um balanço à visita da Delegação da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas a Portugal e Alemanha, organizada pela Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), todas as empresas envolvidas consideraram que a iniciativa teve resultados positivos. Por um lado, as empresas portuguesas e alemãs destacaram o alto nível de especialização da delegação e a oportunidade que tiveram para estabelecer contactos, bem como para “pavimentar o caminho” da futura cooperação. Por seu turno, as companhias do Pan-Delta do Rio das Pérolas salientaram que foi-lhes possível constatar as áreas em que a tecnologia de protecção ambiental europeia está mais avançada ou mais atrasada relativamente a este lado do mundo e, ao mesmo tempo, identificar os espaços para cooperação, dos quais as duas partes poderão beneficiar. As próprias empresas do Pan-Delta do Rio das Pérolas tiveram oportunidade de trocar ideias e de discutir formas de cooperação.
Martin Wagner, empresário da indústria de tratamento de águas residuais, falou da apresentação que fez à delegação sobre a tecnologia usada na investigação ao tratamento de águas residuais em condomínios residenciais. O responsável referiu-se ao processo de troca de ideias como “bastante agradável”, tendo-lhe permitido perceber o alto nível de especialização da delegação. Se houver empresas chinesas bem sedimentadas com interesse nesta tecnologia, os empresários alemães estão disponíveis para procurar formas de desenvolvimento de projectos conjuntos, acrescentou.
Já Heinrich Hörmeyer, da área de tratamento de solos, destacou que esta empresa fornece essencialmente tecnologia de descontaminação de solos altamente poluídos. A empresa alemã expandiu com sucesso os seus negócios até aos mercados da França, Itália e Suíça, entre outros. Hörmeyer considerou grave o nível de poluição encontrado em solos de algumas regiões da China continental e sugeriu que o país recorra à referida tecnologia. No entanto, indicou que, numa fase inicial, é necessário proceder à extracção de amostras do solo para posterior análise, de forma a distinguir as substâncias perigosas que contém. Para se chegar a esse ponto, o empresário realça que primeiro deve iniciar-se uma comunicação sobre cooperação entre os governos locais e as empresas para que seja firmado um acordo, pelo que ficou agradado com os contactos feitos durante a visita da delegação, composta por indivíduos ligados ao governo, indústria e universidades. Hörmeyer mostrou ainda abertura para actualizar a China sobre as mais recentes informações e políticas de protecção ambiental da Alemanha, estando igualmente interessado em participar, no próximo ano, no “Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2018”, um projecto que lhe foi explicado em detalhe durante a visita da delegação.
Por seu turno, Alberto Carvalho Neto, da área de tratamento de águas, referiu que a visita permitiu às duas partes criaram uma plataforma de intercâmbio, o que acaba por ser um bom contributo para a indústria da protecção ambiental. O empresário revelou ainda que a empresa planeia implementar projectos em África de dessalinização da água do mar, usando também para esse fim a energia solar, no qual espera poder colaborar e cooperar com empresas chinesas.
Falando pelas empresas do Pan-Delta do Rio das Pérolas, o empresário de apelido Xiao, da província de Hunan e representante de uma empresa nas áreas da ciência, tecnologia, protecção ambiental e poupança energética, afirmou que a visita lhe possibilitou conhecer colegas de profissão de diferentes províncias, sendo e a “delegação por si própria já uma plataforma de intercâmbio”. Ainda assim, entende que a agenda da visita foi ligeiramente apertada, fazendo votos para que, no próximo ano, caso haja oportunidade, seja aumentado o tempo para a troca de ideias. O representante de empresas de protecção ambiental da província de Guangdong, de apelido Zhang, observou que numa economia global, as empresas chinesas de protecção ambiental enfrentam, por isso, competidores oriundos de todas as partes do mundo. Assim sendo, para se conseguirem estabelecer na sociedade, essas companhias têm de aumentar a sua competitividade ao nível internacional. O mesmo responsável também destacou que, através da iniciativa nacional “Uma Faixa, Uma Rota”, várias empresas conseguiram estabelecer-se com sucesso no exterior e iniciaram colaborações com os vários países das regiões abrangidas por essa iniciativa. Além disso, Macau tem a vantagem de poder, desta vez, promover o seu papel de plataforma única para a conexão entre empresas chinesas e os países lusófonos. O mesmo representante adicionou ter recebido “vários cartões de visita de empresas” durante a visita a Portugal e à Alemanha e espera aprofundar posteriormente, através desta plataforma, o intercâmbio entre as partes. Já o responsável de empresas de protecção ambiental de Guangxi, de apelido Huang, indicou que a deslocação o ajudou a compreender melhor o avanço tecnológico europeu, realçando existirem várias coisas que vale a pena aprender. Simultaneamente, descobriu que a tecnologia de protecção ambiental da Europa também tem alguns aspectos pouco desenvolvidos, havendo espaço para uma cooperação entre as partes, de modo a se alcançar uma situação de benefício mútuo.
O empresário de Macau da indústria de reciclagem de resíduos sólidos, de apelido Li, frisou que a tecnologia de tratamento de águas residuais observada na Alemanha e em Portugal não só respeita a protecção ambiental como também pode aumentar o espaço de lazer para os residentes da cidade, o que pode servir de referência para Macau, uma região com um elevado número de pessoas para pouco espaço físico. O representante da Associação de Defesa do Ambiente de Macau, de apelido Liao, disse aquilo que mais o marcou foi ter constatado que, em comparação, a tecnologia de tratamento de águas na China também é impressionante, e merece ser estudada e considerada por Macau, podendo até ser introduzida na Europa para se promover um crescimento mútuo. Macau pode usar as vantagens de ser uma plataforma sino-lusófona e a sua visão internacional para auxiliar as empresas chinesas e europeias a estabelecer-se noutros países e a atrair investimento estrangeiro. Assim, Liao promete proceder a uma análise e estudo mais aprofundado em Macau de tudo o que viu e ouviu durante o período da visita. Durante a deslocação, o mesmo responsável também procedeu, abertamente, a uma troca de ideias com os restantes membros da delegação, focando em especial o tema da produção de electricidade a partir da energia solar, e estabeleceu contactos iniciais com membros de Yunnan, Guizhou e Guangxi, com quem espera aprofundar a comunicação num futuro próximo.
O empresário da área da logística e transportes, de apelido Zhang, reconheceu que a delegação conseguiu bons resultados e através dela passou a perceber, de forma mais abrangente, a tecnologia de protecção ambiental da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, da Alemanha e de Portugal. Já o empresário de apelido Li, da indústria de protecção ambiental de Macau, salientou que o intercâmbio com Portugal e a Alemanha lhe permitiu conhecer a tecnologia de protecção ambiental que utilizam, mas o mais importante foi ter aprendido as ideias que defendem para a protecção ambiental, em especial as medidas para popularizar as práticas de diminuição de resíduos a partir da origem.
O Governo da RAEM irá continuar a demonstrar as vantagens que Macau apresenta enquanto Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, ajudando a ligar a região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, os países lusófonos, e o resto do mundo. O objectivo é uni-los na expansão da nova cooperação no sector da protecção ambiental, fortalecendo e dinamizando a influência e liderança do Delta do Rio das Pérolas, de Hong Kong e de Macau.
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