Numa reunião com o Vice-Governador da Província de Hubei, Dr. Cao Guangjing, o Secretário para a Economia e Finanças da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Dr. Leong Vai Tac, defendeu que as vantagens de Macau enquanto Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa permitem ao território apoiar as empresas da China Continental na “expansão ao exterior”. Ao mesmo tempo, lembrou o Secretário, Macau pode também ajudar os Países de Língua Portuguesa a elevarem o nível de comercialização dos seus produtos alimentares. O papel de Macau como plataforma foi, aliás, reconhecido também pelo Dr. Cao Guangjing. No dia 12 de Agosto de 2016, tiveram lugar um almoço de intercâmbio e a Cerimónia de Assinatura de um Memorando de Cooperação entre a Direcção dos Serviços do Comércio da Província de Hubei e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). No mesmo dia, foi ainda realizada a Cerimónia de Inauguração do Gabinete de Representação do IPIM em Wuhan. Uma delegação liderada pelo Dr. Cao Guangjing participou em ambos os eventos, tendo o Vice-Governador reunido também com o Dr. Leong Vai Tac. Numa sessão de intercâmbio, o Dr. Cao Guangjing referiu que Hubei deverá aproveitar ao máximo o papel de Macau como plataforma, de modo a chegar aos mercados dos Países de Língua Portuguesa. O responsável salientou também a elevada complementaridade de vantagens entre os Países de Língua Portuguesa e a Província de Hubei ao nível industrial. O Vice-Governador afirmou ainda acreditar que existe uma enorme margem para o desenvolvimento de parcerias em diversos sectores, entre eles os do processamento de alimentos, da produção agrícola e de produtos secundários. A título de exemplo, o Dr. Cao Guangjing destacou o caso de uma empresa de Hubei que alcançou bons resultados no mercado de Moçambique. Para ilustrar o Dr. Cao Guangjing recordou ainda a aquisição de uma empresa de Portugal quando integrava a equipa de gestores da China Three Gorges Corporation, sublinhando o contributo positivo do Governo de Macau nesse processo, explicando a enorme margem de oportunidades para parcerias que facilitem a entrada das empresas de Hubei nos Países de Língua Portuguesa – através da plataforma de Macau. Em resposta, o Secretário da RAEM, Dr. Leong Vai Tac, lembrou que os produtos agrícolas de países lusófonos, como Moçambique, têm um elevado potencial de desenvolvimento. No entanto, o Secretário salientou que é necessário que as empresas da China Continental partilhem a sua experiência e tecnologia no que diz respeito à transformação de produtos agrícolas e mercadorias através do processamento e das técnicas de embalagem. O Secretário defendeu que devem ser reforçados os trabalhos relativos à transferência de tecnologia, de modo a que, por exemplo, não se invista apenas nas bases de produção nos Países de Língua Portuguesa, mas também no sector do processamento de produtos alimentares, a fim de providenciar serviços ‘one-stop’ – serviços em que, disse, valerá a pena investir, porque certamente alcançarão sucesso no futuro. O Secretário sublinhou ainda que Macau tem capacidade para prestar apoio a esse processo de transferência de tecnologia, fazendo chegar as tecnologias e as competências profissionais da China Continental aos Países de Língua Portuguesa, como Moçambique. Por outro lado, o Dr. Leong Vai Tac apelou que no futuro, caso as empresas de Hubei exportem os produtos para Moçambique ou outros Países de Língua Portuguesa, ou importem produtos de Moçambique para a China Continental, devem ter em consideração o papel de Macau como plataforma de serviços financeiros. Macau dispõe de uma política de porto franco, sendo o território propício ao fluxo de capitais e à actividade cambial. No futuro, Macau poderá vir a desenvolver a cooperação ao nível da produção industrial, um sector com perspectivas de desenvolvimento. O Centro de Exposição de Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa (Centro), situado na Praça Tap Seac, em Macau, foi inaugurado oficialmente no final de Março. O Centro apresenta actualmente mais de uma dezena de produtos agrícolas e alimentares de Moçambique. Um dos expositores no Centro comercializa o “Arroz Bom Gosto”, cuja produção resulta de um investimento feito por uma empresa de Hubei em Moçambique, sendo também um projecto de cooperação celebrado pelo Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os PLP durante a 4.ª edição do Fórum de Macau em 2013. O Centro irá continuar a atrair mais produtos alimentares dos Países de Língua Portuguesa, demonstrando, assim, as vantagens da cooperação entre a China e esses países. Por outro lado, o Gabinete de Representação do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau em Wuhan irá ser proactivo na interacção com as empresas, em linha com as orientações do Dr. Leong Vai Tac. Ao reconhecerem o papel de Macau como plataforma, as empresas de Hubei poderão aproveitar as vantagens oferecidas pelo nosso território, procurando “expandir para o exterior” e agarrando oportunidades de negócio nos mercados dos Países de Língua Portuguesa.
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