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Serviços de Saúde detectam caso de Tosse Convulsa


O Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde foi notificado esta sexta-feira (15 de Junho) pelo Hospital Kiang Wu para a detecção de um caso de tosse convulsa num bebé de dois meses de idade.

No dia 18 de Maio o bebé começou a manifestar tosse paroxística que gradualmente se agravou. Nos dias 20 e 23 de Maio, respectivamente, os pais recorreram à consulta externa de pediatria do Hospital Kiang Wu. Entre os dias 23 de Maio e 1 de Junho, o bebé foi hospitalizado no Hospital Kiang Wu, tendo sido diagnosticado pneumonia inferior esquerda. No dia 9 de Junho, recorreu outra vez ao Hospital Kiang Wu devido à continuação de sintomas e o bebé ficou internado para tratamento. Na sequência de análises laboratoriais as amostras recolhidas evidenciaram reação positiva ao cocobacilo Bordetella pertussis.

Os pais e a irmã gêmea conviviam com o bebé. O pai padece história de tosse antes do aparecimento de sintomas do bebé. A irmã gêmea manifestou sintomas de tosse no dia 13 de Junho e está internada no Hospital Kiang Wu para tratamento. Ao bebé não tinhas sido administrada a primeira dose de vacina contra a tosse convulsa porque apresentava indisposição. Os Serviços de Saúde procederam à medicação preventiva dos familiares, cuidadores e pessoas de contacto próximo que conviveram com o bebé. Este caso de tosse convulsa é o terceiro deste ano.

A tosse convulsa é causada por um cocobacilo Bordetella pertussis, sendo transmitida por via de gotículas de saliva expelidas por tosse, conversa em alta voz e espirros de doentes infectados. Devido à fraca resistência ambiental do cocobacilo Bordetella pertussis, geralmente, não pode ser transmitida por via indirecta. Após a infecção, o doente apresenta sintomas tais como tosse espasmódica, sibilação e vómito. Caso a pessoa infectada não seja submetida a tratamento adequado a doença pode prolongar-se até três meses, havendo o risco de causar outras complicações como pneumonia ou encefalopatia e até a morte. Actualmente, já existem antibióticos eficazes para o tratamento da Tosse convulsa, mas os mesmos só surtem efeitos na fase inicial da doença. Os bebés são mais propensos a contrair tosse convulsaw, enquanto os casos nos adolescentes e nos adultos são menos graves.

A vacinação é a medida preventiva mais eficaz para a tosse convulsa. O Programa de Vacinação da RAEM, que está de acordo com as instruções promovidas pela Organização Mundial de Saúde, estipula a obrigatoriedade de vacinação contra a tosse convulsa das crianças com 2, 4, 6, 18 meses e 5 anos de idade. Após esta obrigatoriedade, os casos de tosse convulsa tornaram-se raros, havendo apenas registo, nos últimos 30 anos, de apenas oito casos. Nos últimos 10 anos, a incidência de tosse convulsa tem tido uma tendência de acrescimento por todo o mundo, sendo uma das razões possíveis que sob situação de diminuição de infecção espontânea, o anticorpo de grávidas e outros adultos reduz gradualmente.

Habitualmente são administradas aos bebés pelo menos três doses da vacina anti- tosse convulsa para que tenham uma imunidade, mais confiável, contra esta doença, devendo ainda continuar a sujeitar-se à vacinação periódica para manterem a imunidade adquirida.

Os Serviços de Saúde apelam aos pais para submeterem os seus filhos às vacinações recomendadas, não devendo deslocar-se com as crianças, em particular, aquelas que tenham menos de 12 meses e que ainda não concluíram o processo inicial de vacinação, a locais com grande aglomeração de pessoas ou onde existam situações epidemiológicas reportadas relativas a doenças transmissíveis e que a situação seja diferente de Macau, devendo também evitar contacto com pessoas infectadas. As famílias, as creches e as escolas devem prestar atenção à higiene pessoal e ambiental. Os profissionais de saúde devem prestar atenção, especialmente, às crianças com tosse persistente superior a duas semanas e, quando detectarem qualquer caso suspeito, devem notificar os Serviços de Saúde atempadamente para que sejam tomadas medidas adequadas.