Os Serviços de Saúde realizaram com sucesso o primeiro transplante de rim em Macau no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) efectuado em cooperação com o Primeiro Hospital Afiliado da Universidade Sun Yat-Sem. Para o Director dos Serviços de Saúde, Dr. Lei Chin Ion, esta cirurgia representa um passo importante para a Saúde na RAEM pois revela um avanço significativo no nível da medicina, bem como simboliza a determinação da civilização da sociedade de Macau, divulgando o espírito do humanismo, o que é de um grande valor para a sociedade. Já em 1995 tinham sido elaboradas em Macau as disposições para regular a dádiva, a colheita e o transplante de órgãos e tecidos de origem humana, e em Outubro de 2015 houve uma nova nomeação dos membros da Comissão de Ética para as Ciências da Vida, que permitiu após sucessivas discussões e profundas abordagens publicar no passado mês de Abril e Maio os critérios e regras de certificação da morte cerebral e as directrizes para a determinação da morte cerebral. Só assim foi possível iniciar a organização do desenvolvimento de transplante de órgãos. Actualmente o Centro Hospitalar Conde de São Januário possuiu uma equipa de trabalho dedicada em exclusividade ao transplante de órgãos. O director dos Serviços de Saúde agradeceu o apoio e cooperação prestados pela Comissão de Doação e Transplantação de Órgãos Estatal e pela equipa médica do Primeiro Hospital Afiliado da Universidade Sun Yat-Sem. Wang Jiefu, Presidente da Comissão de Doação e Transplantação de Órgãos Estatal já esteve em Macau por diversas vezes coordenando o trabalho relativos aos transplantes de órgãos. Também uma equipa médica do Primeiro Hospital Afiliado da Universidade Sun Yat-Sem tem apoiado a formação dos profissionais dos Serviços de Saúde, em particular dois grupos de médicos, de enfermagem e de anestesias. O Subdirector do Primeiro Hospital Afiliado da Universidade Sun Yat-Sem He Xiaoshun divulgou que esta operação foi realizada no contexto de desenvolvimento avançado da doação de órgãos no Interior da China e coordenada pelos Serviços de Saúde de Macau sob indicação do Professor Wang Jiefu, Presidente da Comissão de Doação e Transplantação de Órgãos Estatal. Sun Yat-Sem He Xiaoshun também referiu que o transplante de órgãos é uma técnica da medicina moderna, e que reflecte o nível desenvolvimento médico de uma área ou região, logo este transplante é um marco histórico no desenvolvimento de saúde em Macau. Salientou, também que a partir de agora os cidadãos de Macau podem usufruir desta técnica moderna que pode salvar vidas. Foi também efectuado um alerta que todos estes procedimentos dependem do fornecimento (doações) de órgãos após o falecimento, oq eu já é uma regra internacionalmente aceite. Em Macau estas atitudes ainda não tiveram inicio sendo expectável que esta operação possa despertar o apoio da população para o transplante de órgãos nomeadamente através da sua dádiva após a morte. Certoq eu estes procedimentos cumprem o espírito contínuo de fraternidade e de humanismo conforme as regras comuns internacionais e as culturas tradicionais chinesas. Operação concluída com a colaboração de duas equipas médicas O Transplante de rins é efectuado com recurso a três operações cirúrgicas, nomeadamente, nefrectomia, cirurgia de reparação renal e cirurgia de transplante renal, concluidas com a colaboração de duas equipas: uma dos Serviços de Saúde de Macau e outra sob a orientação e apoio dos especialistas da equipa média do Centro de Transplantação de Órgãos do Primeiro Hospital Afiliado da Universidade Sun Yat-Sen. A equipa médica de transplantes de órgãos dos Serviços de Saúde é constituída por 12 profissionais de saúde, tais como, os médicos especialistas dos Serviços de Urologia, Anestesiologia e Nefrologia e os enfermeiros dos mesmos Serviços. Após um ano de formação profissional, os membros desta equipa ficaram habilitados a efectuar transplantes de rins. Este foi o primeiro caso de transplante renal efectuado em Macau e foi realizado através da doação de um rim entre familiares. A dadora e a receptora são irmãs com 54 e 39 anos respectivamente. Com base no princípio voluntário das partes, as duas pessoas assinaram o termo de intenção sobre a doação e recepção de órgãos, na presença um advogado que testemunhou a doação entre familiares. As relações das irmãs delas foram identificadas pelo Centro de Perícia da Medicina Legal da Universidade Sun Yat-Sen. Após a realização de exame detalhado e análise laboratorial, a utente foi verificada como um paciente absoluto para ser submetida à tranplantação renal, por sua vez, a doadora tinha os rins saudáveis com boa função e queria doar um rim. Os procedimentos da operação foram bem sucedidos, com uma boa perfusão renal e a boa urinação. Após o recobro, a paciente está com sinais vitais estáveis, boa evacuação de urina, o que significa que houve um sucesso pleno desta cirurgia. Relativamente às despesas efectuadas pela operação cirúrgica, segundo as tarifas do regime actual de saúde pública de Macau, os portadores do BIRM pagam 70%, os trabalhadores não residentes pagam 100% e os não residentes pagam 200%. Os Serviços de Saúde irão definir as despesas, de acordo com o consumo de recursos