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Serviços de Saúde confirmaram mais um caso de sarampo


Os Serviços de Saúde confirmaram esta segunda-feira (24 de Julho) um caso de sarampo, e apelam aos pais dos bebés que ainda não tenham sido administrada a vacina anti-sarampo para prestar mais atenção à prevenção.

O caso reporta-se a uma criança com 11 meses de idade que manifestou sintomas como febre e tosse no dia 18 de Julho. Actualmente, está internada no Hospital Kiang Wu para receber tratamento em isolamento. Após a análise laboratorial efectuada na parte da manhã do dia 24 pelo Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde, o resultado do teste de PCR foi positivo para sarampo. Ao doente não foi administrada a vacina anti-sarampo devido ao facto de não ter idade suficiente para tomar a vacina. Antes da manifestação de sintomas no dia 9 de Julho, teve contacto com a sua prima que já apresentava sintomas (ou seja, este é o primeiro caso de sarampo de Macau deste ano). Apesar de ter registo de viagem no período de incubação, segundo a história de contacto com um caso de sarampo e o tempo de manifestação de sintomas, e considerando que a fonte de infecção tinha sido uma prima do doente, este caso foi classificado como caso de infecção local. O estado do doente encontra-se estável, não havendo complicações graves.

Os Serviços de Saúde encontram-se a proceder ao rastreio do estado de saúde das outras 12 crianças, as quais ainda não estão vacinadas contra o sarampo e que se encontravam na mesma sala de espera enquanto o paciente aguardava consulta médica. Estas crianças não foram vacinadas devido ao facto de não terem idade suficiente para tomarem as vacinas (1ª dose é aos 12 meses, 2ª é aos18 meses). Os Serviços de Saúde exigiram que as respectivas crianças não fossem às escolas durante as próximas três semanas, a contar do dia de contacto com o paciente, devendo ficar em casa a descansar. Actualmente, nenhuma criança apresenta sintomas semelhantes aos do sarampo.

Sarampo é uma doença transmissível aguda por tracto respiratório, causada pelo vírus do sarampo, as vias de transmissão são as gotículas de saliva expelidas, podendo, todavia, ainda ser transmitida por contacto directo com as secreções infectadas e objectos contaminados de doentes. De um modo geral, o período de incubação é de 7 a 18 dias, podendo ser um período mais comprido de 21 dias. O período de transmissão varia de três dias a uma semana depois do aparecimento de exantema. Os principais sintomas são febre prodrómica (superior a 38ºC), enantema bucal (Koplik spot), exantema manuculopapular generalizado, conjuntivite, tosse e corrimento nasal. Em geral, o exantema maculopapular aparece três dias após a ocorrência de sintomas. A face e atrás das orelhas são o local de início do exantema, que afecta depois o pescoço, o corpo, os quatro membros e no fim, palma das mãos e planta dos pés, com a duração de 4 a 7 dias e, ao desaparecer, há fragmentos de pele e sedimentos. O sarampo é altamente contagioso, sendo uma doença muito comum em crianças na época com baixa taxa de cobertura vacinal. O sarampo é uma doença auto-limitante, tendo a maioria dos casos sintomas ligeiros, não havendo nenhum tratamento específico. Nas regiões com mais elevado nível de nutrição, higiene e de saúde, os casos graves são raros.

Os Serviços de Saúde indicaram que, em 2014, a RAEM obteve a certificação da OMS, passando a fazer parte dos primeiros quatro países e regiões da Região do Pacífico Ocidental que erradicaram o sarampo. A erradicação do Sarampo não significa a inexistência de casos do mesmo, mas sim que dado a taxa da cobertura da vacina de uma região e o nível imunitário de indivíduos ser muito alta, mesmo no surgimento de alguns casos, não há transmissão sustentada, ou seja, a transmissão endémica do sarampo é interrompida. Entre os 37 países e regiões da Região do Pacífico Ocidental, neste momento, apenas 7 chegaram a alcançar a erradicação do Sarampo, algo que os países e regiões da Região do Pacífico Ocidental e Sul da Ásia que não conseguiram, incluindo o Interior da China, em que ainda há uma epidemia abrangente. Dada a deslocação de pessoas, Macau tem um contacto estreito com estes países e regiões, por isso é inevitável o surgimento de importação de casos e de poucos casos locais, especialmente aquando de epidemias graves nas zonas vizinhas, porém isto não significa a perda da certificação da erradicação do Sarampo.

Para proteger a saúde das crianças, os Serviços de Saúde apelam aos pais para que cumprirem o Programa de Vacinação da RAEM, levando os seus filhos periodicamente para vacinação, chamando a atenção do público para:

  • Viagens com lactentes ou crianças que não tenham recebido vacina contra o sarampo devem ser evitadas, especialmente entre os 6 e 12 meses de idade, visto que os anticorpos da mãe adquiridos pela criança diminuem gradualmente, assim como o efeito da vacinação, sendo por isso considerado um grupo facilmente susceptível ao sarampo. Em caso de necessidade de levar crianças dessa idade para residência no exterior, é aconselhável a administração da vacina contra o sarampo de acordo com as recomendações da autoridade de saúde dessa região.
  • As crianças entre os 12 meses e 18 meses de idade devem ser vacinadas contra a VASPR (MMR), as crianças com idades compreendidas entre 1 e 17 anos que não receberam as duas doses de vacina contra o sarampo, bem como as mulheres em idade fértil que não tenham tido sarampo ou não tenham sido vacinadas contra o sarampo, devem deslocar-se ao Centro de Saúde para administração da vacina. A vacina contra o sarampo é gratuita para os residentes de Macau.
  • Relativamente aos restantes indivíduos com 18 anos de idade ou superior que não tenham tido sarampo ou que não tenham recebido a vacina contra o sarampo, é aconselhável a administração de uma dose da vacina MMR por conta própria, em particular antes da deslocação a zonas afectadas. A imunidade produzirá efeito após duas semanas. Geralmente, a maioria dos cidadãos de Macau com idades superior aos 25 anos já teve contacto com este vírus e estão imunes.

Os Serviços de Saúde salientaram que o Sarampo é uma doença de declaração obrigatória. Em caso de detecção de qualquer caso suspeito de Sarampo, todos os médicos devem fazer a sua participação ao Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde. De acordo com as recomendações e instruções da Organização Mundial de Saúde, os Serviços de Saúde continuarão a erradicar o Sarampo, reforçando a monitorização e teste do mesmo, mantendo um nível elevado de cobertura da vacina de forma a proteger a saúde dos cidadãos, em especial os lactentes e crianças.



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