitam a Macau para proceder a uma comparação profunda dos argumentos apresentados sobre a proposta de comportas e da construção de diques. Entretanto, o director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, afirmou que ambas as propostas têm as suas dificuldades, mas prometeu envidar todos os esforços para que seja encontrada a solução mais adequada.

A directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Wong Soi Man, presente na conferência de imprensa organizada, esta tarde, pelo Gabinete do Porta-voz do Governo com representantes de vários serviços públicos, revelou pelo facto do Porto Interior ficar numa zona baixa, a ocorrência de inundações é frequente, situação agravada devido à subida das águas do mar, na sequência da preia-mar. Adiantou que aqueles serviços encomendaram, a uma instituição especialista, um estudo profundo durante os anos de 2012 e 2014, o qual apresentou medidas temporárias para alivar inundações, a curto prazo, nomeadamente a criação de um grupo interdepartamental, obras de combate às inundações e um mecanismo de contingência, garantindo que todos foram implementados e executados.

Indicou que as obras de prevenção de inundações têm como finalidade a defesa do nível mais alto da preia-mar, o qual se regista de 10 em 10 anos, assim, o organismo concluiu a construção das referidas obras no Porto Interior, com a respectiva vistoria efectuada no ano passado. Disse ainda que, no dia 1 de Agosto de 2016, criou um grupo no WhatsApp como mecanismo de contingência das obras temporárias contra inundações no Porto Interior, revelando que, até Agosto de 2017, realizaram duas discussões.

Entretanto, o vice-presidente do Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, Lo Chi Kin, referiu que, a partir de 2012, o IACM começou a estudar a proposta do plano a médio prazo para o Porto Interior e, em 2013, encomendou a uma empresa o projecto sobre os canais da zona do Porto Interior e propostas de resolução das inundações. Explicou que a ideia é construir estações elevatórias de águas pluviais na zona costeira, e construir canais subterrâneos na Avenida de Demétrio Cinatti, com o objectivo de activar, em caso de preia-mar, as referidas estações elevatórias e recolher as águas pluviais e drenar as mesmas para o mar, no sentido de resolver o problema de drenagem de águas pluviais e evitar inundações, bem como prevenir, de forma eficiente, o transbordo do rio devido à maré cheia, aliviando o problema que tanto transtorna o Porto Interior, há vários anos.

O mesmo responsável adiantou que o referido projecto foi concluído em 2014, tendo sido aprovada pelas Obras Públicas. Relativamente ao local escolhido, cais 23, para a sala de bombas água, esclarece que, como na altura o referido cais encontrava-se em processo judicial com o governo, foi necessário aguardar pela conclusão do mesmo. Indicando que o processo de retoma do cais ficou concluído apenas no início do ano de 2016. No entanto, quando se preparavam para desmantelar o cais, receberam um parecer do organismo cultural de que o mesmo estava classificado como património histórico e cultural e que não poderia ser destruído, referindo que a solução seria manter como estava ou então transferir toda a estrutura do cais para outro local, mas que nunca se chegou a qualquer consenso.

Acrescentou que, depois da passagem do tufão Hato, e considerando como primordial a segurança da população, acredita que os serviços irão articular com o IACM o projecto acima referido.

Por sua vez, o director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, revelou que recebeu, ontem (31 de Agosto), opiniões do Ministério dos Recursos Hídricos, Administração Estatal Oceânica, Ministério dos Transportes, as quais podem ser resumidas em três pontos: Primeiro, o sistema de comportas de retenção de marés necessita ainda de estudos temáticos, nomeadamente o impacto ambiental no oceano, na força das águas do mar, na acumulação de areias, viabilidade do uso do oceano e ainda o risco para os oceanos. Segundo, são opiniões orientadoras referindo que a construção de comportas ou de diques no Porto Interior carece de um estudo comparativo e profundo. Explicando que a construção de comportas envolve as regiões adjacentes, sendo necessária uma coordenação, entretanto se se optar pela construção de diques, esta envolve mais questões internas, adiantando que o governo está focado em encontrar a solução mais adequada. No entanto, adiantou que não está excluída a possibilidade de se utilizarem as duas hipóteses. Terceiro e último sugerem recorrer ao mecanismo da Conferência Conjunta de Cooperação Guangdong-Macau para se auscultar as opiniões e solicitações dos respectivos serviços da província de Guangdong.

Li Canfeng admitiu que as medidas provisórias, tomadas em 2015, para a prevenção de inundações não surtiram o devido efeito, como podemos verificar com a passagem deste tufão. Indicou que o governo vai acelerar as obras da construção de comportas e verificar a altura da orla costeira de Macau, e em caso de haver condições procederão a obras para aumentar a mesma e, consequentemente, a sua capacidade de resistência a tufões. Revelou que, no passado mês de Julho, foi concluído o estudo de melhoramento das redes de drenagem da península de Macau, e que o governo vai se focar na parte mais urgente, com o objectivo de a concretizar o mais rápido possível.



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