O Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2018 (MIECF, na sigla inglesa), que teve uma duração de três dias, terminou hoje (14 de Abril), com bastante sucesso. Vários expositores e participantes destacaram os benefícios trazidos pela participação no evento. O MIECF assume o papel de plataforma na área ambiental, auxiliando as empresas a entrar em novos mercados, a alcançar resultados positivos de cooperação e a alargar os seus horizontes no que concerne a questões ambientais.
A “Mostra Verde” do MIECF 2018 cobriu uma área de exposição com cerca de 16.900 metros quadrados, semelhante à da edição do ano passado. A exposição contou com mais de 490 expositores provenientes de 19 países e regiões, que apresentaram no evento produtos e serviços destinados ao combate da poluição do ar, da água e dos solos, e à construção de cidades sustentáveis. Na edição deste ano, foi alargada a zona especial para a promoção de produtos e serviços amigos do ambiente da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. A “Mostra Verde” voltou a incluir a “Área de Exposição de Tecnologias Inovadoras de Protecção Ambiental” e o “Pavilhão sobre Construção Sustentável” para produtos e serviços de construção amigos do ambiente, bem como a “Área de Exposição de Transportes Sustentáveis”, focada na apresentação de uma série de opções para o transporte sustentável.
Segundo um expositor proveniente da província de Zhejiang, ligado à comercialização de equipamentos de segurança, a sua empresa participou nesta edição do MIECF a convite de uma companhia de Macau. A empresa de Zhejiang opera no sector de venda de câmaras de videovigilância, lentes especiais para uso em veículos, tecnologia de reconhecimento facial e processadores produzidos através de tecnologias patenteadas. O seu representante referiu que, face aos esforços do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) para desenvolver o território como uma “cidade inteligente”, encontrou um grande potencial de cooperação entre as duas partes.
O empresário de Hong Kong de apelido Ma, com negócios na área de fornecimento de veículos eléctricos, participou pelo terceiro ano consecutivo no MIECF. No passado, a empresa expôs no certame um modelo de autocarro eléctrico proveniente da Austrália, que acabou por ser introduzido, com o apoio do Governo da RAEM, em duas carreiras de autocarros locais, tendo as reacções sido bastante positivas. Na edição deste ano, a empresa expôs um autocarro eléctrico de 9,5 metros que respeita os padrões da União Europeia em termos de emissões poluentes e que foi especialmente talhado para as características de Macau, um território com uma área geográfica limitada, elevada densidade populacional e estradas estreitas. Além de autocarros, a empresa também apresentou no MIECF 2018 uma nova gama de motorizadas, cuja produção foi lançada recentemente. Devido à importância crescente dada à promoção de veículos eléctricos pela China continental e por Macau, há perspectivas bastante positivas para o desenvolvimento deste mercado no território. Além disso, a empresa também conseguiu captar este ano bastante interesse da parte de representantes de países de língua portuguesa – nalguns casos, foram já lançadas as bases para cooperação futura, realçou Ma.
A participante de apelido King e o colega de apelido Zhou vieram de Taiwan para expor no MIECF 2018, trazendo consigo um número significativo de produtos da sua empresa. Embora a companhia possua já agentes comerciais na China continental e em Hong Kong, um dos seus objectivos é expandir igualmente o seu negócio para o mercado do Macau. Entre os produtos que exibiram no certame encontram-se purificadores de ar ionizadores, baterias de lítio para veículos e unidades de micro-produção de energia. De acordo com os dois representantes, a empresa recebeu diversas encomendas durante a edição deste ano.
Por seu lado, o expositor de Macau ligado ao sector da construção, de apelido Chan, disse que o MIECF serve não só de plataforma para os expositores comunicarem, colaborarem e adquirirem novas informações sobre a indústria, mas também permite a partilha de tecnologias de protecção ambiental e experiências com representantes de países de língua portuguesa. Segundo acrescentou, a sua empresa tem planos para promover internacionalmente tecnologias que já demonstraram ser populares a nível doméstico – nomeadamente lâmpadas LED, equipamentos de produção de energia solar e material eléctrico –, em projectos nos quais o grupo está envolvido. Em conjunto com outros parceiros, a empresa planeia apostar na internacionalização e introduzir tecnologias de ponta nos mercados dos países de língua portuguesa, salientou.
A empresa que Reddmann representa, proveniente da Áustria e a operar no ramo da energia solar, participou este ano pela primeira vez no MIECF. A companhia veio promover os seus painéis solares que são mais finos do que os painéis solares tradicionais, ocupando menos espaço e sendo mais fáceis de armazenar, uma característica importante para zonas regularmente afectadas pela passagem de tufões. Reddmann acrescentou que estes produtos atraíram bastante atenção durante a edição deste ano do evento. A empresa procurava encontrar potenciais parceiros no MIECF. Além da comercialização dos seus produtos, o objectivo passa ainda por estabelecer fábricas na Ásia, e até eventualmente vender os direitos das tecnologias, visto que a produção local reduziria os custos de produção e de transporte. Durante o MIECF, vários participantes, incluindo de países de língua portuguesa, demonstraram interesse em cooperar com o grupo e Reddmann efectuou diversos contactos, razão pela qual estava bastante satisfeito com os resultados desta viagem.
Já uma empresa de Singapura de design de sistemas de aspiração participou este ano pela segunda vez no MIECF. O responsável, de apelido Xu, indicou que a empresa obteve resultados satisfatórios através deste certame, tendo estabelecido contactos com outras empresas. A companhia fornece sobretudo sistemas de aspiração desenhados à medida, que podem ser utilizados para a recolha de resíduos ou eliminação de resíduos hospitalares, entre outras possibilidades.
Durante o MIECF 2018, foram assinados 35 acordos. A empresa malaia representada por Guan, que opera no campo da produção de produtos de protecção ambiental – nomeadamente líquidos de limpeza, bactericidas e produtos de eliminação de odores – foi uma das empresas envolvidas na assinatura de acordos. Guan sublinhou que os produtos da sua empresa não incluem químicos tóxicos e que, no passado, representantes da empresa já tinham participado por várias vezes no MIECF enquanto visitantes profissionais. Essas participações serviram para encontrar parceiros em Macau. Este ano, o grupo assinou um acordo de cooperação durante o MIECF, visando a expansão de negócios para Macau, e espera no futuro usar o território como plataforma para entrar no mercado da China continental.
O líder de uma empresa da Província de Sichuan ligada ao desenvolvimento científico e tecnológico também assinou um acordo de cooperação com uma empresa de Macau durante o MIECF 2018. Segundo explicou o empresário de apelido Zhu, o parceiro de Macau pode desempenhar por si próprio o papel de plataforma, nomeadamente através da aquisição de cristais e outras matérias-primas de elevado grau de pureza provenientes de países de língua portuguesa, para utilização por parte da empresa de Sichuan em projectos de investigação ligados, respectivamente, à área dos processadores electrónicos e da produção de bebidas alcoólicas. Quanto ao futuro, a empresa de Sichuan tem planos para estabelecer em Macau um centro de investigação na área da produção de processadores electrónicos de baixo consumo energético.
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