Um bebe com 2 meses de idade foi diagnosticado no Centro Hospitalar Conde São Januário com tosse convulsa após as análises efectuadas revelaram positividade ao cocobacilo Bordetella pertussis. No inicio do passado mês de Maio os pais do bebé deslocaram-se à cidade de Kai Ping no interior da China onde o bebé manifestou sintomas de tosse paroxística que se agravaram no princípio de Junho. A família do bebé recorreu, por várias vezes, a assistência hospitalar no Interior da China, sendo que no dia 3 de Junho o Hospital diagnosticou ao bebe uma pneumonia. De imediato os familiares regressaram para Macau com o bebé. No dia 5 de Junho, os pais recorreram a um médico privado e, na tarde do dia 8 de Junho, recorreram ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Durante a noite do dia 8 de Junho, os sintomas de tosse e asma agravaram e a família voltou ao CHCSJ onde o bebé foi internado. O resultado da análise laboratorial realizada à amostra do bebé revelou reacções positivas ao cocobacilo Bordetella pertussis. Este bebé nasceu em Macau e foi submetido à primeira dose da vacina anti-tosse convulsa no dia 18 de Maio. As pessoas que cuidavam o bebé não possuem antecedentes da doença mas os familiares que conviviam com o mesmo, na China, apresentaram sintomas tais como tosse. Os Serviços de Saúde procederam à medicação preventiva aos familiares que convivem com o doente e, durante o período de hospitalização, o bebé infectado não partilhou a enfermaria com outros pacientes. A tosse convulsa é causada por um cocobacilo Bordetella pertussis, sendo transmitida por via de gotículas de saliva através da tosse, conversa em alta voz e espirros de doentes infectados. Devido à fraca resistência ambiental do cocobacilo Bordetella pertussis, geralmente, não pode ser transmitida por via indirecta. Após a infecção, o doente apresenta sintomas tais como tosse espasmódica, sibilação e vómito. Caso o infectado não seja submetido a tratamento adequado a doença pode prolongar-se até três meses, havendo o risco de causar outras complicações como pneumonia ou encefalopatia e até a morte. Actualmente, já existem antibióticos eficazes para o tratamento da Tosse convulsa. O ultimo caso registado em Macau ocorreu em 2015. A vacinação é a medida preventiva mais eficaz para a tosse convulsa. O Programa de Vacinação da RAEM, que está de acordo com as instruções promovidas pela Organização Mundial de Saúde, estipula a obrigatoriedade de vacinação contra a tosse convulsa das crianças com 2, 4, 6, 18 meses e 5 anos de idade. Após esta obrigatoriedade, os casos de tosse convulsa tornaram-se raros, havendo apenas registo, nos últimos 30 anos, de apenas quatro caso distribuídos por 1988, 1996, 2008 e 2015. Habitualmente são administradas aos bebés pelo menos três doses da vacina anti-tosse convulsa para que tenham uma imunidade, mais confiável, contra esta doença, devendo ainda continuar a sujeitar-se à vacinação periódica para manterem a imunidade adquirida. Considerando a data de aparecimento da doença, a data de vacinação, este bebé deve ter sido infectado antes da efectuação da primeira dose da vacina. Os Serviços de Saúde apelam aos pais para submeterem os seus filhos às vacinações recomendadas, não devendo deslocar-se com as crianças, em particular, aquelas que tenham menos de 12 meses, e que ainda não concluíram o processo inicial de vacinação, a locais com grande aglomeração de pessoas ou onde existam situações epidemiológicas reportadas relativas a doenças transmissíveis e que a situação seja diferente de Macau, devendo também evitar contacto com pessoas infectadas. As famílias, as creches e as escolas devem prestar atenção à higiene pessoal e ambiental. Os profissionais de saúde devem prestar atenção, especialmente, às crianças com tosse persistente superior a duas semanas e, quando detectarem qualquer caso suspeito, devem notificar os Serviços de Saúde atempadamente para que sejam tomadas medidas adequadas.
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