Desde Março de 2013 a 9 de Junho de 2017 foram registados 1.534 casos de infecção humana por H7N9 em todo o mundo. A maioria das pessoas infectadas foi diagnosticada com pneumonia, havendo uma taxa de mortalidade superior a 30%.
Em 2017, no Interior da China, a situação é grave dado o número de pessoas infectadas pela gripe aviária H7N9. Até ao passado dia 9 de Junho foram registados 724 casos, a mais grave das situações desde 2013.
Em Macau, nos últimos seis meses, apenas foi registado um caso local e um caso importado, mas foi necessária a realização de dois (2) abates de aves, evidenciando a gravidade da epidemia da gripe aviária H7N9.
Gravidade aumenta anualmente
Segundo informações obtidas, o período de pico da infecção humana pela gripe aviária H7N9 foi em Abril de 2013, em que foram registados 147 casos no Interior da China. No início de 2014, a epidemia atingiu novamente outro pico, espalhando-se do leste da China, em direcção ao sul, para a província de Fujian, Guangdong (Cantão), entre outras. Em 2014, foram registados 327 casos em várias províncias devido à falta de preparação perante o período inicial da epidemia.
Em 2015 e 2016, houve uma menor tendência de avanço da epidemia da dado as províncias estarem bem preparadas, tendo sido registados 208 casos e 125 casos respectivamente. Porém, a situação voltou a agravar de novo em Janeiro de 2017, tendo sido registados 724 casos até ao dia 9 de Junho, situação esta cujo número de casos é seis vezes superior aos registados em 2016, ou seja, o número de casos registados em 2017 é o mais alto e de maior gravidade desde 2013, ano em que foi detectado o primeiro caso de humanos infectados pela gripe aviária H7N9.
Infecção alastra a várias regiões
Em 2017 já foram detectados casos em outras províncias, cidades e regiões autónomas (27 locais no total), a saber: nas províncias de Jiangsu, Zhejiang, Guangdong (Cantão) e Fujian foram registados os casos mais graves quando comparados com anos anteriores; nas províncias de Shaanxi, Tibet, Gansu, Chongqing, Guizhou, Guangxi, Sichuan, Tianjin, Shanxi e Mongólia Interior ocorreram os casos habituais; porém, em províncias onde nunca foram registados casos até mesmo casos esporádicos, como em Anhui, Jiangxi, Hebei, Shandong, Henan, Hubei, Guizhou, Guangxi e Sichuan foram detectados casos graves.
Duração da epidemia pode ser longa
Em Maio, de 2014 a 2016, a epidemia foi bem controlada devido às boas medidas de controlo e aumento de temperatura. Mas, só no mês de Maio de 2017 foram registados 73 casos no Interior da China, sendo cerca do triplo do número de 28 casos registados em Maio de 2016. Apesar do reforço de medidas de controlo da temperatura, prevê-se que a epidemia possa, de forma progressiva, ser atenuada, mas não irá desaparecer. Segundo dados históricos, do início de Outono à Primavera, os casos de infecção por H7N9 podem atingir novos picos.
Medida de separação de humanos e aves vivas é mais eficaz na prevenção e controlo do vírus H7N9.
O vírus H5N1 pode levar as aves, como as galinhas, à doença e à morte, o que facilita a detecção e controlo, dado que o âmbito de transmissão é limitado, porém o vírus H7N9 é diferente. Em geral, o vírus H7N9 não causa a morte, o que torna mais difícil a sua detecção e controlo, no entanto, é de fácil transmissão. Desde 2013, a transmissão do vírus H7N9 abrange cada vez mais aves, sendo sempre detectado o vírus H7N9 nos mercados de aves do Interior da China aquando do período de pico da gripe aviária.
Considerando o principal meio de transmissão do H7N9 ser de aves para humanos, é nas secrecções e excreções de aves infectadas que existe um maior número de vírus, logo os seres humanos podem ser infectados através do contacto com aves vivas infectadas ou com as secreções ou excreções (através de superfícies ou pelo ar). Deste modo, a medida de separação de humanos e aves vivas é mais eficaz na prevenção e controlo da gripe aviária dado a dificuldade de controlo e detecção.
Após seguimento de casos de infecção do H7N9 em humanos nas Províncias do Interior da China, o Governo lançou, de forma consecutiva, várias medidas de separação, bem como a proibição do comércio de aves nas cidades e zonas centrais, de modo a atingir a política de “sistema centralizado de abate de aves, transporte e distribuição por cadeia de frio e venda de produtos frescos nos mercados”, o que prova que a separação de humanos e aves é bastante eficaz na prevenção da infecção humana pelo H7N9.
As doenças transmissíveis podem ter um grave impacto na saúde e vida dos residentes, assim como também na economia, nomeadamente na indústria de turismo, dado a cidade de Macau ser pequena mas com elevada densidade populacional, para além do enorme fluxo de pessoas. Deste modo, as medidas de prevenção e controlo da gripe aviária estão ligadas estreitamente à saúde dos residentes. O Governo tem a responsabilidade e deve tomar medidas mais rigorosas do que as regiões vizinhas na prevenção e controlo de doenças transmissíveis.