Segundo informações divulgadas hoje pela comunicação social, alguns pais e encarregados de educação, através de uma deputada da Assembleia Legislativa, disseram que quando a PJ investigou os últimos casos de abuso sexual de criança, não levou em conta as emoções das vítimas.
Face ao exposto, a Polícia Judiciária esclarece:
- A PJ compreende muito bem que os pais e encarregados de educação estejam muito atentos ao nosso trabalho de investigação, consequentemente simpatizamos com isso. Ao mesmo tempo, a PJ entende que as crianças, ao enfrentarem este tipo de situação, podem sentir-se desconfortáveis e stressadas num ambiente desconhecido.
- De acordo com o estabelecido, quando a PJ receber um caso que envolve crianças, leva-a para uma sala mais confortável, é contactada por duas investigadoras com formação especializada em técnicas de inquirição de crianças, podendo assim haver um cuidado especial com o estado psicológico e evitar causar-lhe qualquer stress.
- Para a criança poder contar o seu caso numa situação confortável e sem stress, há alguns anos, a PJ criou uma sala de actividades didácticas infantis com espaço e ambiente pensados para os mais novos. Quando o caso envolve uma criança, quer ela esteja na qualidade de denunciante, testemunha ou vítima, vai ser sempre ouvida nesta sala, onde os encarregados de educação poderão acompanhá-la, para a PJ conseguir recolher as informações necessárias.
- Após a consulta dos respectivos registos, no dia em questão, o pessoal da PJ teve um encontro com a criança vítima na sala de actividades didácticas infantis, durante cerca de uma hora, depois foi ouvi-la em declarações. Quando a PJ recebeu a queixa relativa a este caso, levou a criança vítima para fazer o exame médico no Centro Hospitalar Conde de São Januário, a duração total foi de cerca de 2 horas e 30 minutos. Para efectuar a investigação criminal, a polícia necessita de recolher provas suficientes para apurar os factos e levar o autor do crime à justiça, pelo que é sempre preciso fazer perguntas detalhadas ao ouvir declarações. Face ao referido caso, poderá existir um mal-entendido entre os encarregados de educação, esperando a PJ que haja a maior compreensão.
Polícia Judiciária
14 de Maio de 2018