Vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) e ex-Chefe do Executivo da RAEM, Edmund Ho, e o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, que se encontram de visita a Portugal, têm encontro, em Lisboa, com o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa, Augusto Santos Silva.
O vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), Edmund Ho e o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, em Lisboa a participarem num evento no âmbito do 15.º aniversário do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau), reuniram-se, dia 19 de Junho (hora de Portugal) com o ministro dos Negócios e Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, trocando opiniões sobre o reforço da cooperação económico-comercial, turística, cultural e educação, entre outras áreas.
O vice-presidente da CCPPC e também antigo Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial (RAEM), Edmund Ho lembrou o sucesso da implementação do princípio «Um país, Dois Sistemas» e a sua forte vitalidade, demonstrando o cumprimento sincero do espírito da «Declaração Conjunta Luso-Chinesa». Afirmou que a cultura portuguesa e os portugueses residentes em Macau são parte integrante e importante de Macau, e subscreveu a opinião de Augusto Santos Silva sobre a iniciativa «Uma Faixa, Uma Rota», a qual tem grandes potencialidades de desenvolvimento, bem como o valor do apoio e envolvimento de Portugal no ensino da língua portuguesa em Macau.
Edmund Ho fez questão de mencionar primeiro o planeamento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau (vulgo Grande Baía), a ser lançado em breve, no qual Macau, como cidade, desempenhará o seu próprio papel, aproveitando as suas vantagens singulares para incentivar os empresários dos países de língua portuguesa para participar no desenvolvimento da Grande Baía, cuja economia só por si já tem grande dinâmica e com perspectivas de mercado bem abrangentes. Acrescentou que na fase inicial este será um projecto-piloto, havendo ainda a adopção de medidas e políticas de bonificação, que contribuirão para a entrada de produtos dos países de língua portuguesa no mercado da Grande Baía.
E em segundo, referiu que o governo da RAEM e o próprio secretário para a Economia e Finanças estão empenhados na construção da «Plataforma de Serviços Financeiros para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa» e do «Centro de Liquidação em Renminbi para os Países Lusófonos», esperando-se que a plataforma financeira de Macau cresça e fortaleça. Revelou que o governo da RAEM convidou responsáveis de grandes entidades financeiras da China interior para integrarem esta visita a Portugal, a fim de aprofundar e sistematizar a cooperação, contribuindo assim para o desenvolvimento do sistema financeiro de Macau com características próprias.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, deu as boas-vindas à delegação oficial e aproveitou para sublinhar as relações amigáveis entre ambos os países, como a frequência dos encontros a alto nível. Afirmou que a China é um parceiro económico-comercial e de investimento de Portugal, e por isso é com grande satisfação que verifica que o investimento das empresas chinesas, em Portugal, é bem-sucedido e está a caminhar em bom sentido. Recordou que a China é também um destino das exportações portuguesas e espera que, no futuro, mais produtos portugueses, nomeadamente carnes, possam entrar nesse grande mercado que é a China. Adiantou que Portugal analisa, no momento, a forma de participar na iniciativa «Uma Faixa, Uma Rota», lançada pelo governo chinês.
Afirmou que a cultura portuguesa está presente em muitas coisas de Macau, e o território é um local de interesse para Portugal cultural e economicamente. Reconheceu que o governo da RAEM aposta muito no ensino da língua portuguesa com sucesso, e, por isso, espera continuar a reforçar a cooperação com Macau e os Países de Língua Portuguesa na área do ensino da língua portuguesa. Indicou que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa é uma plataforma importante, onde todos os países de língua portuguesa participam, com a cooperação a sair, cada vez mais, reforçada. Espera que nesta nova era o Fórum impulsione mais investimento e cooperação.
Na mesma ocasião, o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, afirmou o enorme interesse do governo de Portugal nas actividades de convenções e exposições de Macau, e destaca representantes e organiza, anualmente, grupos de empresários para participarem na Feira Internacional de Macau (MIF), e, este ano, uma vez mais irão participar neste grande acontecimento. Espera que o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa, criado pelo Fórum entre a China e os Países de Língua Portuguesa, consiga dar mais apoio às pequenas e médias empresas da China e dos Países de Língua Portuguesa.
No encontro, o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, subscreveu as palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que considera que o Fórum entre a China e os Países de Língua Portuguesa já se tornou num cartão-de-visita de Macau. Lionel Leong referiu ainda que o governo da RAEM está determinado em fazer bem o trabalho referente à plataforma de serviços financeiros entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Além disso, durante esta visita a Portugal, serão assinados 25 acordos de cooperação, entre os quais, a assinatura entre Macau e Portugal do novo acordo para evitar a dupla tributação, que vai ajudar a construção da plataforma de serviços financeiros entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
O encontro contou ainda com a presença do embaixador da República Popular da China em Portugal, Cai Run.
À noite, o vice-presidente da CCPPC, Edmund Ho, e a delegação participaram na recepção oferecida pelo embaixador da República Popular da China em Portugal, Cai Run.
