De acordo com informações veiculadas, foi detectado nos Estados Unidos da América o primeiro caso de uma “super bactéria” resistente aos antibióticos de “último recurso”. Esta super bactéria contém o MCR-1, um gene responsável pela resistência à colistina. A colistina, também conhecida como polimixina E, é um antibiótico geralmente usado como o “último recurso” no caso de ineficácia de medicamentos. No entanto, devido ao preço e à grande toxicidade deste antibiótico o seu uso só é considerado quando os outros antibióticos são ineficazes. O gene MCR-1 responsável pela resistência à colistina, detectado nos Estados Unidos da América, é diferente das bactérias resistentes a colistina detectadas anteriormente. O gene de resistência a MCR-1 está presente no plasma bacteriano, o que pode proporcionar a propagação horizontal a outras bactérias resistentes às drogas, causando multi-resistências aos medicamentos. Por outro lado os genes resistentes à colistina detectados anteriormente estão situados no cromossoma bacteriano e a sua propagação vertical só acontece pela reprodução de bactérias. A bactéria com gene MCR-1 foi detectada pela primeira vez e baptizada pelos cientistas chineses em suínos no sul da China em 2015, tendo sido posteriormente detectada noutros locais da Ásia e da Europa. Foi agora detectada pela primeira vez nos Estados Unidos da América. Com vista a acompanhar a situação de evolução de resistência aos antibióticos em Macau, os Serviços de Saúde criaram em 2005 o sistema de monitorização de resistência aos antibióticos que procede à recolha de dados sobre a resistência aos antibióticos em dois hospitais. Nos hospitais também foi criado Conselho de Controlo de Infecção destinado a monitorização e controlo de disseminação de resistência aos antibióticos. Assim, caso seja detectado uma resistência anormal aos antibióticos, os Serviços de Saúde enviarão amostras para análise laboratorial fora do território. Caso seja detectado o aparecimento de uma “super bactéria” ou uma bactéria multiresistente, os Serviços de Saúde, com a cooperação de todos os serviços de acção médica, aplicarão medidas rigorosas de prevenção de infecção. Até à data não foi descoberta nenhuma bactéria MCR-1 em Macau. As informadess de vigilância à resistência antimicrobiana hospitalar indicam que ja foram detectadas nos hospitais em Macau as seguintes bactérias, nomeadamente Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Klebsiella pneumoniae em 2014. A taxa de resistência às cefalosporinas de terceira geração em Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae subiu, respectivamente até 30% e 40%; a taxa de resistência ao carbapenam foi cerca de 1%. Relativamente a Staphylococcus aureus, a resistência à meticilina Staphylococcus aureus (MRSA) subiu para 40% e a resistência à penicilina foi de 90%. Ou seja estes dados indicam que a resistência aos antibióticos em Macau está a aumentar, provocando também uma ameaça crescente à saúde pública em Macau. Em resposta ao Plano de Acção Global para combater a resistência antimicrobiana promovido pela Organização Mundial de Saúde e para assegurar o fornecimento de antibióticos, de acordo com receita médica, aos residentes pelas farmácias os Serviços de Saúde solicitaram às farmácias comunitárias, firmas de importação, exportação e vendo por grosso a entrega trimestral de dados de importação, aquisição, venda e armazenamento de antibióticos orais e preparação injectáveis antibióticos. Por outro lado, as farmácias comunitárias são obrigadas a proceder ao registo e arquivo das receitas médicas, durante pelo menos dois anos após a data de emissão e as firmas de importação, exportação e venda por grosso também devem proceder ao registo e arquivo dos documento de importação de acordo com a ordem de data de documento de importação durante pelo menos dois anos. Os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos e em particular a todos os profissionais de saúde que devem seguir rigorosamente a prescrição e uso de antibióticos, de modo a combater a ameaça de resistência aos medicamentos segundo as seguintes medidas: 1. Para os cidadãos: Os antibióticos apenas devem ser administrados em conformidade com prescrição médica; Os antibióticos não podem ser compartilhados com outras pessoas, nem devem ser consumidos antibióticos que tenham sobrado de outras situações; A administração dos antibióticos deve ser efectuada de acordo com receita médica; É necessário prestar atenção à higiene pessoal e ambiental, nomeadamente a manutenção das mãos limpas; 2. Para os profissionais de saúde: Reforçar a prevenção de controlo de infecção; A prescrição de antibiótico só deve ser efectuada quando for realmente necessário, de acordo com o estado clínico do paciente, ou seja detectada uma infecção bacteriana; O tratamento de antibióticos prescritos deve ser adequado e em quantidade estritamente necessária.
Serviços de Saúde apelam aos Médicos e cidadãos para uso rigoroso de antibióticos e estão atentos à evolução da Super bactéria MCR-1
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