O “Dia da Cooperação Empresarial Verde”, organizado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), é, todos os anos, um dos eventos mais importantes do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF). O evento da edição deste ano teve lugar hoje (30 de Março). A organização convidou líderes, especialistas e académicos locais e do exterior para explorarem tópicos relacionados com a inovação nas indústrias transformadoras e no sector do turismo. Os participantes acreditam que Macau pode utilizar as próprias vantagens em articulação com os recursos turísticos das regiões vizinhas, para alargar o espaço de desenvolvimento da indústria local do turismo.
O “Dia da Cooperação Empresarial Verde” é uma das actividades que se realizam durante o MIECF 2017, incluindo sessões de debate e uma cerimónia de assinatura de acordos. Este ano, o “Dia da Cooperação Empresarial Verde” foi dividido em duas sessões, atraindo cerca de 380 participantes. A sessão sobre “O Futuro da Indústria de Manufactura – Economia Inovadora Sustentável” centrou-se nos desafios enfrentados pela indústria transformadora tradicional durante o período de transição. Influenciada por factores como modelos inovadores de negócios, uma nova era de consciencialização sobre as emissões de carbono e a procura dos consumidores por empresas que apostem num desenvolvimento sustentável, tornou-se necessário para a indústria de manufactura encontrar um novo caminho com base num desenvolvimento verde. O Presidente e membro fundador da Associação das Indústrias Ambientais de Macau, Eng. António Trindade, foi o moderador da primeira sessão. A sessão contou com os seguintes oradores: o Presidente e Director Executivo da Carbon Partners Asiatica, Junji Hatano, o Director Executivo da Spin.Works, Vasco Pimenta; o Presidente da Aliança Internacional Macaense, Roy Eric Xavier; e o Professor Billy Hu da Dyson School of Design and Engineering, Imperial College, em Londres.
Durante o evento, os oradores debateram novas tecnologias amigas do ambiente que podem ajudar à transformação da indústria de manufactura. Alguns oradores defenderam o conceito de “contrato verde”, em que após a assinatura de acordos específicos as empresas são obrigadas a adoptar processos amigos do ambiente nos seus mecanismos de produção. Além disso, é também necessário implementar processos semelhantes na administração da empresa, como a redução do uso de papel, entre outros. Os participantes apontaram que Macau está estreitamente ligada à China interior e aos Países de Língua Portuguesa, bem como à União Europeia, devido às suas relações históricas e à sua localização geográfica. Nos últimos anos, Macau tem vindo a promover a diversificação da sua economia, sendo, por isso, altamente recomendável o reforço dos laços com o mundo exterior, importando novas perspectivas e pontos de vista, alargando a visão dos seus jovens para promover a pretendida diversificação económica.
A segunda sessão centrou-se nas “Oportunidades de Negócios Verdes – Turismo Costeiro Sustentável”. Macau, como um Centro Mundial de Turismo e Lazer, deve promover os sectores industrial, académico e de investigação no sentido de estudar a melhor forma para impulsionar e implementar – através de modelos inovadores – planos turísticos sustentáveis. A segunda sessão foi moderada pela Presidente do Instituto de Formação Turística de Macau, Fanny Vong, e contou com a participação dos seguintes oradores: o Presidente da Associação de Turismo da Ásia Pacífico (PATA, na sigla inglesa), Andrew Jones; o Presidente do Conselho Executivo da Associação Promotora da Economia de Macau, Ieong Tou Hong; o Vice-Director do Centro de Estudo do Desenvolvimento Económico e Social e do Gabinete de Estudos Políticos do Comité Municipal de Zhuhai do PCC, Yu Youkang; e Sébastian Portes, Director-Geral para Hong Kong e Macau do Club Mediterranée (Club Med).
Alguns dos oradores disseram acreditar que Macau pode fazer uso das próprias vantagens em articulação com os recursos turísticos das regiões vizinhas, desenvolvendo em conjunto sector de turismo regional. O facto de Macau passar a administrar 85 quilómetros quadrados da sua zona marítima pode ser vantajoso tanto para a indústria turística, como para o público em geral. No entanto, a protecção dos recursos marítimos será uma questão fulcral na promoção de um desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, Macau e a Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas devem melhorar o seu modelo de cooperação. Outros oradores acreditam que apoiar o sector do turismo é uma boa ideia. Contudo, salientam, Zhuhai e Macau devem manter os próprios recursos e especificidades, com o objectivo de continuarem a ser atractivos aos olhos dos turistas. Além disso, acrescentaram os oradores, é necessário aumentar a consciência ambiental do público. Apenas através de um esforço conjunto entre governo, empresas e o público será possível manter um equilíbrio entre a protecção do ambiente e o desenvolvimento regional. Os participantes também apresentaram várias sugestões para a cooperação entre Macau e a Província de Guangdong no que diz respeito ao sector do turismo.
Uma cerimónia de assinatura de acordos teve lugar às 17:30 horas, no primeiro dia do MIECF, no Salão de Exposições A do Venetian Macao-Hotel-Resort. Um total de 29 acordos de cooperação foram assinados, esta tarde, abrangendo cooperação entre associações comerciais, o intercâmbio de informações ambientais e cooperação técnica, cooperação em projectos ambientais, projectos na área da energia solar, projectos de controlo de qualidade do ar, criação de uma plataforma para a troca de informações relacionadas com a protecção do ambiente, e agenciamento de produtos amigos do ambiente. Os acordos foram assinados por representantes de vários países e regiões, incluindo a China interior, Camboja, Itália, Portugal, Vanuatu, Taiwan, Hong Kong e Macau.
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