A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) divulga as novas séries do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao quarto trimestre e ano de 2015, após efectuada a respectiva revisão principal. No quarto trimestre de 2015, devido à contínua queda das exportações de serviços do turismo e do jogo, o PIB registou uma diminuição real de 14,4%, em termos anuais, embora com tendência de decrescimento significativamente mais moderada face ao trimestre anterior (-21,0%). Salienta-se que as exportações de serviços desceram 19,1% graças à redução do número de visitantes e da respectiva despesa, arrastando assim descidas de 6,1% nas exportações de outros serviços turísticos e de 25,4% nas exportações de serviços do jogo. A procura interna apresentou um comportamento fraco, com ligeiros aumentos de 1,3% na despesa de consumo privado e de 1,6% na despesa de consumo final do Governo, e um decréscimo de 17,4% na formação bruta de capital fixo. As exportações e importações de bens diminuíram 12,7% e 13,8%, respectivamente, enquanto as importações de serviços desceram 7,9%. Por seu turno, as taxas de crescimento real do PIB referentes ao primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2015 foram revistas para cima, ou seja, -21,9%, -23,7% e -21,0%, respectivamente. O deflactor implícito do PIB, que mede a variação global de preços, aumentou 3,0% no quarto trimestre de 2015, relativamente ao trimestre homólogo de 2014. Em 2015 o PIB registou uma contracção real de 20,3%, em termos anuais. A economia local do primeiro semestre desceu 22,8% em termos anuais, desacelerando a sua tendência descendente no segundo semestre (-17,7%) seguinte. A contracção económica deveu-se principalmente pelo comportamento continuamente fraco das exportações de serviços, com decréscimo anual de 26,8%. Observaram-se sobretudo uma queda acentuada de 33,4% nas exportações de serviços do jogo e uma descida de 11,6% nas exportações de outros serviços turísticos. Simultaneamente, a procura interna alargou-se com ritmo lento, registando um ligeiro crescimento anual de 1,9%, realçando-se os aumentos de 2,4%, 4,2% e 0,9%, na despesa de consumo privado, na despesa de consumo final do Governo e na formação bruta de capital fixo, respectivamente. A procura externa apresentou um comportamento moderado, com abrandamento dos aumentos das exportações (10,2%) e das importações (0,1%) de bens, tendo ainda as importações de serviços descido 3,4%, em termos anuais. Por outro lado, em 2015 o PIB atingiu 368,7 mil milhões de Patacas e o PIB per capita cifrou-se em 574.790 Patacas (cerca de 71.984 dólares americanos). O deflactor implícito do PIB, que mede a variação global de preços, subiu 4,4% em termos anuais, enquanto o crescimento económico do ano 2014 foi revisto para baixo, ou seja, -0,9%. Vide em anexo! Quanto aos principais componentes do PIB, em termos percentuais, o peso das exportações líquidas de bens e serviços na formação do PIB diminuiu consideravelmente, passando de 53,4% em 2014 para 40,7% em 2015, em virtude da redução substancial das exportações de serviços. Pelo contrário, a procura interna cresceu em termos anuais, cujo peso na formação do PIB aumentou de 46,6% em 2014 para 59,3% em 2015, impulsionado pelos pesos da despesa de consumo privado (25,7%), da despesa final de consumo do Governo (9,5%) e do investimento (24,2%), tendo subido 5,8, 2,5 e 4,5 pontos percentuais, respectivamente, em termos anuais. Vide em anexo! Realiza-se a revisão principal do PIB cerca de cinco em cinco anos, com a introdução de padrões internacionais mais recentes, e a aplicação de resultados estatísticos e de fontes de informação actualizados, para garantir a qualidade de dados e sua comparabilidade, permitindo, assim, reflectir com rigor a situação económica de Macau. A presente revisão principal abrange os seguintes pontos essenciais: (1) Optimização do método de apuramento das importações e exportações de serviços do jogo; (2) Aperfeiçoamento do método de estimativas da despesa no jogo dos residentes e revisão dos dados da despesa de consumo privado, servindo-se de referência os resultados actualizados do Inquérito aos Orçamentos Familiares; (3) Revisão da despesa dos visitantes (excluindo a despesa no jogo), segundo o princípio do equilíbrio entre oferta e procura, recorrendo ao uso da tabela de recursos e usos; e (4) Introdução de novas fontes de informação e inclusão de estimativas relativas a actividades comerciais offshore.