Atendendo ao anúncio publicado recentemente pelo Banco Popular da China, sobre o aperfeiçoamento do mecanismo do câmbio do RMB e o estímulo da internacionalização e do processo de comercialização do RMB, daquele resultou, imediatamente, o enfraquecimento da taxa de câmbio do RMB para o USD. Assim, no contexto do regime de câmbios em vigor, foi verificado um reforço ao nível do câmbio da MOP contra o RMB. Na sequência de uma avaliação preliminar pela AMCM sobre a matéria expõe-se, sinteticamente, a evolução recente do câmbio do RMB e o respectivo impacto, eventualmente a resultar na economia local e nos investimentos da Reserva Financeira da RAEM: IMPACTO NA ECONOMIA DE MACAU • Enfraquecimento, a curto prazo, da competitividade das exportações, sem impacto no desenvolvimento a longo prazo e diversificado nos sectores locais. Tendo em atenção, por um lado, que o sector do turismo é o segmento predominante da economia de Macau e, por outro, que a sua fonte principal é constituída por turistas provenientes do Continente, cujo número de passageiros entrados na RAEM representou mais de 50% da sua totalidade, o enfraquecimento do câmbio do RMB pode, eventualmente, diminuir a atracção de Macau para os visitantes do Continente, o que pode conduzir a um impacto negativo de curto prazo, quer para o turismo, quer para o sector retalhista, sendo certo que o nível de depreciação do RMB, nesta fase, é ainda muito ligeiro, em comparação com o nível da valorização do RMB registado nos últimos anos. Assim, tal não vai implicar influência, em matéria de impulso pelo Governo da RAEM da diversificação apropriada a nível sectorial e da variedade dos turistas, bem como do seu caminho de desenvolvimento para criação de um “Centro Mundial de Turismo e Laser”. • A diminuição do preço dos bens importados pode aliviar a inflação. Tendo em atenção que a taxa de inflação diminuiu do nível de 6,05% em 2014 para 4,92% no primeiro semestre de 2015, como resultado dos recentes ajustamentos económicos, o índice dos preços das importações que reflecte a evolução dos preços dos bens importados, desceu no primeiro trimestre 1,4%, em comparação com o ano transacto. A queda do câmbio do RMB pode baixar o preço dos bens importados e diminuir a pressão sobre vida da população em geral, na medida em que uma larga variedade de mantimentos é proveniente do Continente. IMPACTO NA RESERVA FINANCEIRA DE MACAU • Impacto negativo de curto prazo sobre os rendimentos e medidas de controlo do risco prestes a aplicar. Tendo em atenção que, nos últimos anos, a taxa de juros dos países desenvolvidos tem vindo a aproximar-se do nível zero, acrescendo o enfraquecimento do câmbio, tornou-se bastante atraente a rentabilidade do RMB. Assim a Reserva Financeira aplicou os seus fundos em activos da China. No entanto, face à mudança da direcção das políticas monetárias internacionais, nomeadamente ao aumento da taxa de juros do USD e ao fortalecimento do seu câmbio, a Reserva Financeira reduziu, gradualmente, no início do ano, a percentagem dos activos denominados em RMB para controlar o risco. Até finais de Junho, depois de ajustar a carteira das posições – contratos de swap, os activos denominados em RMB representavam 33,0% dos activos da Reserva Financeira, número inferior ao nível dos 48,6% em 2014. Até Junho de 2015, a rentabilidade anual da Reserva Financeira estima-se ser, preliminarmente, de cerca de 4,0%; como consequência da queda do câmbio do RMB, ocorrida em Agosto, prevê-se que a rentabilidade anual da Reserva Financeira, no período de Janeiro a Agosto do ano corrente diminua. No entanto, o desempenho anual depende ainda da evolução dos mercados financeiros internacionais, nos restantes meses do ano. Segundo as previsões, a Reserva Financeira continua a registar uma rentabilidade positiva. • Uma resposta às recomendações das organizações internacionais pode beneficiar o reforço dos rendimentos a médio e longo prazos. É do conhecimento geral do mercado que a implementação das medidas da reforma para aperfeiçoamento do câmbio do RMB visa responder ao relatório de avaliação do Fundo Monetário Internacional sobre “Direitos de Saque Especiais”, publicado na última semana. A adopção pelo Banco Popular da China das políticas de reforma do câmbio pode eliminar os obstáculos que existam na adesão do RMB aos “Direitos de Saque Especiais”, o que pode contribuir, a longo prazo, para o impulso da transferência, por uma grande variedade de bancos centrais e investidores institucionais, dos seus activos para os denominados em RMB. Em consequência, a detenção pela Reserva Financeira dos activos em RMB pode contribuir para o aumento da sua rentabilidade a médio e longo prazo, no contexto em que são adoptadas estratégias de investimento caracterizadas pelo controlo rigoroso do risco.
Impacto resultante das flutuações de curto prazo do preço do câmbio do RMB na economia local e nos investimentos das reservas de Macau
Há algo de errado com esta página?