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Até ao ano 2020, a China planeia estabelecer 30 Centros de Medicina Tradicional Chinesa no exterior, em conjunto, com os países que integram a Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”

A Directora do Departamento de Cooperação Internacional da Administração Estatal de Medicina Tradicional Chinesa da China, Wang Xiaoping, proferiu um discurso principal subordinado ao tema “Aplicação prática e divulgação da Medicina Tradicional Chinesa no estrangeiro”

Organizado conjuntamente pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e pela Administração Estatal da Medicina Tradicional Chinesa da República Popular da China, e coordenado pelo Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação entre Guangdong e Macau (adiante designado por "Parque") e pela Associação de Médicos de Medicina Tradicional Chinesa da Tailândia, o “Fórum Internacional de Desenvolvimento da Medicina Tradicional 2018 (Tailândia)” deu-se por concluído, com grande êxito, no passado dia 10 de Maio de 2018, em Bangkok, Tailândia.

No seu discurso de abertura do Fórum, a Presidente da empresa Guangdong-Macau Traditional Chinese Medicine Technology Industrial Park Development Co., Ltd., Lu Hong, proferiu que o Governo da RAEM atribui grande importância à industrialização e à internacionalização da Medicina Tradicional Chinesa (adiante designado por “MTC”), como uma das indústrias emergentes que promovem a diversificação adequada da economia de Macau. Espera que o evento venha a potenciar o papel de Macau como elo de ligação entre países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (“ASEAN”, na sigla inglesa) e o Interior da China, com vista à troca de ideias, a partilha de recursos e informação e a promoção conjunta da modernização e internacionalização da indústria de Medicina Tradicional. Além disso, o Parque irá organizar no mês de Setembro do corrente ano, o “Fórum Internacional do Desenvolvimento da Medicina Tradicional Chinesa 2018 da China (Macau)”, sendo bem-vindos os convidados e amigos de todo o mundo para participarem nesse convívio, para debaterem sobre temas à luz das novas realidades, de uma forma mais profunda e abrangente, desde a cooperação para o desenvolvimento da MTC e sua integração, a nível mundial, às políticas e tecnologias pioneiras, até às estratégias do desenvolvimento da indústria, entre outras

A presente edição do “Fórum Internacional de Desenvolvimento da Medicina Tradicional 2018 (Tailândia)” contou com a presença de representantes das entidades governamentais pertinentes e da indústria de Medicina Tradicional provenientes de sete países da ASEAN que efectuaram intercâmbios e troca de ideias no domínio da Medicina Tradicional, de entre os quais se destaca a Directora do Departamento de Cooperação Internacional da Administração Estatal de Medicina Tradicional Chinesa da China, Wang Xiaoping, que fez um discurso subordinado ao tema “Aplicação Prática e Divulgação da Medicina Tradicional Chinesa no Estrangeiro”, em que foi analisada, em detalhe, a situação actual do desenvolvimento da MTC e da sua divulgação no exterior, de acordo com dados estatísticos, bem como apresentado o plano de desenvolvimento futuro naquele âmbito.

A Medicina Tradicional Chinesa mereceu atenção da comunidade internacional, cuja forma do ensino passou da aprendizagem, a nível individual para um sistema de ensino mais modernizado

A Directora Wang Xiaoping referiu que dados os milhares de anos da história da MTC, esta prática tem-se revelado bem sucedida sobre diversos sectores, tais como a medicina, o ensino, a investigação científica e a indústria. Para além do seu grande contributo para a prevenção e tratamento de doenças comuns, doenças frequentes e doenças raras e complicadas, a MTC também desempenha um papel importante na prevenção e tratamento de epidemias bem como na resolução de situações de emergência em saúde pública, cujos efeitos são reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde, captando assim a atenção da comunidade internacional.

Quanto ao sistema de ensino, a MTC tem sido objecto de transformação a partir da forma de aprendizagem tradicional até ao sistema de ensino mais modernizado, resultando numa formação composta por vários níveis, interdisciplinar e diversificada. Até 2016, havia 42 universidades (faculdades) de MTC na China, com 107 e 145 faculdades de medicina ocidental e faculdades além-medicina do ensino superior, respectivamente, que dispunham de um departamento de MTC, totalizando mais de 700 mil estudantes nacionais, de entre os quais, 5.510 eram estrangeiros.