materiais, humanos desta operação cirúrgica bem como o modo de pagamento suportado pelo próprio utente. Neste caso, o paciente é cidadão de Macau, para que haja uma isenção de pagamento é necessário que ele integre as condições de assistência médica gratuita em Macau ou solicite ajuda para pagamento das despesas médicas particulares através do regime de apoio financeiro promovido pelo Serviço de Acção Social do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Definir as normas de acreditação e proceder à formação médica para autonomizar estes procedimentos Os Serviços de Saúde têm desenvolvido trabalhos na área da formação e de implantes de órgãos tendo enviado equipas médicas para a Universidade de Medicina de Sun Yat-Sen. Os Serviços de Saúde também elaboraram instruções para que os médicos que realizam transplante renal têm de possuir os seguintes 6 requisitos: (1) Trabalhar na área de terapia clínica de urologia durante pelo menos 10 anos; (2) Iniciar a técnica de terapia sobre uretroscópio rígido e flexível; (3) Ter capacidade de realizar cirurgias renal e ad-renal laparoscópicas ou abertas; (4) Ter capacidade de realizar cirurgias para recuperação da estenose de uretras e ureteres, bem como cirurgias de desvio urinário; (5) Estar dotados de pelo menos 2 médicos, do quadro hospitalar que possuem qualificação clínica de técnica de transplante renal, bem como de outros ajudantes profissionais que possuem os conhecimentos e qualificação no sentido de transplante renal; (6) Os médicos acima referidos devem possuir experiências de cirurgia renal de 10 anos ou mais, receber e passar em formação sistemática de base para formação de transplante renal e possuir treinos relativos à cirurgia vascular. Contudo, relativamente aos números de casos de cirurgia, todas as bases de formação têm exigências diferentes, por exemplo a base de formação da Universidade de Medicina de Sun Yat-Sem exige que um médico para poder concluir autonomamente um transplante de órgãos deva pelo menos participar em 50 casos de transplantes de órgãos e ter experiência como cirurgião principal em pelo menos 20 transplantes. Nos próximos tempos os Serviços de Saúde continuarão a acompanhar as necessidades do território e com a experiência acumulada a equipa médica dos Serviços de Saúde poderá realizar transplantes de rins e planear o transplante de outros órgãos, nomeadamente fígados. Discutir com esforço para que os residentes locais poderem incluir na lista de espera de órgãos da China Continental e definir as normas de classificação de espera Actualmente existem mais de 600 utentes com doença renal que necessitam de ser submetidos a tratamentos de diálise (ou seja conhecido mais vulgarmente por lavagem de rins). No entanto, nem todo os pacientes podem ser transplantados, situação que depende do julgamento clínico do médico. Os Serviços de Saúde querem desenvolver o transplante de rins, permitindo que mais pacientes possam obter o tratamento; porém, a maior parte das mortes anuais em Macau não é adequado para a doação de transplante de órgãos, ou seja, só existem 1 ou dois cadáveres em 100 mil pessoas que podem doar. Estes números resultam de um pequeno número de vítimas de acidentes de trânsito e de morte cerebral que permite a disponibilização de todos os órgãos do corpo, situação adequada para fazer a doação de órgãos. Por isso, em Macau, todos os anos, é só possível obter 10 a 20 doadores são mas nem todos querem doar. Actualmente está a ser analisada o desenvolvimento de acções de divulgação da importância de doação de órgãos, por outro lado, debate-se a possibilidade dos residentes de Macau poderem ser incluídos na lista de espera no interior da China, para aumentar a oportunidade de procura de órgãos. Isto significa-se que os residentes locais passam também a ser prioritários na recepção de órgãos doados, bem como podem compartilhar com os pacientes do interior da China. No regime de espera existem normas rigorosas de avaliação internacionais e do interior da China, que definem a ordem de espera de acordo com os factores, tais como, a idade do paciente, o estado clínico, situação de saúde. No futuro, os Serviços de Saúde também consultarão as normas de avaliação dos outros países e da China para definir a ordem de espera de órgãos. Relativamente à doação de órgãos vivos entre parentes, estes não necessitam de espera, quer dizer que as normas promovidas na China serão consultadas para realizar a doação de órgãos vivos do parente das três gerações, procedendo uma verificação rigorosa das relações de parentesco entre o doador e o receptor, para evitar os casos de comércio de órgãos. A conferência de imprensa foi presidida pelo Director dos Serviços de Saúde Lei Chin Ion, encontrando-se presentes o Subdirector do Primeiro Hospital Afiliado da Universidade Sun Yat-Sem He Xiaoshun, responsável do Serviço de transplantação renal Wang ZhangXi, professor do Centro de transplantação de órgãos Wang Dongping, bem como o Director do CHCSJ Kuok Cheong U, assessor do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura Tai Wa Ho, responsável do Serviço de Urologia do CHCSJ Ho Shun Fa, médico do Serviço de Urologia do CHCSJ Ian Lap Hong.
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