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Serviços de Saúde referiram que actualmente não há quaisquer biomarcadores de cancros que sejam consentidos para o rastreio de cancro para a população em geral


Face à reportagem de que uma Associação ter preconizado aos cidadãos a realizarem regularmente exames de rastreio do cancro, os Serviços de Saúde referiram que caso seja realizado um bom rastreio de cancro e detectado de modo precoce, a terapia será mais fácil, sendo mais elevada a possibilidade de cura; o rastreio de cancro remete para a identificação de alterações patológicas anormais ou cancro em fase inicial antes da manifestação de sintomas, e os cientistas da área da medicina têm-se dedicado à pesquisa de meios de rastreio de diversos cancros nas últimas décadas. E a detecção de um marcador de cancro (conhecido como indicador de cancro) no sangue e urina é o meio mais promovido perante a população geral. No entanto, até ao presente momento, existem apenas alguns rastreios eficazes de minoria de cancros, tais como cancro cervical e cancro do cólon, mas nenhum destes é realizado através de biomarcadores de cancro. A principal causa é que os benefícios de muitos rastreios de tumores não são maiores do que os malefícios. Segundo orientações da Organização Mundial de Saúde, para a recomendação de um meio de rastreio de cancro à população em geral deve ser tido em consideração o seguinte: 1)próprio cancro: alta gravidade, alta identificabilidade em fase pré-clínica, obtenção de conhecimentos suficientes sobre os processos naturais e longa distância entre a primeira manifestação de sintomas e manifestação óbvia de doença; 2)método de teste: alta sensibilidade e especificidade, simples e barato, sendo seguro, aceitável e confiável; 3)método de diagnóstico: tratamento disponível com efeito bom e seguro. Entre todos, a alta sensibilidade e especificidade do método de teste é considerada como sendo a chave do rastreio. Em suma, por alta sensibilidade entende-es que o rastreio poderá detectar grande parte dos doentes, com menos omissão, ou seja, com baixa taxa de falsos negativos; e por alta especificidade entende-se que a maioria dos doentes positivos no exame é portadora de cancro a serem detectado, e com menos omissão, ou seja, com baixa taxa de falsos positivos. Um bom rastreio pode detectar e diagnosticar de forma precoce cancros sem sintomas, e assim programar o mais rápido possível a terapia, podendo prolongar significativamente a esperança de vida e reduzir consequências graves causadas pela doença. No entanto, actualmente apenas os rastreios de cancro cervical e de cancro do cólon são consentidos plenamente como rastreios aplicáveis a pessoas sem sintomas. O rastreio de cancro cervical é realizado através do exame de citologia cérvico-vaginal, o que pode reduzir a taxa de incidência do cancro cervical invasivo para 65%. O rastreio de cancro do cólon é realizado através do exame de sangue oculto nas fezes e colonoscopia. De acordo com o estudo, o rastreio pode reduzir a taxa de incidência de cancro do cólon de 28% para 69%, e reduzir a taxa de mortalidade de 44% para 68%. Em relação à radiografia da mama, já é utilizada amplamente nos países de Europa e nos EUA para o rastreio de cancro da mama destinado a mulheres sem sintomas. Para o rastreio de cancro da mama através da radiografia, existem maiores benefícios para os caucasianos que têm alta taxa de incidência de cancro da mama e com densidade de tecido mamário relativamente baixa, no entanto, vale a pena mencionar que até agora, mesmo dentro deste grupo de pessoas, há ainda controvérsias sobre a existência de maiores benefícios no rastreio do que malefícios. Para as pessoas asiáticas que têm alta taxa de incidência e com densidade do tecido mamário relativamente elevada, é necessário uma ponderação mais aprofundada sobre a aplicação deste rastreio à população em geral. Quanto aos biomarcadores de cancro do fígado, cancro colorrectal, cancro da próstata e cancro da nasofaringe, tais como Alfa-fetoproteína (AFP), antígeno carcinoembrionário (ACE) e antigénio específico da próstata (PSA), os quais servem principalmente como referência no acompanhamento de recorrências e efeitos da terapia do cancro, embora os mesmos tem sido considerados como meios de rastreio destes cancros, e após vários estudos, até agora ainda não há quaisquer biomarcadores de cancros que sejam consentidos para o rastreio de cancro para a população em geral, sendo a principal razão por estes rastreios não terem a sensibilidade e especificidade suficientes, além de os benefícios através da aplicação destes meios para o rastreio de cancros da população em geral não serem maiores do que os malefícios.