O Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Chui Sai On, reuniu-se, esta tarde (7 de Maio), com o ministro sénior e ministro dos Negócios Estrangeiros e de Cooperação Internacional do Reino do Camboja, Prak Sokhonn, no âmbito da sua visita de dois dias ao país. Mais tarde, os dirigentes assinaram ainda um memorando de entendimento.
Durante o encontro em Phnom Penh, Chui Sai On disse esperar que as relações entre os dois territórios se intensifiquem, nomeadamente ao nível governamental. Segundo mesmo responsável, os dois territórios podem complementar-se nas suas vantagens, na facilitação da fluidez das trocas comerciais, nos serviços de intermediação financeira, e na colaboração activa enquanto regiões abrangidas pela iniciativa da China «Uma Faixa, Uma Rota».
Este ano assinala-se o 60º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Camboja, tendo os respectivos líderes mantido, ao longo da história, um contacto próximo e criado fortes laços de amizade, lembrou Chui Sai On, referindo ainda que os dois países criaram relações de parceria estratégica, em 2010, com vista a uma cooperação plena. Actualmente, as relações entre os dois países encontram-se na sua melhor fase, acrescentou, com o Camboja a mostrar-se muito receptivo face à iniciativa «Uma Faixa, Uma Rota» lançada pelo presidente Xi Jinping, à qual tem dado um grande apoio, estando participar empenhadamente no projecto.
Na apresentação sobre Macau, Chui Sai On destacou o desenvolvimento da cidade enquanto Centro Mundial de Turismo e Lazer e a execução plena do seu papel de Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Sobre a participação e apoio da RAEM à iniciativa «Uma Faixa, Uma Rota», o mesmo responsável sublinhou que o Camboja é um dos países da Ásia-Pacífico abrangidos pelo projecto e um parceiro importante para acções de cooperação. Também recordou que, sob os alicerces de cooperação construídos há vários anos, a RAEM assinou ainda um memorando de entendimento com a província de Siem Reap sobre o estabelecimento das relações amigáveis, em Março de 2018, e durante esta visita é firmado o memorando de entendimento entre a RAEM e o Ministério dos Negócios Estrangeiros e de Cooperação Internacional do Reino do Camboja sobre o acordo-quadro de cooperação para a promoção da amizade. Os dois documentos vão contribuir para uma cooperação e intercâmbio entre os dois territórios nos diferentes sectores socioeconómicos.
O Chefe do Executivo disse esperar que Macau e o Camboja possam dar mais um passo no aproveitamento das novas oportunidades de desenvolvimento trazidas pela iniciativa «Uma Faixa, Uma Rota», para negociar, construir e usufruir de negócios em conjunto, reforçando-se a comunicação, compreensão, cooperação e benefícios mútuos.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros e de Cooperação Internacional do Reino do Camboja, Prak Sokhonn, deu as boas-vindas ao Chefe do Executivo e à delegação da RAEM, agradecendo a sua presença, e demonstrou confiança na ideia de que a visita vai contribuir para o reforço das relações e fomentar o desenvolvimento económico dos dois territórios. O responsável disse ainda desejar que Macau, sob o princípio de “Um País, Dois Sistemas”, tenha sucesso na sua participação na construção de «Uma Faixa, Uma Rota».
Prak Sokhonn falou da visita do primeiro-ministro, Li Keqiang, ao país, em Janeiro de 2018, que coincidiu com o início das comemorações do 60º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Camboja, para destacar os laços de amizade fortes e ao mais alto nível entre os dois países e a posição privilegiada do Camboja na iniciativa «Uma Faixa, Uma Rota», com a qual pode obter resultados frutíferos da cooperação em diferentes áreas. No que concerne à área educativa, o ministro agradeceu a Macau a oferta de bolsas de estudo para jovens cambojanos que queiram estudar no território, manifestando ainda contentamento com o facto de os jovens dos dois territórios poderem trocar opiniões nas diferentes áreas.
Em resposta, Chui Sai On agradeceu as opiniões apresentadas pelo responsável o governo do Camboja e reiterou o desejo de, depois de assinado o memorando, haver um reforço da cooperação em termos de formação na área do turismo, de gestão de turismo, e cultural, entre outras. O Chefe do Executivo espera que essa colaboração entre Macau e o Camboja possa chegar a bom porto através da força dos chineses ultramarinos e do sector do turismo.
Também estiveram presentes no encontro, o Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República Popular da China no Camboja, Xiong Bo, o secretário para Economia e Finanças, Lionel Leong, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, e ainda os membros do Conselho Executivo Cheang Chi Keong, Chan Meng Kam, Ho Sut Heng. A chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, O Lam, e a coordenadora do Gabinete de Protocolo, Relações Públicas e Assuntos Externos, Lei Ut Mui, marcaram igualmente presença.
Após o encontro, os dois líderes assinaram, em representação dos respectivos territórios, o referido memorando de entendimento sobre o acordo-quadro de cooperação para a promoção da amizade. O documento é um símbolo da tradição de amizade que existe entre a China e o Camboja e procura dar resposta à vontade manifestada pelos líderes dos dois países de fomento de relações de parceria estratégica para uma cooperação plena. Assim, a RAEM e o Camboja vão realizar acções conjuntas nas áreas do comércio, turismo, cultura, juventude, entre outras, para dar seguimento aos planos de cooperação no âmbito da iniciativa «Uma Faixa, Uma Rota». Esses planos de cooperação, em diversas áreas, encontram-se já a ser preparados por Macau e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e de Cooperação Internacional do Reino do Camboja.
De acordo com o memorando agora assinado, os dois lados vão reforçar o intercâmbio no sector do turismo, nomeadamente na protecção do património cultural e na criação de um Centro Mundial de Turismo e Lazer. Uma área que o Camboja procura igualmente desenvolver. O documento também inclui planos relacionados com o papel de Macau enquanto Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, nomeadamente com a promoção de produtos agrícolas cambojanos junto dos mercados dos países lusófonos. O memorando prevê ainda um programa de intercâmbio juvenil, direccionado tanto para jovens empresários como para estudantes, que visa disponibilizar oportunidades de aprendizagem e de auto-realização e inclui a criação de uma bolsa de estudo.
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