Existência de 100 centros de investigação científica na área de Medicina Tradicional Chinesa e 2.088 empresas de produção de produtos para Medicina Tradicional Chinesa

No que toca à investigação científica, a China já tem estabelecido um sistema de investigação científica da MTC interdisciplinar e obteve resultados positivos nas seguintes três áreas fundamentais: tratamento de doenças complicadas e difíceis de ser curadas, tratamento de doenças comuns, estado de sub-saúde e a respectiva prevenção. Actualmente, há cerca de 100 centros de investigação científica na área de MTC em todo o país, envolvendo mais de 10 mil trabalhadores.

Além disso, a China estabeleceu um regime de gestão de registo dos medicamentos de MTC. Até 2016, já havia 2.088 empresas distintas, pelo reconhecimento das “Instruções Técnicas sobre as Boas Práticas de Fabrico de Medicamentos (GMP)” para fabricação de medicamentos de MTC. Os produtos em MTC desenvolveram-se a partir das formas tradicionais, tais como comprimidos, pós, pomadas e grânulos, para acima de 40 formas actuais, incluindo medicamentos em forma de gotas, comprimidos, películas e cápsulas, etc. O volume de trocas comerciais de medicamentos de MTC atingiu 4.6 mil milhões de dólares norte-americanos, com 3.426 mil milhões de dólares norte-americanos de exportações e 5 mil variedades de formas e medicamentos.

Fomentar a cooperação e o intercâmbio internacional na Medicina Chinesa

Ainda no seu discurso, a Directora Wang Xiaoping salientou que a China irá fomentar a cooperação e o intercâmbio internacional, através do impulso do desenvolvimento global da MTC, do apoio ao desenvolvimento da medicina tradicional, a nível internacional e da construção de “Uma Faixa, Uma Rota” da MTC. Actualmente, a MTC já é praticada em 183 países e regiões e existem várias medidas para concretizar a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” da MTC, incluindo construção de centros de MTC no exterior e bases de MTC no Interior da China, divulgação da cultura da MTC e ainda, através da sua padronização e internacionalização.

Estando actualmente, a Medicina Tradicional representada pela MTC, incluída pela primeira vez na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), a Organização Internacional de Padronização também constituiu um Comité Técnico de Medicina Tradicional Chinesa (ISO/TC249) que definiu e aprovou mais de vinte normas internacionais para a MTC.

No entanto, relativamente a eventuais conflitos e desafios futuros para a MTC, é do entender da Directora Wang Xiaoping que em virtude do estatuto científico e a implicação científica da MTC não serem ainda totalmente reconhecidos, será necessário reforçar o apoio à investigação científica e assegurar a capacidade de desenvolvimento e sustentabilidade, a nível internacional.

Tirar pleno proveito das vantagens de Hong Kong e Macau, construindo em conjunto “Uma Faixa, Uma Rota” da MTC

A Directora Wang Xiaoping afirmou que até ao ano 2020, a China pretende constituir, conjuntamente comos países que integram o percurso de “Uma Faixa, Uma Rota”,30 centros de MTC no exterior, publicar 20 normas internacionais para a MTC, registar centenas de produtos de MTC como medicamentos à base de plantas e produtos de cuidados de saúde, assim como constituir 50 bases de cooperação internacional de MTC. Paralelamente, a China irá aproveitar as vantagens de Hong Kong e Macau, dispondo a última, em particular, de um mecanismo de comércio com os países de língua portuguesa e várias plataformas importantes, designadamente o Laboratório de Referência do Estado para Investigação de Qualidade em Medicina Chinesa, o Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação entre Guangdong-Macau e o Centro de Cooperação dos Medicamentos Tradicionais da Organização Mundial da Saúde (Macau). Ainda, a Tailândia e outros países da ASEAN já detêm uma base forte e um futuro promissor, em matéria de Medicina Tradicional, pelo que a Directora WangXiaoping espera que todas as entidades relevantes possam efectivamente participar na concretização da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” no futuro.

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