Desde a segunda quinzena de Novembro que a RAEM tem registado uma subida exponencial de casos de escarlatina. Os Serviços de Saúde têm registado uma média de seis (6) casos por semana sendo que nas duas últimas semanas o numero de casos subiu para uma média de 15 casos. No períodohomólogo do ano passadoa média de casos registados foramde nove (9) casos por semana.
Até ao dia 13 de Dezembro, foram registados 402 casos de escarlatina sendo este um número relativamente elevado. No período homologo de 2017 foram registados 386 casos. A proporção entre sexo masculino e feminino é de 1,3 casos para 1 caso infectando crianças com idades compreendidas entre os 11 meses e os 13 anos. O maior número de casos – 89% - atinge crianças entre os 3 e 8 anos de idade.
Durante 2017 foram registados 17 casos que necessitaram de internamento hospitalar e após recuperação tiveram alta hospitalar. Não foram registados casos graves ou mortais, nem casos colectivos de escarlatina.
Devido a esta situação mais activa da activa da escarlatina em Macau, os Serviços de Saúde estão a prestar estreita atenção a esta situação epidemiológica, apelando aos pais, às instituições de ensino e às creches para a necessidade de estarem em alerta para a detecção precoce de eventuais casos e prevenir eventuais contaminações por escarlatina.
A Escarlatina é uma doença respiratória aguda transmissível causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes). Geralmente, o período de incubação é de 1 a 3 dias. Esta doença é transmitida principalmente através de contacto com as secreções orais ou respiratórias ou salpicos de saliva de pacientes infectados. Uma vez que esteja infectado, o paciente fica numa situação de elevado contágio, quer antes, quer depois da manifestação da doença. As pessoas podem contrair escarlatina em qualquer período do ano e o pico desta doença ocorre geralmente na primavera e no inverno e infecta principalmente crianças entre os dois (2) e os oito (8) anos de idade. Os principais sintomas são febre, dor de garganta, língua com aspecto semelhante a um morango e prurido. As erupções aparecem frequentemente no pescoço, no tórax, nas axilas, nas fossas cubitais, na virilha e no lado interno das coxas. As erupções cutâneas típicas da escarlatina não aparecem no rosto e a pele da região afectada geralmente torna-se muito áspera. Após o desaparecimento das erupções cutâneas, a pele manifesta descamação.
O tratamento eficaz pode ser conseguido através da administração de antibióticos. Sem tratamento adequado esta doença pode sofrer complicações, nomeadamente com o aparecimento de otite média, febre reumática, doença renal, pneumonia, linfadenite, artrite, etc.
Não existe vacina contra a escarlatina, por isso, os alunos, os pais, as instituições de ensino e as creches devem tomar precauções para reduzir a possibilidade de infecção. As instituições de ensino e as creches logo que detectem qualquer caso de infecção colectiva, devem notificar imediatamente o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Serviços de Saúde, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude ou o Instituto de Acção Social.
Com vista a prevenir a infecção pela escarlatina, os cidadãos, as instituições de ensino e as creches devem tomar as seguintes medidas:
Higiene pessoal
-
- Lavar frequentemente as mãos, mantendo-as sempre limpas, ou usar um desinfectante alcoólico, em especial antes de estarem em contacto com os olhos, o nariz e a boca;
- Procurar cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, de preferência com um lenço e deitá-lo no lixo depois de usado;
- Não partilhar toalhas com outra pessoa;
- Utilizar luvas, quando manusear objectos e lugares contaminados por secreções ou excrementos;
- Praticar sempre desporto, descansar o suficiente, ter uma alimentação equilibrada, evitar fumar e deslocar-se a lugares públicos densamente frequentados;
- Evitar contactos próximos com doentes que manifestem sintomas da escarlatina;
- No caso de sofrer sintomas da escarlatina, tais como, febre, tosse, devem usar máscara e recorrer de imediato ao médico;
- Os doentes devem permanecer no domicílio e suspender o serviço ou a ida à escola.
Higiene ambiental:
-
- Manter a limpeza e a secura do ambiente e garantir uma boa ventilação de ar no interior da sala;
- Proceder, no mínimo, uma vez por dia à limpeza e desinfecção dos brinquedos utilizados, mobiliário, pavimento e locais com os quais as mãos têm contacto frequente;
- Proceder de imediato a uma desinfecção adequada dos materiais ou lugares contaminados pelas secreções ou excrementos;
- Assegurar a existência de sabão líquido e toalhas de papel descartáveis ou secador para as mãos nas instalações sanitárias.