Foram conhecidos domingo, 17 de Dezembro, os resultados das análises laboratoriais efectuadas às amostras de água recolhidas após a detecção de um caso de Legionella no passado no passado dia 5 de Dezembro. Os resultados revelaram que na amostra recolhida na fonte do Jardim de Jardim de Luís de Camões, localizada perto da habitação do paciente, apresentou uma pequena quantidade de Legionella, mas a concentração estava dentro do limite estabelecido pelas orientações da União Europeia. As amostras recolhidas na cascata artificial do jardim, não apresentaram indicadores da presença da Legionella.
A fonte onde foi detectada a presença da bactéria Legionella, estava com funcionamento suspenso desde o dia 6 de Dezembro na sequência de um pedido efectuado pelos Serviços de Saúde ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). O risco de propagação através desta instalação é baixo, mas como medida preventiva, foi solicitado ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) a realização de uma esterilização profunda antes da reabertura da cascata e da fonte artificial e que existe a necessidade de assegurar a manutenção, limpeza e esterilização regular do respectivo sistema. Até à data não foram recebidos outros casos e o caso detectado é considerado como um caso isolado.
O caso detectado neste local refere-se a uma residente de Macau, do sexo feminino, com 43 anos de idade, uma trabalhadora administrativa, e que antecedentes clínicos relacionados com uma embolia cerebral. No dia 1 de Dezembro apresentou sintomas de febre, dificuldade respiratória, fadiga e entre outros sintomas; a 3 de Dezembro, recorreu apoio médico no CHCSJ devido ao agravamento de sintomas, tendo sido diagnosticada uma pneumonia inferior direita, e o teste de antígeno de urina revelou a infecção por Legionella pneumophila. A paciente ainda está hospitalizada para tratamento. A reabilitação tem revelado progressos.
A 5 de Dezembro, após a recepção do respectivo relatório, o Centro de Prevenção e Controlo da Doença (CDC) dos Serviços de Saúde, desenvolveu de imediato uma investigação epidemiologica pormenorizada e foi feita uma inspecção in loco da ocorrência e na área habitacional da paciente além de uma avaliação de risco. Com base nessa investigação foi elaborado um plano de teste laboratorial da água ambiental e a 7 de Dezembro, os Serviços de Saúde recolheram amostras nos pontos de saída de água no apartamento da paciente, em três (3) outros apartamentos do mesmo prédio, na cascata e fonte artificial do jardim, para a realização do teste laboratorial de Legionella.
De acordo com o relatório do Laboratório de Saúde Pública, recebido pelo CDC hoje (7 de Dezembro), não foi detectada Legionella nas 6 amostras recolhidas no apartamento da paciente e nos três (3) outros apartamentos do mesmo prédio e na cascata; enquanto nas quatro (4) amostras recolhidas na fonte artificial do jardim, em três (3) foi detectada uma pequena quantidade de Legionella, cuja concentração foi de 0,6 CFU/ml, e está dentro da limite de controlo da água do mesmo género (inferior a 1 CFU/ml), estabelecido pela Equipa de Controlo de Infecção de Legionella da Europa, e um valor muito inferior ao limite estabelecido para a verificação de uma acção de rectificação (superior a 10 CFU/ml).
A Legionella existe sempre na água artificial e natural e de acordo com as orientações dos serviços de competência de saúde dos diversos países e regiões, para casos comunitários, o teste laboratorial de amostra ambiental deve ser feito quando são detectados dois ou mais casos (caso colectivo) no mesmo lugar e no período de 6 meses. Pórem, os Serviços de Saúde efectuaram de imediato uma teste à amostra ambiental após a detecção de apenas um (1) caso. Ou seja foram mais rigorosos quando comparados com os procedimentos de outras regiões.
Existem, no ambiente, amplas fontes de propagçao da Legionella, daí que seja necessário realizar uma investigação epidemiológica detalhada e uma pesquisa em locais específicos, avaliando os locais, com água, onde existe uma elevado risco de contaminação, determinando assim um plano abrangente de análises e de testes.Ao mesmo tempo, a análise laboratorial de Legionella efectuada às amostras de água para detectar a presença da bactéria da Legionella não pode ser igual à análise rápida destinada ao diagnóstico clínico, devido ao facto de que a última não pode determinar se as batérias encontradas nas amostras são activas ou inactivas. A cultura é uma metodologia padrão dourado para a análise de Legionella das amostras recolhidas em ambientes aquáticos. A tecnologia aplicada pelo Laboratório de Saúde Pública na análise da Legionella segue o padrão internacional ISO11731: qualidade da água – detecção e enumeração de Legionella, sendo o resultado obtido por uma cultura de amostras com duração de 10 dias, permitindo conhecer, também, a concentração de bactérias da água. Os Serviços de Saúde estão dotados de tecnologias, equipamentos e materiais necessários para a adopção de metodologias padrão reconhecidas internacionalmente, não sendo necessário recorrer a instituições no exterior.
A legionella é uma bactéria que é mais propensa crescer em ambientes aquáticos mornos e impuros. A doença dos legionários é uma infecção provocada pela legionella, sendo o principal fonte de contaminação a inalação de gotículas de água contaminada com bactérias. Os idosos e indivíduos com menos imunidade estão mais sujeitos a contraírem esta doença. Os Serviços de Saúde recomendam aos cidadãos a aplicação das seguintes medidas de prevenção, a fim de minimizar a hipótese da infecção por esta bactéria:
Os sistemas de abastecimento de água devem ser correctamente concebidos e operados, e devem ser alvo de manutenção periódica;
A água de caldeiras deve ser aquecida com temperatura superior a 60ºC, de forma a eliminar a legionella;
Devem cessar o consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas e manter boa saúde;
Os aparelhos de filtragem de água devem ser inspecionados e o filtro deve ser substituído periodicamente;
Deve proceder à limpeza e manutenção dos equipamentos de humificador ou outros geradores de areossóis de acordo com as instruções dos fabricantes, ou pelo menos esvaziar e secar bem o interior do recipiente de água todos os dias. Antes de cada utilização, deve meter água limpa, sendo o ideal a água fervida fresca ou água esterilizada;
O uso domiciliário de dispositivos médicos deve ser efectuado de acordo com as indicações dos profissionais de saúde e utilizar água fervida fresca ou água esterilizada, não devendo utilizar a água de torneira directamente.