No terceiro trimestre de 2016 a economia de Macau registou um aumento homólogo de 4,0%, em termos reais. Este crescimento positivo verificou-se pela primeira vez nos últimos dois anos, devido aos resurgimentos da subida das exportações de serviços e do investimento. A procura externa melhorou, com as exportações de serviços do jogo e as exportações de outros serviços turísticos a aumentarem, em termos anuais, 0,2% e 6,5%, respectivamente, melhorando também em relação aos -9,9% e -6,0% registados no segundo trimestre. Simultaneamente, ocorria um abrandamento da queda das exportações de bens, que passou para -15,6%, comparativamente com -24,7% no trimestre anterior. A procura interna estabilizou, com subidas de 0,3% na despesa de consumo privado e de 2,3% no investimento, apesar das descidas de 1,3% na despesa de consumo final do Governo e de 7,3% nas importações de bens. O deflactor implícito do PIB do terceiro trimestre (que mede a inflação global) ascendeu ligeiramente 0,2% em termos anuais, informam os Serviços de Estatística e Censos. Restabeleceu-se o crescimento do consumo privado, com um ligeiro acréscimo homólogo de 0,3%, na despesa do consumo privado, que pôs fim à tendência decrescente dos primeiros dois trimestres, devido ao panorama favorável do mercado de emprego e ao alívio da pressão resultante da inflação. Porém, a despesa em bens duradouros manteve-se fraca, reflectindo o comportamento cauteloso dos agregados familiares em relação às despesas não essenciais. A despesa de consumo final das famílias cresceu 0,5% no mercado local e aumentou 4,5% no exterior. A despesa de consumo final do Governo diminuiu, com uma contracção de 1,3%, em termos anuais, sendo esta percentagem inferior à do segundo trimestre (+6,1%). Salienta-se que as remunerações dos empregados ascenderam 2,2% e as aquisições líquidas de bens e serviços caíram 4,9%. O investimento melhorou. A formação bruta de capital fixo, que reflecte o investimento, registou um crescimento homólogo de 2,3%, favorável face à situação do segundo trimestre (-20,0%). A subida do investimento foi impulsionada principalmente pelo aumento do investimento privado, com acréscimos de 1,3% do investimento em construção do sector privado e de 11,2% do investimento em equipamento, ambos reflectidos no crescimento de 2,4% do investimento do sector privado. Entretanto, o aumento de 1,8% no investimento do sector público beneficiou do acréscimo de 17,5% em equipamento, apesar do ligeiro decréscimo de 0,1% em construção. A queda do comércio externo de mercadorias estreitou-se. As importações e as exportações de bens abrandaram, com descidas homólogas respectivas de 7,3% e de 15,6%, notavelmente inferiores às do segundo trimestre (-17,0% e -24,7%), em virtude do restabelecimento da estabilidade da procura, bem como dos ligeiros aumentos no consumo privado, investimento e despesa dos visitantes. Restabeleceu-se o crescimento positivo do comércio de serviços. Em termos anuais as exportações de serviços ascenderam 3,3%, terminando a contínua tendência decrescente nos últimos dois anos, o que se deveu ao aumento do número de visitantes e à subida da respectiva despesa. Destacam-se os aumentos de 0,2% nas exportações de serviços do jogo e de 6,5% nas exportações de outros serviços turísticos, enquanto as importações de serviços registavam uma subida homóloga de 6,2%, superior a -3,1% do segundo trimestre. Nos primeiros três trimestres de 2016 a economia de Macau contraiu-se 5,4%, em termos reais. Quanto aos principais componentes das despesas do PIB, observaram-se descidas de: 1,6% na despesa de consumo privado; 18,1% no investimento; 22,0% nas exportações de bens; 15,4% nas importações de bens; 5,8% nas exportações de serviços e 1,0% nas importações de serviços, realçando-se as contracções de 8,7% nas exportações do jogo e de 2,6% nas exportações de outros serviços turísticos. Em contrapartida, subiu 1,6% a despesa de consumo final do Governo, o único principal componente das despesas que registou crescimento. Foram revistos os valores do crescimento económico dos anos de 2014 e 2015, nos quais as respectivas descidas (-0,9% e -20,3%) foram actualizadas para -1,2% e -21,5%. Relativamente à revisão do crescimento económico dos primeiro e segundo trimestres de 2016, os respectivos valores aumentaram de -13,3% e -7,1% para -12,4% e -7,0%.