O Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2017 (MIECF 2017) marca o 10.º aniversário do MIECF. Ao longo de nove anos, o MIECF afirmou-se como uma “plataforma verde” internacional, através da qual várias organizações e empresas da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas (Pan-DRP), da União Europeia (UE), dos Países de Língua Portuguesa e de vários países e regiões abrangidos pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” estabeleceram contactos e promoveram a cooperação no sector ambiental.
O presidente da Sociedade de Ecologia de Macau, Ho Wai Tim, revela que a sua organização tem vindo a cooperar com empresas de Hong Kong desde o MIECF 2012, nomeadamente na área das tecnologias ligadas à fiscalização de construção amiga do ambiente. Segundo Ho Wai Tim, existem, actualmente, seis empresas locais de engenharia a desenvolver trabalhos nesta área. O dirigente associativo disse ainda esperar que as empresas locais envolvidas na fiscalização de construção amiga do ambiente possam expandir a sua actividade e participar este ano em projectos no exterior. Ho Wai Tim recorda que a sua organização promoveu a utilização de um autocarro eléctrico durante a edição do ano passado do MIECF, um projecto bem sucedido já que foi depois adoptado por empresas locais. O dirigente associativo destaca ainda a importância do MIECF enquanto plataforma que permite aos expositores interagir com empresas e organizações de todo o mundo, estabelecendo uma rede para intercâmbio e para aprofundar a cooperação.
MIECF ajuda empresas a reforçar competitividade
Nos últimos anos, vários países e regiões em todo o mundo têm procurado lidar com o problema do desperdício associado à produção de sacos de plástico. Chan Ka Seng, proprietário de uma empresa ligada ao fabrico de produtos tradicionais de plástico, explica que a companhia está a par da crescente consciencialização global para a necessidade de protecção do ambiente e o impacto ambiental da produção de objectos de plástico. Na edição do ano passado do MIECF, a empresa aproveitou a oportunidade para assinar um acordo com uma companhia de Zhongshan, na Província de Guangdong, com vista ao desenvolvimento de um projecto de produção de sacos de plástico biológicos. De acordo com Chan Ka Seng, as duas empresas têm estado a trabalhar juntas ao nível da investigação e fabrico destes produtos. A diferença, afirma o empresário, é que sacos de plástico biológicos podem ser reciclados, ao contrário dos sacos de plástico convencionais. Actualmente, a maior parte da produção de sacos de plástico biológicos é exportada para a Austrália e o Canadá. A empresa está, neste momento, a trabalhar no sentido de alargar as aplicações da tecnologia utilizada na produção de sacos de plástico biológicos a outras actividades, como a produção de recipientes para a indústria fast food, caixas de plástico, tapetes e chinelos. No MIECF 2017, a empresa de Chan Ka Seng irá procurar estabelecer parcerias com empresas do exterior para uma potencial expansão da sua actividade, explica o responsável. Outro dos objectivos, refere, é promover os seus produtos junto de países da UE, países e regiões abrangidos pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e a Região do Pan-DRP.
A empresa de Tin Ta Tek opera no sector da energia solar e tem participado em todas as edições do MIECF, segundo o proprietário. Através dessa participação, a empresa conseguiu colaborar com companhias de Portugal na área da energia solar. Em 2013 e 2016, respectivamente, a empresa investiu em duas centrais fotovoltaicas de energia solar em Portugal. Tin Ta Tek acredita que o MIECF constitui uma plataforma importante, ao colocar em contacto empresas e tecnologias amigas do ambiente provenientes de todo o mundo. Além disso, lembra, Macau tem vindo a desempenhar activamente o seu papel de plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O território, diz, beneficia também do apoio da política nacional referente à cooperação na Região do Pan-DRP, bem como das oportunidades criadas pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. As empresas que dispõem de tecnologias com potencial de desenvolvimento podem, assim, procurar novas oportunidades para utilizar ao máximo a plataforma de Macau e alargar o espaço para crescimento.
O negócio de Wan Wa Fan está ligado à produção de materiais de construção amigos do ambiente. A responsável explica que a sua empresa conseguiu exportar os seus produtos através da participação no MIECF. A companhia conseguiu entrar no mercado de Portugal, bem como em mercados de países e regiões abrangidos pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, incluindo o Camboja e as Filipinas. Wan Wa Fan acredita que o MIECF é uma excelente plataforma para apoiar a expansão das empresas locais no mercado internacional.
Crescente profissionalização do MIECF
Lio Yan I pertence a uma empresa envolvida no desenvolvimento de sistemas de produção de energia fotovoltaica em Macau. A companhia tem participado no MIECF desde a sua primeira edição e a responsável entende que o evento se tem vindo a profissionalizar, especialmente no que diz respeito aos serviços de bolsas de contactos. Para Lio Yan I, o MIECF tem dado resposta às necessidades dos expositores e dos visitantes profissionais, sendo de destacar o papel do evento como “plataforma verde”. A responsável acrescenta que, através da participação no MIECF, a sua própria empresa conseguiu estabelecer contactos e trabalhar com alguns dos principais hotéis em Macau, ao abrigo de acordos de cooperação que estão ainda em vigor. Lio Yan I afirma que tal prova que o MIECF é bastante útil às empresas locais, no sentido de as ajudar a estabelecer contactos e alargar os seus negócios.
O MIECF 2017 realiza-se, entre os dias 30 de Março e 1 de Abril, no Venetian Macao-Resort-Hotel. O evento disponibiliza uma série de actividades, incluindo o “Fórum Verde”, a “Mostra Verde”, diversos serviços de bolsas de contacto, várias apresentações e seminários promocionais. Tanto os visitantes profissionais como o público em geral são bem-vindos.