O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Doutor Alexis Tam, afirmou hoje (dia 30), ao ser questionado pela imprensa numa ocasião pública, que a biblioteca, as residências de docentes e funcionários e os dois laboratórios da Faculdade de Ciências e Tecnologia, sitos no antigo campus da Universidade de Macau, na Taipa, foram atribuídos ao uso do Instituto de Formação Turística (IFT) e que o Governo irá, juntamente com a Organização Mundial de Turismo (OMT), criar o Centro Global para a Educação e Formação em Turismo, em que o IFT irá assumir uma grande missão. O Doutor Alexis Tam referiu que, de acordo com o planeamento delineado pelo Governo Central, Macau será transformado num Centro Mundial de Turismo e Lazer, o qual requer, que o Governo da RAEM, para além de se empenhar na optimização do ambiente turístico e no enriquecimento dos produtos turísticos, disponha de um centro de formação turística de excelência. O IFT tem conhecido um desenvolvimento estável desde a sua criação há vinte anos e apresenta uma qualidade de ensino elevada, tendo recebido o maior número de prémios do Sistema de Garantia de Qualidade da OMT das Nações Unidas e sido galardoado, por duas vezes, pela Pacific Asia Travel Association (PATA) com o prémio de ouro na educação e formação. A dimensão do actual campus não é suficiente para o IFT desempenhar o seu papel na formação de quadros altamente qualificados na área de turismo. O Governo decidiu que os edifícios da biblioteca, as residências de docentes e funcionários e os dois laboratórios da Faculdade de Ciências e Tecnologia, sitos no antigo campus da Universidade de Macau seriam atribuídos ao IFT. O mesmo responsável acrescentou que, em meados de Outubro, o Governo da RAEM vai celebrar um protocolo de cooperação com a OMT, com o objectivo de criar, em Macau, o Centro Global para a Educação e Formação em Turismo. Depois de ter um novo campus, o IFT passará a dispor de melhores instalações e equipamentos, os quais servirão para o Centro proceder à formação dos quadros altamente qualificados na área turística. Através da cooperação com a OMT, Macau vai conseguir atrair mais estudantes locais e internacionais, incluindo os quadros responsáveis pelos assuntos de turismo dos estados membros das Nações Unidas, proporcionando-lhes acções de formação em gestão turística, hoteleira, convenções de exposições, guias turísticos, gastronomia e ou até à prova de vinhos, o que pode contribuir, de forma significativa, para a melhoria da qualidade de formação turística em Macau. Outrossim, o IFT irá transformar as actuais residências de docentes de funcionários, que pertenciam à Universidade de Macau, num hotel destinado ao ensino e à formação turística, a fim de proporcionar mais oportunidades de estágio aos estudantes, alargar o plano de intercâmbio de estudantes internacionais e atrair a vinda de mais estudantes da Europa e das outras regiões, permitindo a deslocação de mais estudantes locais ao estrangeiro para intercâmbio e aprendizagem. Relativamente à questão colocada pelos jornalistas sobre a forma como o ensino superior de Macau lidar com a proporção entre os estudantes locais, do Interior da China e internacionais no ensino superior, o Doutor Alexis Tam respondeu que, desde a transferência, o Governo tem investido grandes recursos na melhoria do ensino superior e que é com grande satisfação aque constata que tanto as instituições públicas como as privadas têm conhecido alcançar grandes progressos na qualidade de ensino, na investigação e nos serviços sociais. Mais afirmou que o Governo da RAEM irá continuar a promover o desenvolvimento do ensino superior de Macau, incentivando a diversificação e a melhoria da qualidade do ensino superior. De acordo com os estudos, dentro de cinco anos, o número de estudantes graduados do ensino secundário de Macau irá descer, de cinco mil pessoas por ano para cerca de três mil e quinhentos, dos quais, cerca de metade irá prosseguir os seus estudos no ensino superior fora de Macau. Tudo isto contribuirá para que o número de estudantes locais que ficam em Macau a frequentar cursos do ensino superior não chegue a dois mil. Isto requer e exige, da parte do governo,um planeamento e estudos adequados. O mesmo responsável reiterou que o Governo não vai desenvolver o ensino superior transformando-o numa indústria, mas vai adoptar uma mente aberta por forma a delinear um planeamento eficaz. A prioridade do ensino superior local consiste em formar quadros qualificados locais. Por outro lado, a integração dos estudantes internacionais e do Interior da China será favorável também para o seu crescimento. Macau tem as suas próprias vantagens no ensino da língua portuguesa, Turismo, gestão e Direito, entre outros, os quais têm conseguido atrair um número crescente de estudantes internacionais e do Interior da China. Atendendo à redução do número de estudantes locais, o Governo da RAEM vai permitir, de forma gradual, a integração desses estudantes, de forma a diversificar a sua origem e conquistar a importância dada pelo mundo internacional a Macau através do ensino superior, com vista a elevar o estatuto da RAEM no palco internacional. Relativamente às dúvidas e à preocupação da sociedade sobre o desperdício do erário público destinado aos estudantes não locais, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura respondeu que as regiões mais desenvolvidas e avançadas no mundo recebem, os estudantes estrangeiros, por isso, não se deve preocupar de que o Governo ficará a perder, dado que eles podem também contribuir a economia de Macau, com as despesas na sua vida em Macau, no consumo e no entretenimento para além das propinas. Mais adiantou que, a título de exemplo, as instituições do ensino superior da China formaram, no passado, muitos quadros qualificados de Macau. Presentemente, Macau já reúne as condições necessárias para retribuir formando quadros qualificados da Pátria. Acresce que Macau ministrou acções de formação a estudantes oriundos dos países de língua portuguesa, muitos dos quais já se tornaram dirigentes do governo, assumindo o papel de embaixadores de Macau. Assim, aumentar, de forma adequada, o número dos estudantes internacionais pode ainda permitir a pessoas de diferentes países conhecerem Macau e a China, o que será benéfico, a longo prazo, para promover o desenvolvimento de Macau. Ao ser questionado sobre a possibilidade de apresentar pedido ao Governo Central para alargar a política de abertura de vistos individuais, o mesmo responsável respondeu que o Chefe do Executivo já deu orientações expressas sobre esta matéria, e que o desenvolvimento do sector de turismo não se centra no aumento do número de turistas mas sim na optimização da sua estrutura e qualidade. Mais afirmou que o Governo está empenhado em atrair mais turistas oriundos da China internacionais que prolonguem a sua estadia e reforcem o seu consumo em Macau. Outrossim, a fim de assegurar a qualidade de vida dos residentes, tem-se mantido uma boa coordenação com o Governo Central, de forma a aliviar a chegada do grande fluxo de turistas do Interior da China durante as épocas altas,. Assim, as medidas de descentralização da intensa movimentação de turistas conseguiram resultados positivos, e o Governo não tem, por enquanto, a intenção de requerer o alargamento das cidades que podem emitir vistos individuais.