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Resultados do Inquérito à Carteira de Investimentos – 30 de Junho de 2017


Nas estatísticas divulgadas pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) constata-se que os investimentos dos residentes de Macau - incluindo indivíduos, governo e outras pessoas colectivas, mas excluindo as reservas cambiais da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) - em títulos emitidos por entidades não residentes independentes, calculados a preços de mercado em 30 de Junho de 2017, registaram um valor de 582,6 mil milhões de patacas, representando aumentos de 20,2% face a 31 de Dezembro de 2016 e de 31,5% face ao período homólogo de 2016. Entre os vários componentes da carteira, os investimentos em títulos representativos de capital (incluindo fundos mútuos e investimentos em trusts), obrigações a longo prazo e obrigações a curto prazo atingiram 210,9 mil milhões, 361,0 mil milhões e 10,8 mil milhões de patacas, respectivamente, apresentando variações respectivas de +14,7%, +26,2% e -28,0% em relação ao final de 2016.

Em termos da distribuição geográfica, a região asiática deteve ainda a maior fatia da carteira de investimentos externos dos residentes de Macau, com 59,2%, sendo a restante aplicada principalmente no Atlântico Norte e Caraíbas (14,4%), na Europa (12,6%), na América do Norte (10,1%) e na Oceânia (3,1%).

O investimento nos títulos emitidos por entidades na China Continental (incluindo títulos listados em bolsas no exterior) continuou a ser predominante, representando 42,5% da carteira de investimentos externos aplicados pelos residentes de Macau. O respectivo valor de mercado atingiu 247,4 mil milhões de patacas, ou seja, mais 32,1% face ao final de 2016. Refira-se que os investimentos consistiram em 52,6 mil milhões em títulos representativos de capital, 190,6 mil milhões em obrigações a longo prazo e 4,2 mil milhões em obrigações a curto prazo, os quais correspondem, respectivamente, a 24,9%, 52,8% e 39,4%, do total nas respectivas categorias. Entretanto, a quota da carteira de investimentos emitidos por entidades em Hong Kong desceu de 13,6% para 12,6%, tendo todavia crescido 11,5% o valor de mercado (73,4 mil milhões). Nota-se que os investimentos em títulos representativos de capital e em obrigações a longo prazo atingiram 49,6 mil milhões e 20,2 mil milhões de patacas, respectivamente.

A carteira de investimentos dos residentes de Macau emitidos por entidades no Atlântico Norte e Caraíbas continuou a aumentar. O valor de mercado de investimentos nestas regiões alcançou 84,1 mil milhões de patacas, que equivaleu a um crescimento de 15,7% relativamente ao final de 2016, descendo o respectivo peso de 15,0% para 14,4%. Em particular, subiu 22,0% o valor de mercado da carteira de investimentos nas Ilhas Virgens Britânicas, cifrando-se em 40,0 mil milhões de patacas.

A quota de investimentos em títulos europeus situou-se em 12,6%, traduzindo um acréscimo de 0,4 pontos percentuais em comparação com o final de 2016, enquanto o seu valor de mercado atingia 73,7 mil milhões de patacas, ou seja, mais 23,7%. Entre os países europeus, o Reino Unido, o Luxemburgo e os Países Baixos representaram os maiores pesos, com valores de mercado de 17,5 mil milhões, 12,7 mil milhões e 9,0 mil milhões de patacas, respectivamente.

A maior parte dos investimentos na América do Norte concentrou-se nos Estados Unidos da América (EUA), onde os investimentos dos residentes de Macau atingiram 54,2 mil milhões de patacas em valor de mercado, com um crescimento de 15,8% relativamente ao final de 2016. Contudo, o respectivo peso na carteira de investimentos no exterior desceu de 9,7% para 9,3%. Realça-se que o valor de mercado dos fundos mútuos e investimentos em trusts dos EUA alcançou 15,5 mil milhões de patacas, com um aumento de 22,8%, ocupando assim o primeiro lugar nesta categoria de investimentos.

Quanto aos títulos emitidos por países localizados ao longo do percurso de “Uma Faixa, Uma Rota”, com exclusão dos da China Continental, detidos por residentes de Macau, o seu valor de mercado situou-se em 19,0 mil milhões de patacas (+9,1% face ao final de 2016), representando 3,3% do total da carteira de investimentos no exterior. Em simultâneo, o valor de mercado da carteira de investimentos em países de língua portuguesa atingiu cerca de 174 milhões de patacas, o qual foi aplicado em títulos emitidos por entidades do Brasil e de Portugal.

O Inquérito à Carteira de Investimentos (ICI) é realizado conjuntamente pela AMCM e pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em conformidade com as metodologias estatísticas promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).