Na sequência da eclosão de surtos de peste bubónica que foram detectados em Madagáscar, os Serviços de Saúde reforçaram as medidas nos postos fronteiriços de modo a facilitar a detecção precoce de pacientes e prevenir uma eventual propagação transfronteiriça da doença.
Desde Agosto de 2017, na República de Madagáscar, eclodiram surtos não controlados de peste bubónica situação que levou a Organização Mundial de Saúde a alertar todos os países. Desde quinta-feira, 19 de Outubro que os Serviços de Saúde, em colaboração com o Corpo de Segurança Pública, reforçaram medidas de vigilância contra a peste bubónica nos postos fronteiriços principais de Macau. As medidas incluem: encaminhamento pelo CPSP de todos os imigrantes portadores de passaportes das regiões afectadas para áreas de controlo sanitário exercido por funcionários dos Serviços de Saúde junto onde é efectuado um inquérito e exame. Os indivíduos provenientes dos países afectados que manifestem sintomas tais como febre, inchaço e dor nos gânglios linfáticos, tosse e dificuldade em respirar, E que sejam suspeitos de infecção da peste bubónica, serão encaminhados, de imediato, para o Centro Hospitalar Conde de São Januário onde será efectuada um exame clínico mais aprofundado. Por outro lado se os indivíduos não manifestarem sintomas os Serviços de Saúde irão verificar periodicamente o seu estado clínico através de telefone.
A peste bubónica é causada pela bactéria Yersinia pestis (plague bacillus), tem geralmente um período de incubação de 2 a 4 dias, mas o período mínimo e máximo pode ser de 1 ou 7 dias, respectivamente. Os sintomas incluem febre, tremores de frio, cefaleias, dores musculares, fraqueza e aumento de células brancas. Clinicamente poderá manifestar um ou vários dos seguintes sintomas 1) plague bacillus, 2) peste septicemia; 3) faringite e linfadenopatia cervical e 4) peste pneumónica. A peste pneumónica pode ser um desenvolvimento da peste bubónica ou uma inalação directa de gotas infecciosas expelidas por outro doente. Há tosse com expectoração sanguinolenta e purulenta, altamente infecciosa, acompanhada de dor torácica e dificuldade respiratória. Na fase inicial, os doentes podem ser tratados com antibióticos, no entanto, uma vez que a peste pneumónica e peste septicémica se desenvolve muito rapidamente, os doentes muitas vezes morrem antes da realização atempada de tratamento. Os roedores silvestres são os hospedeiros principais destas doenças. Os locais de origem natural da peste bubónica espalham-se por quase todo o mundo e as bactérias patogénicas podem ser transmitidas pela pulga infectada, nomeadamente a Xenopsylla cheopis, ou através do ar, nomeadamente por saliva ou gotas de expectoração, ou ainda directamente pelos animais contagiados. Em simultâneo, esta doença pode ser transmitida através da pulga humana.
A Organização Mundial de Saúde considera que o risco de infecção da peste bubónica durante a viagem em Madagáscar é baixo, mas há possibilidade de enfrentar um risco nas zonas rurais de epidemia da peste bubónica, especialmente em acampamentos, caça ou contacto com os roedores. Caso os cidadãos se desloquem àquela região, devem evitar o contacto com os cadáveres de animais, com os tecidos ou substâncias eventualmente infectadas, bem como o contacto com os pacientes com peste bubónica, devendo usar repelentes de insectos para prevenir as picadas de pulga. Durante a viagem, caso ocorram de repente os sintomas como febre, calefaciente, inchaço, dor e inflamação dos gânglios linfáticos, ou taquipneia acompanhada com tosse, os cidadãos devem recorrer ao médico imediatamente. Caso tenham tido contacto ou foram expostos a pacientes da peste bubónica, ou tivessem alguns contactos de maior risco, devem informar imediatamente o médico. Após regresso para a Macau, devem manter alerta quanto a estes sintomas. Caso manifestem sintomas, devem recorrer ao médico imediatamente e informa-lo da história da viagem.
Em caso de quaisquer dúvidas, os cidadãos podem telefonar para os Serviços de Saúde através do nº 28700800 da linha aberta para consulta.