Recentemente, devido à situação mais activa da escarlatina em Hong Kong, os Serviços de Saúde estão a prestar estreita atenção à situação epidemiológica, apelando aos pais, instituições de ensino e creches para a necessidade de estarem em alerta para sintomas relativos à escarlatina.
De acordo com as informações de vigilância, relativas às doenças de declaração obrigatória, até ao dia 14 de Novembro, foram registados 352 casos de escarlatina sendo este um número similar aos 359 casos registados no período homólogo do ano passado. A proporção entre homens e mulheres foi de 1,3 para 1, a faixa etária está compreendida entre os 11 meses e os 13 anos, sendo que o maior numero de casos – 83% - estão compreendidos entre os 3 e 8 anos.
O número de casos de escarlatina registado em Março e Abril sofreu um aumento ligeiro, mas não hove um pico evidente e não foi registada nenhuma tendência crescente nas últimas duas semanas. Durante 2017 foram registados 12 casos que necessitaram de internamento hospitalar e após recuperação tiveram alta hospitalar. Não foram registados casos graves ou mortais, nem casos colectivos de escarlatina.
A Escarlatina é uma doença respiratória aguda transmissível causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes). Geralmente, o período de incubação é de 1 a 3 dias. Esta doença é transmitida principalmente através de contacto com as secreções orais ou respiratórias ou salpicos de saliva de pacientes infectados. Uma vez que esteja infectado, o paciente fica numa situação de elevado contágio, quer antes, quer depois da manifestação da doença. As pessoas podem contrair escarlatina em qualquer período do ano e a epidemia desta doença chega ao seu pico geralmente na primavera e no inverno, atingindo principalmente crianças entre os dois (2) e os oito (8) anos de idade. Os principais sintomas são febre, dor de garganta, língua com aspecto semelhante a um morango e prurido. As erupções aparecem frequentemente no pescoço, no tórax, nas axilas, nas fossas cubitais, na virilha e no lado interno das coxas. As erupções cutâneas típicas da escarlatina não aparecem no rosto e a pele da região afectada geralmente torna-se muito áspera. Após o desaparecimento das erupções cutâneas, a pele manifesta descamação.
O tratamento eficaz pode ser conseguido através da administração de antibióticos. Sem tratamento adequado esta doença pode sofrer complicações, nomeadamente com o aparecimento de otite média, febre reumática, doença renal, pneumonia, linfadenite, artrite, etc.
Não existe vacina contra a escarlatina, por isso, os alunos, os pais, as instituições de ensino e as creches devem tomar precauções para reduzir a possibilidade de infecção. As instituições de ensino e as creches logo que detectem qualquer caso de infecção colectiva, devem notificar imediatamente o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Serviços de Saúde, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude ou o Instituto de Acção Social.
Com vista a prevenir a infecção pela escarlatina, os cidadãos, as instituições de ensino e as creches devem tomar as seguintes medidas:
Higiene pessoal
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- Lavar frequentemente as mãos, mantendo-as sempre limpas, ou usar um desinfectante alcoólico, em especial antes de estarem em contacto com os olhos, o nariz e a boca;
- Procurar cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, de preferência com um lenço e deitá-lo no lixo depois de usado;
- Não partilhar toalhas com outra pessoa;
- Utilizar luvas, quando manusear objectos e lugares contaminados por secreções ou excrementos;
- Praticar sempre desporto, descansar o suficiente, ter uma alimentação equilibrada, evitar fumar e deslocar-se a lugares públicos densamente frequentados;
- Evitar contactos próximos com doentes que manifestem sintomas da escarlatina;
- No caso de sofrer sintomas da escarlatina, tais como, febre, tosse, devem usar máscara e recorrer de imediato ao médico;
- Os doentes devem permanecer no domicílio e suspender o serviço ou a ida à escola.
Higiene ambiental:
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- Manter a limpeza e a secura do ambiente e garantir uma boa ventilação de ar no interior da sala;
- Proceder, no mínimo, uma vez por dia à limpeza e desinfecção dos brinquedos utilizados, mobiliário, pavimento e locais com os quais as mãos têm contacto frequente;
- Proceder de imediato a uma desinfecção adequada dos materiais ou lugares contaminados pelas secreções ou excrementos;
- Assegurar a existência de sabão líquido e toalhas de papel descartáveis ou secador para as mãos nas instalações sanitárias.