Os Serviços de Saúde foram notificados hoje (27 de Abril) pelo Hospital Kiang Wu para a detecção de um caso de tosse convulsa num bebé de dois meses e meio.
No dia 15 de Abril, o bebé começou a manifestar tosse paroxística que gradualmente se agravou. No dia 16 de Abril, os pais recorreram à consulta externa de pediatria do Hospital Kiang Wu. No dia 20 de Abril, os pais recorreram novamente ao Hospital Kiang Wu para consulta médica, tendo o bebé ficado internado para tratamento. Na sequência de análises laboratoriais, as amostras recolhidas evidenciaram reação positiva ao cocobacilo Bordetella pertussis.
O bebé vive com os pais e a empregada doméstica, tendo a empregada doméstica um histórico de tosse antes do aparecimento de sintomas no bebé. O bebé recebeu a primeira dose da vacina contra a tosse convulsa cinco dias antes da manifestação de sintomas, mas a vacina ainda não surtiu efeitos. Durante o período de hospitalização, os Serviços de Saúde procederam à medicação preventiva dos familiares, cuidadores e pessoas com contacto próximo e que convivem com o bebé. O bebé infectado não partilhou a enfermaria com outros pacientes. Este caso de tosse convulsa é o segundo deste ano.
A tosse convulsa é causada por um cocobacilo Bordetella pertussis, sendo transmitida por via de gotículas de saliva expelidas por tosse, conversa em alta voz e espirros de doentes infectados. Devido à fraca resistência ambiental, o cocobacilo Bordetella pertussis, geralmente, não pode ser transmitido por via indirecta. Após a infecção, o doente apresenta sintomas como tosse espasmódica, sibilação e vómitos. Caso a pessoa infectada não seja submetida ao tratamento adequado, a doença pode prolongar-se até três meses, havendo o risco de levar a outras complicações como pneumonia ou encefalopatia e até a morte. Actualmente, já existem antibióticos eficazes para o tratamento da tosse convulsa, mas os mesmos só surtem efeitos na fase inicial da doença.
A vacinação é a medida preventiva mais eficaz para a tosse convulsa. O Programa de Vacinação da RAEM, que está de acordo com as instruções promovidas pela Organização Mundial de Saúde, estipula a obrigatoriedade de vacinação contra a tosse convulsa de crianças com 2, 4, 6, 18 meses e 5 anos de idade. Após esta obrigatoriedade, os casos de tosse convulsa tornaram-se raros, havendo apenas registo, nos últimos 30 anos, de apenas oito casos. Nos últimos 10 anos, a incidência de tosse convulsa tem aumentado por todo o mundo, sendo uma das possíveis razões que dada a situação de diminuição de infecções espontâneas, os anticorpos de grávidas e outros adultos diminuem gradualmente.