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Teve lugar em Lisboa o Colóquio Internacional “China/Macau: Tradução e Interpretação – Passado e Presente”

Um grande número de especialistas participou no Colóquio Internacional “China/Macau: Tradução e Interpretação – Passado e Presente”.

Realizou-se no passado dia 12 de Outubro, em Lisboa o Colóquio Internacional “China/Macau: Tradução e Interpretação – Passado e Presente”, com a organização do Centro Científico e Cultural de Macau do Ministério da Educação e Ciência de Portugal (CCCM), Fundação Macau (FM) e Instituto Politécnico de Macau (IPM). Mais de uma centena de professores, investigadores e estudantes participaram no Colóquio. A Cerimónia de Inauguração teve início às 10H00 no CCCM e foi presidida pela Sra. Prof. Leonor Parreira, Secretária de Estado do Ministério da Educação e Ciência de Portugal; Luís Filipe Barreto, Director do CCCM; Wu Zhiliang, Presidente do Conselho de Administração da FM e Carlos Ascenso André, Coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM. No discurso proferido na Cerimónia, a Prof. Leonor Parreira disse que “as traduções e interpretações não podem afastar-se da cultura e do sistema de valor da língua e o valor das línguas não pode ser quantificado. A língua portuguesa é uma das línguas mais falada no mundo e terá cada vez mais um papel muito importante nos assuntos globais. Em retrospectiva, o diálogo cultural entre Portugal e a China nunca deixou de existir até hoje e têm-se vindo a obter resultados frutuosos em termos de intercâmbios filosóficos, literários e científicos. Nos últimos 20 anos, foram celebrados muitos protocolos de cooperação entre os dois países nas áreas da educação e estudos científicos e, sobretudo, na área dos estudos da língua e da cultura. Neste processo, Macau tem vindo a desempenhar um papel muito importante”. O Dr. Luís Filipe Barreto agradeceu o apoio da Fundação Macau e da Fundação Jorge Álvares para a organização do Colóquio e espera que “o Colóquio inspire novas ideias e iniciativas para os estudos de traduções e interpretações da China e de Macau”. O Dr. Wu Zhiliang, no seu discurso, disse que “Macau tem vindo a ser um ponto de encontro de multiculturismo e multilinguismo, quer no passado quer no presente. Com o fomento dos intercâmbios culturais e comerciais entre o Oriente e o Ocidente, a comunicação falada torna-se mais sistemática e minuciosa, fazendo com que a tradução e interpretação ocupem uma posição muito importante nos intercâmbios. Hoje, como Macau tem o posicionamento de um centro mundial de turismo e de lazer e de uma plataforma de cooperação económica e comercial entre a China e os países lusófonos, o fenómeno do multilinguismo está intrínseco na sociedade global e é uma das condições prévias do posicionamento de Macau no mundo. Por isso, este Colóquio escolheu este tópico para o seu tema”. Ele espera que, “através dos intercâmbios, seja investigado o papel importante de Macau na história das traduções e que sejam organizados os dados sobre os estudos de Macau em diversos lugares, estabelecendo-se uma ponte de ligação em termos académicos e culturais entre a China e o mundo ocidental, sobretudo com Portugal”. O Prof. Carlos Ascenso André disse que “traduzir ou interpretar são trabalhos da maior importância entre os diálogos culturais que, aliás, ocuparam uma posição essencial na História de Macau e até da China. O Instituto Politécnico de Macau, que tem a responsabilidade da educação na área das traduções em Macau, vê sua participação neste Colóquio como uma contribuição para a conservação do reconhecimento da exclusividade da identificação de Macau, pois ajuda a reflectir sobre o passado e o presente das traduções e interpretações, tanto na China como em Macau”. Este ano é já a 4.ª edição deste Colóquio Internacional que teve a sua primeira edição em 2012, sendo este evento uma plataforma de grande relevância para os estudiosos de diversos lugares do mundo, nomeadamente, para os intercâmbios sobre a História e a Cultura de Macacu e da China. A importância das traduções, recepções e incorporações das línguas asiáticas e das línguas europeias, tanto no passado como no presente, deram o mote para este Colóquio agendado nos dias 12,13 e 14 de Outubro, onde foram debatidas as traduções das obras clássicas da China, fazendo-se uma retrospectiva sobre a importância das traduções durante a Dinastia Ming, na abertura da China ao mundo e, em particular, à Europa e, também, nas relações económicas, políticas e culturais entre europeus e chineses que passam pelo multilinguismo, por exercícios práticos de tradução e interpretação e por teorias das relações linguísticas entre os povos. Muitas das intervenções estiveram ligadas a Macau, nomeadamente, através das seguintes apresentações: “Línguas e Traduções no Triângulo Macau-Manila-Nagasaki, 1640-1660”; “Humanismo Tardio no Sul da China: O Papel do Latim na História da Tradução em Macau”; “Traduções Jurídicas dos Departamentos Governamentais de Macau, 1988-2000”; “Expulsão ou Acomodação: Debate sobre as Políticas Internas na Corte Imperial e Macau no tempo passado”; “Tradução de Documentos Chineses e o Estatuto de Macau (1749-1829)”; “Denominação das Ruas de Macau: Tradução e Transliteração e Imaginação”; “Um assalto e homicídio no alto mar no séc. XIX e o papel das LÍNGUAS de Macau contemporâneo", etc. Mais de 40 académicos de renome foram convidados para participar no Colóquio, nomeadamente, Juan Gil (Real Academia Española); Geoff Wade (Public Policy College of Asia and the Pacific Australian National University); Willy F. Vande Walle (Katholiese Universiteit Leuven); Noel Golvers (Ferdinand Verbiest Institute, Katholieke Universiteit Leuven); François Gipouloux (Centre National de la Recherche Scientifique); Roderich Ptak (Ludwing –Maximilians Universitãt Munchen); Marília dos Santos Lopes (CECC - Universidade Católica Portuguesa); Christina Miu Bing Cheng (Centre of Asian Studies, University of Hong Kong); James K. Chin (University of Hong Kong); Vincent Wai-Kit Ho (Universidade de Macau) e Li Changsen (Professor aposentado do Instituto Politécnico de Macau cujo a comunicação foi lido por Han Lili, do mesmo Instituto).

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