A visita da «Delegação da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas a Portugal e Alemanha», organizada pela Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), terminou com um balanço satisfatório. Durante a estadia em Lisboa, a delegação visitou a Embaixada da República Popular da China em Portugal e foi recebida pelo Embaixador, Cai Run.
Na ocasião, Cai Run afirmou que as relações sino-lusófonas vivem, actualmente, um dos melhores períodos de toda a história, e salientou que em Portugal os veículos eléctricos, as infra-estruturas e o cultivo de plantas medicinais chinesas, entre outros, possuem grande potencial de desenvolvimento, por isso a exploração de oportunidades comerciais por empresas de capital chinês são muito bem-vindas. Entretanto, a delegação visitou ainda uma empresa de sistemas ecológicos de tratamento de água dos rios e da poluição dos solos, participou numa actividade de intercâmbio com várias empresas que utilizam tecnologia de ponta na área ambiental, bem como uma sessão de troca de ideias com a Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente (AEPSA), a Agência Portuguesa do Ambiente, percebendo assim que Portugal atribui enorme importância ao tratamento de resíduos perigosos, utilizando tecnologia avançada no sector de protecção ambiental, e trocando opiniões sobre as medidas legislativas inerentes à utilização e controlo de compostos orgânicos voláteis (COV). As conversações foram bastante proveitosas.
Cooperação Sino-lusófona com enorme potencial de desenvolvimento
Depois da visita à Alemanha, a delegação seguiu, no dia 14 de Março, para Lisboa, capital portuguesa. À chegada a Lisboa, a delegação visitou de imediato a Embaixada da República Popular da China em Portugal, acompanhada pela chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa, Ke Tianlian, onde foi recebida pelo Embaixador Cai Run e a conselheira Económica e Comercial, Xu Weili. O Embaixador Cai Run afirmou que as relações sino-lusófonas vivem um dos melhores períodos de toda a história, e a cooperação é pragmática e efectiva. Referiu que no campo da cooperação de investimento comercial, o valor total de investimento chinês em Portugal ultrapassou os nove mil milhões de euros, e na área do turismo, durante o ano de 2017, o número de turistas chineses a visitarem Portugal e que pernoitaram por dois ou mais dias ultrapassou as 250 mil pessoas, sendo um aumento de mais de 70 mil pessoas em relação ao ano anterior. Revelou que no âmbito da educação, o número de alunos do ensino secundário que estudam Portugal, ultrapassou os mil, número que continua a aumentar.
Para Cai Run há três áreas que aguardam a exploração de oportunidades pelas empresas de capital chinês, sendo estas as seguintes: a indústria de veículos eléctricos, que nos últimos anos tem sido valorizada por Portugal e onde tem sido feito um enorme esforço para a promover, havendo por isso espaço nesta área para a cooperação sino-lusófona. Adiantou a existência de planos para melhorar, modificar e aumentar a rede de caminhos férreos, auto-estradas e estradas portuguesas, e por isso o sector de infra-estruturas não se pode ignorar. Lembrou que Portugal possui vários terrenos baldios e que, por essa razão, vale a pena estudar a possibilidade de cultivar plantas medicinais chinesas.
Supervisão multifacetada de COV em Portugal
O programa da visita da delegação a Portugal integrou contactos com a Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente (AEPSA) e a Agência Portuguesa do Ambiente. O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, enfatizou a importância da economia circular e a valorização da cooperação sino-lusófona. Simultaneamente, o engenheiro João Bolina destacou a necessidade de haver um equilíbrio entre o desenvolvimento económico e a conservação do meio ambiente para se obter um desenvolvimento sustentável. Durante a visita, a delegação percebeu que, actualmente, em Portugal o sector de protecção ambiental dá elevada importância ao tratamento de resíduos perigosos através de tecnologia avançada, e que Portugal segue os padrões e orientações da União Europeia aquando da elaboração de leis, monitorizando rigorosamente e limitando a utilização de COV, de forma a diminuir a emissão de substâncias perigosas e diminuir a poluição atmosférica. As medidas de controlo incluem: obrigar as unidades industriais que contenham COV a preencher um formulário, reportando a sua situação de utilização de solventes, o qual é depois carregado para a página oficial da Agência Portuguesa do Ambiente; obrigar as estações de combustíveis a instalar por si próprias os equipamentos para reciclarem os COV; obrigar a embalagem e rotulagem das tintas de edifícios ou veículos que contenham COV a identificarem claramente os seus componentes; obrigar as empresas que importam ou produzem, e vendem directa ou indirectamente produtos que contenham COV a fazer a devida notificação, entre outros.
De forma a garantir que a legislação acompanhe o desenvolvimento das sociedades modernas, é avaliada a situação concreta da aplicação da legislação na sociedade, a cada cinco anos, e para evitar confusão nas indústrias é concedido um período de transição sempre que surge nova legislação.
Macau continua a aprofundar o seu papel como plataforma de comércio Sino-lusófono, alargando o espaço de cooperação
A delegação visitou ainda uma empresa local de serviços de sistemas ecológicos para o tratamento de água dos rios e da poluição dos solos, bem como participou numa actividade de intercâmbio, organizada em colaboração com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental do Governo da RAEM e Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, co-organizada pela Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa, e com o apoio da Associação de Jovens Empresários Portugal - China e da Sucursal do Banco da China (Luxemburgo) S.A. em Lisboa. A actividade contou com a participação de representantes do governo e de várias empresas com tecnologia de ponta na área ambiental, num total de cerca de 160 pessoas, decorrendo o evento num ambiente bastante animado.
O presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e chefe da delegação, Jackson Chang, durante o seu discurso, afirmou que a relação entre Macau e Portugal é profunda e os contactos frequentes. Sublinhou que a assinatura do «Protocolo de Revisão do Acordo-Quadro de Cooperação», em 2014 entre as duas partes, abriu a cooperação à indústria ambiental, entre outras áreas, e com o apoio do Governo Central, Macau acelerou a sua transformação como uma plataformadecooperação entre aChina e os Países de Língua Portuguesa, resultando emnovos progressos, criando assim mais e maiores oportunidades de cooperação para ambas as partes. O mesmo responsável referiu que Macau tem-se esforçado para construir uma ponte enorme nos oceanos que ligam Portugal e a região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, e por isso aproveitou esta visita para trocar opiniões sobre a mais recente tecnologia ambiental e experiências valiosas na área da protecção ambiental na região do Pan-Delta do Rio das Pérolas e em Portugal, e simultaneamente trazer essa tecnologia e experiência para o “Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2018” (2018 MIECF) de modo a partilhá-las e trocar ideias sobre estas com os participantes de todo o mundo, criando assim um novo espaço para a cooperação ambiental.
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