O secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, disse hoje (9 de Abril) nasessão temática sobre a Grande Baía Guangdong - Hong Kong – Macau, no âmbito do Fórum de Boao para a Ásia 2018, que a nova conjuntura de desenvolvimento com base na cooperação regional implica a participação activa da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) na construção da Grande Baía. Caberá a Macau, de acordo com as necessidades do país e do desenvolvimento local, desempenhar um papel de ligação entre elites, o que torna a sua participação no projecto mais abrangente e resulta numa integração profunda no contexto de desenvolvimento do país.
Além de Lionel Leong, foram convidados na sessão temática desta tarde a Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e o governador da província de Guangdong, Ma Xingrui. Durante o discurso que fez, o responsável do governo da RAEM realçou que a construção da Grande Baía vai permitir a Macau aprofundar a cooperação a nível regional e integrar-se no desenvolvimento do país, sendo esta também uma grande oportunidade para garantir a prosperidade e estabilidade da cidade a longo prazo. O secretário acrescentou que o Chefe do Executivo dá grande importância a este projecto, estando a coordenar os trabalhos da participação da RAEM na construção da Grande Baía.
Lionel Leong destacou ainda os trabalhos para o posicionamento de Macau enquanto “Centro Mundial de Turismo e Lazer”, de “Plataformade Serviços para a CooperaçãoComercial entre a China e osPaíses de Língua Portuguesa”, com predominância da cultura chinesa mas lançando as bases ao intercâmbio baseado na coexistência de diferentes culturas, seguindo-se as orientações do Acordo-Quadro para o Reforço da Cooperação Guangdong-Hong Kong-Macau e Promoção da Construção da Grande Baía. O responsável referiu ainda que Macau vai, com empenho nas tarefas de coordenação, concretizar os planos para o desenvolvimento da Grande Baía e, em conjunto com as “cidades irmãs”, criar a melhor baía do mundo e elevar esse conjunto de cidades a um nível internacional.
O secretário para a Economia e Finanças considerou que a construção da Grande Baía, baseada no princípio “Um País, Dois Sistemas” e envolvendo três zonas aduaneiras, abre oportunidades de cooperação regional que até aqui nunca tinham sido aproveitadas, o que pressupõe o surgimento de novas ideias, mentalidades e concepções em prol do desenvolvimento. Ao mesmo tempo, segundo Lionel Leong, é preciso fazer uma nova abordagem ao modelo de cooperação para criar o mecanismo de colaboração.
Relativamente à participação de Macau na construção da Grande Baía, Lionel Leong expressou os seus pontos de vista, entre os quais que a RAEM deve potenciar as vantagens oferecidas pela comunidade de chineses ultramarinos, nomeadamente a ligação das elites de Macau às do interior da China, dos Países de Língua Portuguesa, da União Europeia e da ASEAN, que pode ajudar a atrair investidores estrangeiros para a Grande Baía e a conquistar mercados em outros países e regiões. O secretário referiu especificamente que um dos pontos de partida para a construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong –Macau passa pela cooperação entre a RAEM e a província de Guangdong e adiantou que as partes já concluíram as negociações sobre o fundo de desenvolvimento para a cooperação Guangdong-Macau, cujo montante será de 20 mil milhões de Renminbi. O respectivo acordo será assinado o mais rapidamente possível.
Ao mesmo tempo, Macau tem de potenciar as vantagens de “Centro Mundial de Turismo e Lazer”, intensificar os trabalhos para tornar a cidade numa base de educação e de formação turística, bem como transformar-se, em conjunto com a Grande Baía, num destino mundial de turismo e lazer, com a elevação do nível dos serviços na área do turismo regional. Lionel Leong falou ainda da medicina tradicional chinesa, observando a necessidade de se acelerar a construção do Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação Guangdong-Macau. Segundo o responsável, Macau e a Grande Baía pretendem, conjuntamente, explorar o mercado internacional de produtos e serviços de medicina tradicional chinesa, promover a internacionalização e padronização dessa indústria, assim como impulsionar a entrada de empresas e produtos de alta qualidade dessa área tanto nos mercados dos Países de Língua Portuguesa, como da União Europeia e daqueles inseridos na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” através de Macau.
No que diz respeito à cultura, Lionel Leong disse que Macau deve potenciar as vantagens proporcionadas pela longa relação histórica entre a cultura oriental e ocidental, bem como desenvolver de forma mais célere a construção de uma base de intercâmbio e de cooperação que, tendo a cultura chinesa como dominante, promove a coexistência de diversas culturas, no sentido de impulsionar o projecto da Grande Baía e os países e regiões ao longo da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. Também se deve dar impulso ao intercâmbio e cooperação cultural com os Países de Língua Portuguesa e à construção do Centro de Intercâmbio Cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
Lionel Leong acrescentou que o Governo da RAEM vai igualmente, com as “cidades irmãs”, empenhar-se no desenvolvimento de uma conexão entre infra-estruturas da Grande Baía e em inovar os modelos de passagem alfandegária no sentido de facilitar a passagem nas fronteiras, incentivar a movimentação de pessoas e permitir que os meios logísticos e financeiros, bem como as informações circulem com fluidez e adequadamente dentro da Grande Baía. A par disso, as cidades vão esforçar-se por proporcionar uma melhor qualidade de vida a toda a população, disponibilizando espaços e oportunidades de desenvolvimento aos profissionais, jovens e pequenas e médias empresas. O objectivo desses planos é, através de esforços concertados, tornar a economia da Grande Baía próspera, a sociedade harmoniosa e o ambiente agradável.
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