Nas estatísticas divulgadas pela AMCM constata-se que os investimentos dos residentes de Macau - incluindo indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo o fundo de reserva cambial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes, calculados a preços de mercado em 31 de Dezembro de 2016, registaram um valor de 484,7 mil milhões de patacas, representado aumentos de 9,4% face a 30 de Junho de 2016 e de 10,5% face ao período homólogo de 2015. Entre os vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital (incluindo fundos mútuos e investimentos em trusts), obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo atingiram 183,9 mil milhões, 285,9 mil milhões e 14,9 mil milhões de patacas, respectivamente, traduzindo variações respectivas de +8,2%, +15,6% e -30,4% em relação ao final de 2015.
Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 56,6%, sendo o restante valor aplicado principalmente no Atlântico Norte e Caraíbas (15,0%), na Europa (12,3%), na América do Norte (10,4%) e na Oceânia (5,1%).
O investimento dos residentes de Macau continuou a concentrar-se nos títulos emitidos por entidades no Interior da China (incluindo títulos listados em bolsas no exterior), com 38,6% da carteira de investimentos externos. O respectivo valor de mercado situou-se em 187,3 mil milhões de patacas, ou seja, menos 8,7% face ao idêntico período de 2015. Refira-se que os investimentos consistiram em 51,4 mil milhões em títulos representativos de capital, 131,8 mil milhões em obrigações a longo prazo e 4,1 mil milhões em obrigações a curto prazo, os quais correspondem, respectivamente, a 28,0%, 46,1% e 27,5%, do total nas respectivas categorias. Simultaneamente, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades em Hong Kong aumentou suavemente de 13,4% no fim de 2015 para 13,6%, tendo subido 12,1% o valor de mercado (65,8 mil milhões). Salienta-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram 40,7 mil milhões e 20,8 mil milhões de patacas, respectivamente.
A carteira de investimentos dos residentes de Macau emitidos por entidades no Atlântico Norte e Caraíbas continuou a subir, com um valor de mercado de investimentos nestas regiões de 72,6 mil milhões de patacas, que equivaleu a um aumento de 36,0% face ao final de 2015, alargando-se o respectivo peso de 12,2% no final de 2015 para 15,0%. Em particular, cresceu anualmente 21,1% o valor de mercado da carteira de investimentos nas Ilhas Caimão, situando-se em 32,8 mil milhões de patacas.
A quota de investimento em títulos europeus alcançou 12,3%, apresentando um acréscimo de 1,7 pontos percentuais relativamente ao final de 2015, enquanto o seu valor de mercado atingia 59,5 mil milhões de patacas, tendo aumentado 28,3%. Entre os países europeus, o Reino Unido, o Luxemburgo e os Países Baixos representaram os maiores pesos, com valores de mercado de 12,9 mil milhões, 12,4 mil milhões e 8,2 mil milhões de patacas, respectivamente.
Os Estados Unidos da América concentram a carteira de investimentos da América do Norte, onde os investimentos dos residentes de Macau atingiram 46,8 mil milhões de patacas em valor de mercado, com um crescimento de 17,6% em comparação com o final de 2015, que impulsionou de 9,1% para 9,7% o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior.
Quanto aos títulos emitidos por entidades na Austrália, detidos por residentes de Macau, o seu valor de mercado atingiu 22,6 mil milhões de patacas no final de 2016, tendo aumentado 60,4% face ao período homólogo de 2015. Em consequência, a quota de títulos da Oceânia expandiu-se de 3,2% para 5,1% do total da carteira de investimentos.
O Inquérito à Carteira de Investimentos (ICI) é realizado conjuntamente pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em conformidade com as metodologias estatísticas promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).